EXCLUSIVO: Sucessor de Robério Braga alfineta afirmando que “cultura não é só evento”

Denilson Novo, aos 38 anos, vai substituir Robério Braga, que passou mais de 20 anos à frente da SEC. Principais metas do novo secretário são buscar parcerias e fomentar a economia cultural: “Cultura é rentável, sim”, afirmou durante a diplomação do governador. Foto: Reprodução Facebook

Chega ao fim a gestão de Robério Braga à frente da Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas, após mais de duas décadas de gestão. O guitarrista da banda Tucumanus, redator publicitário e apaixonado por aventuras pela Amazônia, Denilson Novo, 38, foi anunciado nesta segunda-feira (2) como o novo titular da pasta.

Robério passou por praticamente cinco governadores – contando o interino: inclusive Amazonino, Eduardo Braga, Omar Aziz, José Melo e agora David Almeida. À frente da SEC, criou a Amazonas Filarmônica e o Festival Amazonas de Ópera.

Denilson assume sabendo de toda a responsabilidade que terá pela frente para transformar a cultura do Amazonas num moinho com engrenagens para movimentar a economia no Estado e valorizar as raízes amazonenses, porque o cultural não está só em fazer eventos.

“Os eventos são importantes, mas precisamos criar moinhos para que esses ventos passem e façam mover a economia por mais tempo, gerando energia cultural o ano todo. Cultura pode ser rentável, sim, gerando muitas oportunidades e desenvolvimento na capital e nas cidades do Estado”, falou o secretário, em entrevista exclusiva ao Portal Marcos Santos, durante a cerimônia de diplomação de Amazonino Mendes.

Denilson contou que o convite chegou de surpresa a ele e que sua aproximação com o governador eleito vem de anos, quando atuou na gestão de Amazonino como prefeito, quando a jornalista Celes Borges foi secretária de Comunicação e ele trabalhava na Diretoria de Marketing e Publicidade. “Estreitamos os laços desde lá e agora tive a honrosa surpresa de receber esse convite. Espero atender a expectativa do governador”.

Para isso, o novo secretário planeja expandir oportunidades culturais para o interior, aos beiradões, ribeirinhos e povos indígenas, usando a cultura amazonense em vários ambientes, do urbano ao natural. “Uma palavra-chave é parceria. Precisamos entender a cultura além de eventos, como algo que tem a ver com o que a gente se alimenta, com a arte. Sou artista, sou amazonense e apaixonado pelos nossos valores”.

Aos 38 anos, o novo secretário afirmou que não se pode negligenciar o trabalho realizado na cultura e que existem muitos projetos maravilhosos em prática. Mas que é preciso potencializar o que vem dando certo e dar oportunidades para outras regiões e populações terem acesso à bagagem cultural disponível na SEC.

“Em todo o interior, em cada Município, existe uma grande festa, que muitas vezes depende de um período do ano para gerar economia. Vamos descobrir caminhos técnicos de produção cultural para que as cidades possam girar suas engrenagens culturais e fazer valer seus valores, seu modo de viver, por mais tempo”, disse ao Portal.

Para Denilson, o desafio é muito grande, mas mudanças são necessárias e seguem uma lei natural do universo, a da impermanência. “Temos que dar continuidade ao que deu certo e buscar projetos para difundir muito mais a cultura no Amazonas. A cultura é como a gente vive, como a gente respira”.

Os Festivais

Sobre os festivais, uma assinatura da SEC e de Robério Braga, Denilson garantiu que é inquestionável o sucesso de muitos, como o Festival de Ópera, no entanto, precisam ir além: “O de ópera é um exemplo, que tem uma estrutura gigante, que movimenta de costureiras a artistas, estudantes, um volume enorme. É um trabalho lindo, mas que deve se estender por mais de uma época e atender outras demandas, outras cidades. Novamente é preciso vislumbrar soluções econômicas para a cultura”.

Quanto a ser artista da banda Tucumanus, onde é guitarrista, Denilson Novo contou que tudo ocorreu de forma inesperada, mas que a música está na sua vida e faz parte de como ele é.

“Ajuda a enxergar a realidade que vivo. Continuo como cidadão comum e o fato de ser artista facilita a possibilidade de trabalhar e dialogar melhor com as classes artísticas. Espero que a classe esteja feliz com minha nomeação. Vamos buscar parcerias e diminuir diferenças para caminhar e evoluir”, finalizou o novo secretário.

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1 comentário

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  1. Observador disse:

    Esse tem que comer muito feijão com arroz, aliás, uma feijoada completa para falar do trabalho do Robério Braga.