Comunitários do Rio Unini afirmam que falta de energia aumenta ataques de morcegos. Gerador está quebrado há cinco meses

Comunidade do Rio Unini em Barcelos vive dias de escuridão. (Foto Rosângela Jesus/ Facebook da Resex Unini)

A população das nove comunidades do Rio Unini, no Amazonas, vive dias de tristeza e preocupação. Uma criança e um adolescente morreram vítimas de raiva humana, possivelmente transmitida por morcegos. Outro adolescente da mesma família está internado em coma induzido com o mesmo diagnóstico.

Em reportagem da Agência Brasil, o tio dos três, Jair Gomes Pereira, atribui o aumento dos ataques de morcego à falta de luz na comunidade e pede que o Poder Público garanta energia elétrica para a região. Ele explica que, para se livrar do morcego, basta acender a luz. “Lá nessa comunidade, o motor de luz deles está quebrado , desde julho,. Foi a época em que o morcego mais atacou. Ele ataca no escuro. A luz de lamparina não funciona porque o próprio morcego apaga a lamparina. Ele dá voos rasantes e apaga.”

Uma força-tarefa atua na região do Rio Unini desde o final de novembro. O chefe do Departamento de Vigilância Ambiental, Cristiano Fernandes, não descarta a possibilidade de que a falta de luz tenha contribuído para o aumento dos ataques de morcego. Um inquérito apura o caso e também aponta para problemas como seca prolongada e focos de calor provocados por incêndios e queimadas.

Isso contribui para o deslocamento de animais e abre a possibilidade de deslocamento de colônias de morcegos, que se aproximam de outras áreas ocupadas por comunidades ribeirinhas e extrativistas, explica Fernandes.

O último levantamento da Secretaria de Saúde do Amazonas identificou na área do Rio Unini 624 moradores, dos quais 367 foram atacados por morcegos nos últimos meses, e a sorovacinação já teve início na região. Também farão o esquema de pré-exposição preventiva 257 pessoas que não relataram ter sido agredidas por morcegos .

Com relação à falta de luz nas comunidades do Rio Unini, a reportagem procurou o Ministério de Minas e Energia e a prefeitura de Barcelos, no Amazonas, para obter mais informações, mas não recebeu o retorno até o fechamento desta edição.

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