Instituto Soka, japonês, que recolhe sementes e refloresta na Zona Leste, mostra importância das reservas particulares

O Instituto Soka recolhe mensalmente 4 mil sementes da Floresta Amazônica

Instituto Soka reflorestou área próxima ao Encontro das Águas

O Brasil conta, atualmente, com 1.371 Reservas Particular de Patrimônio Natural (RPPN), totalizando 780 mil hectares. A área equivale a 780 mil campos de futebol. Estes dados foram apresentados durante o II Encontro das RPPN’s do Estado do Amazonas – Práticas e Fortalecimentos das RPPN’s do Amazonas, sábado (21/10). O evento ocorreu no Instituto Soka Centro de Pesquisas e Projetos Ambientais do Amazonas (Cepeam). O Soka é gestor da RPPN Dr. Marcelo Raseira, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica Daisaku Ikeda, na zona Leste de Manaus.

Marcelo Raseira é coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Trata-se de autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ele explicou que o crescimento acelerado e desordenado da região metropolitana de Manaus tem promovido a fragmentação da vegetação florestal. Isso tem gerado impactos negativos sobre a fauna e a flora locais. “Uma das espécies mais afetadas é o Sauim-de-Coleira, criticamente ameaçada, constando na lista nacional oficial das ameaçadas de extinção, conforme portaria do MMA”, apontou.

Segundo Marcelo, as RPPN’s têm um importante papel no processo de conservação do Saium-de-Coleira. Na maior parte delas há o registro da ocorrência deste primata. Além disso, as PRRN’s contribuem para a manutenção de fragmentos florestais que ainda possibilitam a conectividade em éreas urbanas e rurais.

Segundo Marcelo, o objetivo do II encontro foi o de atualizar informações sobre o movimento RPPNista no Amazonas. Buscou a elaboração conjunta de um plano de manejo e discutir maneiras de fortalecê-las na região.

 

Reservas particulares e sua importância

Aldizio Oliveira Filho, coordenador de Criação de Unidades de Conservação do ICMBio, informou que a Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma unidade de conservação de domínio privado. O objetivo é conservar a diversidade biológica, gravada com perpetuidade. “As RPPN’s têm uma importância central. Contribuem para ampliação das áreas protegidas no País. Possuem grande poder de difusor regional, diversificando atividades econômicas e criando novas oportunidades de emprego e renda na região”.

Aldizio ressaltou que as RPPN’s possibilitam a participação da iniciativa privada no esforço nacional da conservação da natureza, apresentando índices altamente positivos na relação custo-benefício. “São importantes áreas para o estabelecimento de estratégias de conservação, especialmente em biomas muito fragmentados”, disse.

O Estado com o maior número de RPPN’s no Brasil é Minas Gerias, com 280. Na região Norte, o Amazonas é o que tem mais este tipo de unidade de conservação, contando com 20. Tocantins tem 10 e Acre tem um.

Das 1.371 RPPN’s em todo o Brasil, 672 são federais, abrangendo uma área equivalente a 516 mil hectares. Percentualmente, 76% das RPPN’s são propriedades de pessoas físicas, 19% de empresas e 5% de organizações não-governamentais (ONG’s).

As atividades permitidas dentro das RPPN’s são a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.

 

Exemplo

O diretor do Instituto Soka-Cepeam, Edson Akira Sato, que faz a gestão da RPPN Federal Dr. Daisaku Ikeda, na Zona Leste de Manaus, explica que a área de 52 hectares do instituto, em frente ao Encontro das Águas, é exemplo. O meio ambiente, em médio e longo prazo, correspondem ao impacto positivo do homem sobre o seu meio ambiente. “No início do século passado, esta área do Instituto Soka foi amplamente devastada. Abrigava uma olaria e a madeira das árvores foi utilizada para fazer carvão. Então, tínhamos uma área com uma floresta sem nenhuma espécie amazônica de valor”, explicou.

Sato conta que no início da década de 90, o presidente da Soka Gakkai Internacional, Daisaku Ikeda, idealizou a criação do Instituto Soka Cepeam. A preocupação fundamental é da sustentabilidade, tendo o foco na educação ambiental para a mudança de pensamento do homem na relação com seu ambiente. “Esta área mostra como o manejo humano pode impactar de forma totalmente positiva sobre o meio ambiente. Após 27 anos, esta área está toda reflorestada com espécies amazônicas. E como houve muita devastação nas áreas ao redor do Cepeam, aqui acabou se transformando em um viveiro de animais silvestres que buscam refúgio”, destacou.

Parceria Instituto Soka com TJAM ‘uma muda por criança’

O Instituto Soka-Cepeam é parceira do Tribunal de Justiça do Amazonas, por meio da Corregedoria-Geral de Justiça, no projeto Sementes da Vida. O projeto realiza a doação de uma árvore para cada criança nascida em Manaus. O serviço já está em funcionamento na maternidade municipal Moura Tapajós, desde julho deste ano. De lá para cá, 600 pais já receberam, junto com a Certidão de Nascimento do filho, uma certidão de plantio informando a localização georeferenciada da muda destinada à criança.

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