Está nas mãos de Amazonino decidir como termina o ciclo de Prosamim, ponte, arena e AM-070… prestes a virar comédia

Obras são necessárias e estão aí, aguardando governador que cumpra o dever de usá-los devidamente

Grandes obras: para que serão utilizadas?

Amazonino tomou posse. É o governador. Tem sobre os ombros a responsabilidade de “arrumar a casa”, como prometeu antes, durante e depois da campanha da eleição suplementar. Mais que isso. De sua atuação depende o desfecho de um ciclo que se afigurava virtuoso, com obras grandiosas – ponte Rio Negro, Prosamim, Arena da Amazônia, duplicação da rodovia Manaus-Manacapuru, a AM-070 – e que pode terminar em tragicomédia, com processos envolvendo propina e explosões de egos, no lugar de propulsionar o desenvolvimento do Amazonas.

Ponte, Prosamim, Arena e duplicação da AM-070, muitos dirão, são todas obras inspiradas, iniciadas ou parcialmente realizadas na gestão Eduardo Braga, agora frontalmente rejeitado nas urnas, pela segunda vez.

Ocorre que Braga não tem conseguido defender suas realizações e todas, sem exceção, passam por contestações.

O Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), o menos contestado, não cuidou como devia das águas e foi objeto de insight (tirada, estalo) de Amazonino, num debate de campanha com Eduardo: “Você gosta de endividar o Estado, hein?”, atacou Amazonino. O custo da ponte e da Arena são contestados, com o estádio levando Braga e Omar Aziz ao banco dos suspeitos da Operação Lava Jato.

A duplicação da rodovia AM-070 nasceu subdimensionada. Basta lembrar que, na década de 1980, o prefeito Jorge Teixeira construiu a Djalma Batista com quatro pistas de cada lado – o que levou os adversários a taxá-lo de “megalomaníaco”. Hoje é só ver os engarrafamentos na via para perceber que Teixeira foi até modesto. O que dizer da AM-070, que nasce com apenas duas pistas de cada lado e vai receber diversos prédios ao longo da calha, além da Cidade Universitária da UEA? Já nasce engarrafada.

Essa obra chega, invicta, isto é, sem inauguração, ao quinto governador consecutivo, Braga, Omar, Melo, David e agora Amazonino. E o dinheiro, um empréstimo do BNDES, está disponível. É demais.

Todas essas obras são necessárias e mexem com a autoestima do amazonense, que deveria passar a encarar realizações grandiosas como essas com um “é possível fazer”. A execução e o uso delas, porém, ameaça inverter o ditado e transformar uma limonada num limão.

Amazonino, o governador agora empossado, redescoberto e cheio de inesperado entusiasmo, é dono do mandato que servirá de corolário para tudo isso. Ou se usa as obras como fator de crescimento ou elas vão mesmo para o limbo. O tempo urge.

Para não ficar na cobrança:

Prosamim – tem que fazer uma revisão que contemple a recuperação de igarapés. Ao mesmo tempo, obras como a da invasão Arthur Bernardes, na ponte do São Jorge, aterrada várias vezes e que escoa com a enchentes, são um escárnio para a população. Tem que prosseguir e ser concluído.

Rodovia Manaus-Manacapuru – É preciso fazer arranjo econômico-produtivo e plano diretor do lado de Iranduba e Manacapuru. É preciso estudo para obras de uma “rodovia local” – como na Marginal Tietê, em São Paulo – entre Manaus e a Cidade Universitária, pelo menos, para aumentar a caixa desde logo.

Arena – Assim como a ponte, que perdeu primeiro a ciclovia e depois a torre de observação turística – enquanto aumentava de preço -, a Arena da Amazônia ficou mais cara à medida que deixava de ser um shopping, como os estádios do Real Madrid e Bayern (inspiração da Arena) e todos os mais modernos. Ela “pulou essa parte”. Mas ficou a ideia da Arena Multiuso, servindo tanto para futebol quanto para espetáculos, shows, eventos diversos. Está na hora de implementar isso, sem que sirva apenas para engordar o faturamento de empresas privadas. O Estado pode e deve ficar com a parte do leão.

Ponte – Concluindo a estrada e ordenando a ocupação dela (arranjo econômico-produtivo e plano diretor) a ponte ganhará outra dimensão.

Se é para arregaçar as mangas, aí estão bons exemplos de como fazê-lo.

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2 comentários

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  1. Henrique disse:

    Marcos, até acho louvável suas ideias para o desenvolvimento de nossa cidade, de nosso estado, mas, lá no fundo, sabemos que nunca sairemos dessa letargia… culpa desses políticos ladrões, desses secretários babões e incompetentes, mas principalmente do povo, q hora sim e a outra também teconduz múmias à vida política.

  2. Jorge disse:

    Excetuando o PROSAMIN, todas as demais são inúteis e/ou insustentáveis do ponto de vista econômico!

    A maldita Ponte, foi construída com um único objetivo: roubar!
    Achando pouco, inventaram o tal campus da UEA e a duplicação da AM-070.
    O primeiro repete o erro do Campus da UFAM – subutilizado, com altissimo custo de manutenção, e retirando a universidade de bairros e de perto da comunidade que se beneficia do seu entorno. O certo é suspender a obra, mante4 a UEA espalhada nos bairros da cidade e utilizar o que já foi construído para uma das escolas apenas.
    A segunda, nunca teve justificativa econômica que justificasse sequer seu asfaltamento – não há produção agrícola ou mineral para ser transportada!

    A ARENA foi útil duran5e a Copa, e só… se for implodida custa mais barato aos cofres públicos -é um projeto megalomaníaco, sem nenhuma viabilidade econômica.