Desembargador reconhece autenticidade de vídeo explícito e emite nota dizendo que foi chantageado

Desembargador Jorge Manoel Lopes Lins teve um vídeo com conteúdo explícito vazado na internet e, em nota, diz ter sofrido chantagem e extorsão sobre o conteúdo privado. Ele acionou os meios legais para identificar a autoria da divulgação e os responsáveis. Foto: Arquivo TJAM

O desembargador Jorge Manoel Lopes Lins, vice-presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que teve um vídeo com material sexual explícito vazado na Internet nos últimos dias, onde o mesmo aparece se masturbando, e que viralizou nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, emitiu nota nesta quarta-feira (1) sobre o conteúdo.

O magistrado explica que o vídeo foi realizado dentro de uma relação privada e consentida, sem qualquer intenção de ser publicado e de causar escândalo, mas que acabou furtado, por meios desconhecidos, sendo a autoria do furto alvo de investigação policial em curso.

Lopes Lins diz que vem sendo “vítima de uma conduta criminosa, consistente na publicação com conteúdo íntimo que, de forma ainda desconhecida, chegou às mãos de pessoa inescrupulosa”, mas adianta que assim que tomou conhecimento da divulgação, ingressou com medidas judiciais cabíveis e está no aguardo das providências determinadas pela Justiça.

O Portal teve acesso ao vídeo cerca de uma semana, mas decidiu não publicá-lo em respeito ao leitor. Trata-se de material explícito e que não contribui em nada para a atividade pública.

Extorsão

Além da exposição, o desembargador revela que foi vítima de tentativa de extorsão “por uma pessoa que se utilizava de perfil falso em rede social”, a qual o chantageou para que pagasse um valor em dinheiro, sob pena de ter o vídeo divulgado.

Na nota, Lopes Lins afirma que teve sua imagem exposta de forma prejudicial e com o único intuito de promover a “minha desmoralização, considerando, sobretudo, a projeção profissional que possuo no âmbito do Poder Judiciário amazonense”.

As investigações serão acompanhadas por um desembargador designado pela presidência do Tribunal de Justiça.

TJAM

Também por meio de nota, o desembargador Flávio Pascarelli, presidente do TJAM, em relação ao vazamento de vídeo íntimo envolvendo um dos magistrados da Corte, afirma que em princípio entende que ele foi vítima de um crime de internet.

“Tratando-se, portanto, de um fato isolado e que já vem sendo investigado pelas autoridades policiais para a devida apuração do ocorrido”, falou o presidente.

Leia a íntegra da Nota de Esclarecimento do desembargador:

Prezados amigos,

Venho a público manifestar-me sobre um vídeo disponibilizado no Facebook por um perfil falso, em nome de Solanda Costa, e que também vem sendo publicado em grupos de Whatsapp e portais de notícia, com o intuito de viabilizar a propagação do respectivo conteúdo.

Como já ocorrido com outras pessoas públicas, fui igualmente vítima de uma conduta criminosa, consistente na publicação de um vídeo com conteúdo íntimo que, de forma ainda desconhecida, chegou às mãos de pessoa inescrupulosa, que expôs a minha imagem de forma prejudicial e com o único intuito de promover a minha desmoralização, considerando, sobretudo, a projeção profissional que possuo no âmbito do Poder Judiciário amazonense.

Tal vídeo foi furtado, por meios desconhecidos, de modo que ainda não tenho como identificar em quais circunstâncias tal fato ocorreu, existindo, por isso, uma investigação em curso para comprovar a autoria dessa conduta.

Destaco que esse vídeo foi realizado dentro de uma relação privada, sem qualquer intenção de ser publicado e de causar escândalo, tampouco de provocar a falta de decoro, sendo este o objetivo de quem obteve o vídeo de forma ilícita e de quem o divulgou em redes sociais e em grupos de aplicativos de mensagens.

Faço questão de ressaltar que, antes da divulgação do vídeo, também fui vítima de tentativa de extorsão por uma pessoa que se utilizava de perfil falso em rede social, a qual me chantageou para que eu pagasse determinada quantia em dinheiro, sob pena de ter o conteúdo do vídeo divulgado, exigência esta que não aceitei, contrariando, com isso, os interesses sórdidos desse malfeitor.

Assim, resta patente que a publicação do vídeo ocorreu de forma intencional para causar dano ao meu meio social e familiar, distorcendo e transformando um ato praticado em uma relação privada em ato imoral, tentando desviar o foco da conduta que foi de fato perpetrada, consistente em ato criminoso.

Registro que, tão logo tomei conhecimento da divulgação do vídeo via Facebook, ingressei com as providências judiciais cabíveis e estou no aguardo do cumprimento das medidas legais determinadas pela Justiça.

Ademais, registro que esse fato não passará impune e que não descansarei até que todas as providências cabíveis e possíveis sejam tomadas perante as autoridades policiais e judiciárias para que o autor da referida publicação seja identificado e responsabilizado de acordo com os rigores da lei.

Por fim, agradeço a todos que se manifestaram de forma solidária e compreensiva diante desse lamentável episódio.

 

Manaus, 1º de novembro de 2017

Desembargador Jorge Manoel Lopes Lins

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