Acusados de chacina bárbara no Alvorada são condenados a penas que variam de 18 a 87 anos de prisão

Tribunal do Júri deu sentença para os três acusados de chacina contra mulher, uma adolescente e uma criança de 6 anos, de crime cometido em 2013. Decisão saiu na madrugada de hoje. Foto: Divulgação TJAM

O Conselho de Sentença da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus julgou e condenou, nesta terça-feira (31), Ellice Dária da Silva Lira, o “Sine”, Adriano Rosa de Lima e Suedson Monteiro de Souza, o “Neguinho”, pelas mortes de Juliana Silva de Moura, 28, Stefany Silva de Lima, 13, e Sofia Silva de Moura, 6.

Entre os crimes em julgamento, houve uma tentativa de homicídio contra Sebastião de Souza Almeida, 65, e estupro praticado contra a adolescente Stefany Silva de Lima, pelo acusado Suedson Monteiro de Souza.

A maior pena foi aplicada a Suedson, condenado a 87 anos, um mês e 12 dias de prisão em regime fechado. Adriano Rosa de Lima foi condenado a 70 anos, 10 meses e dois dias, de reclusão em regime fechado.

Menor pena

Pena menor foi aplicada a Ellice Dária da Silva Lira, condenada a 18 anos, 10 meses e 22 dias, de reclusão em regime fechado. Ela está em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica e assim permanecerá até que seja julgado o recurso no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

A sessão de julgamento foi presidida pelo juiz Rafael Rodrigo da Silva Raposo. O Ministério Público do Estado do Amazonas esteve representado pelo promotor de justiça Edinaldo Aquino de Medeiros.

Os defensores públicos Inácio de Araújo Navarro e Luise Torres Lima atuaram na defesa dos réus. O julgamento durou mais de 15 horas e o juiz leu a sentença à 1 hora da manhã desta quarta-feira (1º de novembro).

Circunstâncias

O crime foi praticado no dia 28 de abril de 2013, na residência número 52 da rua 9, bairro Alvorada e, segundo denúncia do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE), a chacina teria sido motivada por uma vingança.

Consta nos autos que a primeira vítima, Sebastião de Souza Almeida estava convivendo há 5 anos com Juliana Silva Moura, prima da acusada Ellice Dária.

Almeida possuía vários bens imóveis, que lhe dava uma boa renda mensal. Isso despertou a atenção dos acusados, que teve como mentoras do crime a própria vítima Juliana e sua prima Ellice Dária, que acertou os detalhes com seu companheiro Adriano. O outro acusado, Suedson Monteiro de Souza “Neguinho”, foi convidado por Adriano.

Cúmplices

No dia do crime, Juliana levou Almeida para um bar onde consumiam bebidas alcoólicas. Juliana havia combinado de embebedar Almeida e convencê-lo a ir para casa onde os demais cúmplices praticariam o roubo. Com tudo acertado, todos rumaram para casa de Almeida. Ao adentrar o portão ele foi surpreendido com golpes de coronha de revólver na cabeça, amarrado e esfaqueado.

Almeida ainda sobreviveu depois que se fingiu de morto. Como não foi encontrado o dinheiro na casa, Adriano, Ellice Dária e Suedson se revoltaram contra Juliana e a mataram com golpes de faca. Nesse momento as duas meninas que estavam dormindo se assustaram com o barulho e foram atacadas e mortas a golpes de faca.

Assim que os laudos ficaram prontos foi detectado que a vítima Stefany Silva de Lima teria sido estuprada. Com isso, o promotor Edinaldo Aquino de Medeiros pediu um aditamento ao processo e, a partir dos exames de DNA, ficou comprovado que o material encontrado no corpo da adolescente era de Suedson Monteiro.

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