Prefeitura assume gestão do Museu do Porto, que abriga história da navegação no Amazonas

 

O prefeito Arthur Virgílio Neto assinou, na tarde desta terça-feira, o termo de posse do Museu do Porto. Foto: Ingrid Anne/Manauscult

Mais um grande um passo foi dado dentro do projeto de ressignificação do Centro Histórico da cidade. A Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) assumiu a gestão do Museu do Porto, obra tombada pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e responsável por abrigar parte da história da navegação no Amazonas. Na tarde desta terça-feira, 12/12, o prefeito Arthur Virgílio Neto assinou o termo de posse em cerimônia realizada na sede do Museu, localizado entre as ruas Governador Vitório e Vivaldo Lima, Centro.

“Aqui temos um prédio histórico e temos a possibilidade de dar outro passo no processo de ressignificação do Centro Histórico. Temos que respirar história e conquistar esse território, para fazermos um futuro em cima do passado histórico de Manaus”, comentou o prefeito.

A cessão do Museu do Porto foi um pedido do poder público municipal atendido pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) em função do projeto de ressignificação da área, próximo ao Porto e ao Paço da Liberdade, região considerada o marco zero da cidade.

O procurador da República no Amazonas, Leonardo Galiano, explicou que a prefeitura poderá restaurar e reabrir o espaço ao público. “Após diversas reuniões entre a SPU e o Iphan, a Prefeitura demonstrou interesse no sentido de promover a ressignificação do Centro. E a partir desse instrumento de cessão de uso, realizado por meio da diretoria da SPU em Brasília, está legitimado sua restauração e abertura”, destacou o representante do Ministério Público Federal.

Já a superintendente do Iphan, Karla Bitar, ressaltou que o órgão participou das tratativas e continuará acompanhando todo o processo de restauração. “O patrimônio é para a população. A prefeitura manifestou o interesse e o Iphan colaborou para o processo. Agora daremos continuidade nas análises e fiscalização para revitalização e uso sustentável”, defendeu Bitar.

Projetos

Na região estão ainda as duas casas mais antigas da cidade de Manaus, denominadas casas 69 e 77, localizadas na rua Bernardo Ramos, cujas obras de recuperação serão entregues em 2018.

O espaço passará por um projeto de restauro e deverá abrigar um Centro Cultural após as obras serem concluídas, informou o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula. “Hoje é um dia de muita felicidade, pois recebemos da SPU o prédio do Museu do Porto, que também vai abrigar a sede da Manauscult. A cultura e o turismo de Manaus estarão no Centro Histórico. Aqui passará por uma ampla reformulação para poder entregar, até o final da gestão, mais um equipamento turístico e cultural para Manaus”, completou Bernardo.

O Museu do Porto foi a primeira construção arquitetônica do Porto de Manaus e foi construído para servir como casa de máquinas.

“O processo de ressignificação do Centro Histórico iniciou, ainda em 2013, com a ocupação do Palácio Rio Branco, com a reinauguração do Mercado Municipal Adolpho Lisboa e que vem caminhando no resgate da região onde a cidade nasceu com a requalificação da avenida Eduardo Ribeiro, o Paço da Liberdade, a praça da Matriz, e outras obras que serão entregues à população nos próximos anos”, destacou o diretor-presidente da Manauscult.

O superintendente da SPU no Amazonas, Alessandro Cohen, ressaltou a parceria do órgão e a possibilidade de novas parcerias com a Prefeitura de Manaus. “Estas ações da prefeitura vão ao encontro das políticas da SPU de destinação dos imóveis feitos pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Planejamento, para fins de bons usos. Agora vamos trabalhar mais alguns imóveis para revitalizar o Centro Histórico de Manaus”, frisou.

Compõem ainda o plano estratégico da Prefeitura de Manaus para o Centro Histórico da Cidade, a Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista, as praças Adalberto Valle e Tenreiro Aranha, além dos antigos prédios do Hotel Cassina (Cabaré Chinelo) da Câmara Municipal de Manaus.

Valor histórico

Datado de 1903, o prédio que hoje abriga o Museu do Porto funcionou como casa de máquinas da “Manaos Harbour” até 1983. Para tanto, foram demolidas todas as adaptações feitas ao longo desse período, resgatando o antigo prédio de tijolinho à vista, no estilo adotado pelas construções da época da Revolução Industrial. O galpão em anexo também é da mesma época e compõe o conjunto arquitetônico do Museu.

No pátio do local encontra-se ainda uma locomotiva a vapor, acompanhada de uma pequena locomotiva elétrica, que pertenceram à “Manaos Harbour” e circulavam pelo pátio do Porto puxando os vagonetes com carga entre os armazéns e o cais.

Ao todo, o prédio possui 794 metros quadrados de área construída apresenta alguns elementos característicos que imprimem unidade ao estilo: junto dos tijolos aparentes, destaca-se a estrutura de alvenaria tratada em bossagem, que é o destaque das pedras e materiais utilizados, conferindo um ar imponente e medieval à construção.

 

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