O tenente Odelismar Alves fez um parto na noite desta segunda-feira, quando uma jovem de 24 anos deu à luz dentro de um carro. PM só tinha uma luva e cortou o cordão umbilical com um canivete. Foto: Divulgação
Uma jovem de 24 anos, Daiane Franco Lopes, deu à luz dentro de um veículo na noite desta segunda-feira (16), na zona Oeste de Manaus. A criança nasceu com ajuda de policiais militares da 20ª Companhia Interativa comunitária (Cicom), que trafegavam pela avenida Coronel Teixeira, no momento em que a jovem sentia fortes dores e pedia ajuda.
Segundo o tenente Odelismar Alves, Daiane, grávida de 7 meses, começou a sentir fortes contrações em casa, no Parque Riachuelo. Ela ainda ligou para o Samu, mas devido às dores do parto, resolveu pedir ajuda de quem passava pela rua.
Ao perceber o estado da gestante, um homem deu carona para ela e partiram em busca de um hospital. No caminho, na rotatória entre as avenidas Tarumã e Coronel Teixeira, o homem parou o veículo e chamou atenção de policiais que trafegavam na área, pedindo ajuda.
“Eles nos pediram socorro, quando percebi a senhora estava em trabalho de parto. Pensei, Meu Deus e agora. Fomos abrindo caminho para chegar até a maternidade Moura Tapajós, mas no caminho a bolsa estourou”, contou o PM Odelismar.
“Peguei uma única luva que tinha e ajudei no parto, segurei a menina. Não tinha outro jeito. Usei um canivete para cortar o cordão umbilical. Só Deus, nesses momentos, para nós colocar nessa hora. Foi muito emocionante”, disse o tenente.
Ele falou que enquanto segurava a criança, o cabo Davi Praia, o condutor do veículo e outras pessoas que passaram pelo local ajudavam a acalmar a mãe. “Dá muita aflição, porque muita gente chegou e não é uma situação fácil. Parto é um procedimento complicado e não tínhamos nada lá no carro”, explicou o tenente.
Emoção
E a emoção de segurar o bebê nos braços e ouvir seu choro foi enorme. “Quando ela nasceu, ficou caladinha. Dei um tapinha mo bumbum de leve e ela gritou. Fiquei muito contente”. A criança se chamaria Vitória.
O tenente contou que a vida de PM vai muito além de prender meliantes nas ruas. “A gente aparta briga de casal, de vizinho, convence pessoas de não cometer cometer suicídio, falando que nossa vida não é diferente daquelas pessoas. Nos colocamos no lugar dela. Somos policiais, mas acabamos também fazendo às vezes de psicólogo e até de parteiro. Tudo o que passa no dia a dia da cidade, a Polícia Militar está presente”, disse Odelismar.
Após realizar o parto, os policiais encaminharam a jovem e a criança para a maternidade Moura Tapajós, no bairro Compensa.
Por Marcos Santos
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