Amazonino tira autonomia de secretários, se mostra frustrado e chama pesquisa de ‘fanta’

Amazonino falou com a imprensa após reunião a portas fechadas com o secretariado. Foto: Secom/Divulgação

Um mês depois de assumir o Governo do Amazonas pela quarta vez, o governador Amazonino Mendes (PDT) não escondeu a frustração pela forma como encontrou as contas do Governo. Ele deu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (8), após se reunir a portas fechadas com seu secretariado.

Na conversa com os jornalistas, Amazonino disse que cobrou mais empenho dos secretários na obtenção das informações das pastas. E afirmou que vai contratar uma empresa terceirizada para levantar as informações que precisa para traçar as metas e as estratégias futuras.

“O Estado está descontrolado. Está difícil conseguir informações. O Governo está desconexo. O Governador não sabe nada. Ninguém sabe quantos funcionários tem. Tem diversas folhas de pagamento”, disse.

Amazonino chegou a afirmar que vai reduzir a autonomia de alguns secretários e cobrar mais rigor no ordenamento das despesas. Ele se queixou da forma como as secretarias atuam.

“Reuni com os secretários para conscientizar que esse é um governo diferenciado. Temos o compromisso de reordenar o Estado. Não pense o secretário que pegou a secretaria como prêmio. Tem que ajudar a coletar. O Governo virou um arquipélago, com isolamentos. Ainda estamos esperando informações das ações de algumas secretarias e a gente fez a reunião e pediu para correr com isso, pois quero colocar o Estado em ordem até o mês de dezembro”, afirmou.

O governador revelou ainda que na reunião com os secretários pediu que todos tivessem um comportamento ético. “Se tiver corrupção no meu governo, vai pra fora. Eu pedi comportamento ético. Tem que ser igual a mulher de César, não pode apenas parecer, tem que ser. Tem que ter vigilância e firmeza”, disse ele.

Ao ser questionado sobre o Comitê de Combate à Corrupção criado nesta semana pela Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), Amazonino classificou a iniciativa dos deputados como uma brincadeira e que na visão dele, cabe ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) fiscalizar os atos de corrupção. “Isso é risível, é pra inglês ver. É brincadeira”, pontuou.

Sobre os gastos do Estado, o governador revelou que é preciso corrigir muita coisa. Disse que dos R$ 19 milhões previstos para viagens e passagens, já foram gastos mais de R$ 25 milhões e que com a locação de veículos, os valores ultrapassam os R$ 200 milhões.

Saúde e Segurança

Amazonino fez elogios aos números de redução da violência apresentados pela Secretaria de Segurança e disse que em 30 dias a Saúde também já está rendendo bons resultados. “Voltamos a fazer cateterismo que há muito tempo não se fazia”, exemplificou. Ao falar sobre as manifestações de profissionais da Saúde que estariam suspendendo os trabalhos nas unidades de saúde por atrasos de salários, ele disse que é preciso promover um reordenamento e fez críticas aos terceirizados.

“Os terceirizados são um inferno. É um descontrole. Hoje 80% do esforço da Procuradoria Geral do Estado está em função da saúde, resolvendo questões na Justiça do Trabalho”, afirmou.

O secretário de Saúde, Francisco Deodato, explicou aos jornalistas que a Susam já repassou mais de R$ 40 milhões referentes ao pagamento das empresas que prestam serviços nas unidades da rede estadual de saúde, conforme acordado com seus representantes. “O compromisso das mesmas é que priorizem o pagamento de seus funcionários”, disse ele ao afirmar que todos os contratos na área de Saúde estão sendo revistos.

Ao fim, Amazonino Mendes disse que até o final deste mês, o Governo estará ingressando com uma ação no Supremo a fim de rever as questões que envolvem perdas para a Zona Franca de Manaus.

Pesquisa

Ao ser questionado sobre pesquisa de opinião da DMP/Rede Tiradentes que indica descontentamento do eleitorado com o governo dele, Amazonino disse que a pesquisa era “fanta”, já que tem pouco mais de um mês de governo. A pesquisa, realizada entre os dias 31 de outubro e 03 de novembro, mostra que se a eleição fosse hoje, Amazonino teria apenas 20% dos votos da capital, 1/3 a menos do que o obtido na eleição suplementar. Na intenção de voto para governador,  a pesquisa indica que o eleitor quer renovação política: nome novo aparece com 21% dos votos, seguido por Amazonino Mendes, com 20%, e David Almeida, 13%.

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1 comentário

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  1. Henrique disse:

    Mais do mesmo…