Um dos suspeitos do latrocínio de britânica é executado por grupo de traficantes em Coari

Evanilson Gomes, o “Baía” (foto acima, à esquerda), foi executado por traficantes que estariam atrás de objetos da estrangeira, que foram localizados em boca de fumo em Coari. Ele chegou a ser socorrido após levar três tiros, mas não resistiu e morreu hoje. Fotos: Reprodução

Evanilson Gomes da Costa, 24, um dos suspeitos de participar do latrocínio da atleta britânica Emma Kelty, 43, foi assassinado na noite desta terça-feira (19), no Município de Coari (distante 363 quilômetros de Manaus). As informações foram confirmadas pela Polícia Civil do Amazonas e pela Delegacia de Coari, que instaurou inquérito sobre o crime da estrangeira.

Apontado como autor do tiro de espingarda que matou a atleta, Evanilson, também conhecido como “Baía”, teria sido executado por traficantes que atuam na área. Os suspeitos mataram “Baía” para roubar possíveis objetos da britânica, como ouro e dinheiro.

Evanilson chegou a ser socorrido e levado para o hospital de Coari, mas não resistiu aos três tiros que levou, dois na perna e um no abdômen, e morreu antes de ser preso. “Positivo, o suspeito morreu no Hospital em Coari, na manhã de hoje (20) após trocar tiros com grupo rival que queria roubar os pertences roubados da inglesa”, disse o delegado geral adjunto Ivo Martins.

O procurado da polícia estava no bairro do Pêra e foi removido do local por policiais do 5º Batalhão de Polícia Militar. Segundo investigações, “Baía” teria ficado com uma câmera fotográfica, celular e drone da inglesa, que teria trocado por drogas em uma boca de fumo.

As investigações do caso estão sendo conduzidas pelo titular da Delegacia Regional de Coari, Barradas Júnior junto à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

As buscas pelo corpo continuam e são realizadas pela Marinha em parceria com mergulhadores do Corpo de Bombeiros, no rio Solimões, onde seu corpo teria sido jogado, segundo indicações de um adolescente de 17 anos, também apreendido, que contou detalhes do crime à polícia.

O caso

A preocupação em encobertar o roubo de dois celulares e uma câmera GoPro teria feito com que um grupo de assaltantes matassem a canoísta britânica Emma Kelty, de 43 anos, que desapareceu às margens do Rio Solimões no último dia 13.

Essa é a conclusão preliminar do delegado-geral da Polícia Civil no Amazonas Frederico Mendes, responsável pela investigação do caso. De acordo com eles, que falou à BBC Brasil com exclusividade, um adolescente de 17 anos foi apreendido após confessar a participação no crime.

Foi o jovem quem relatou os detalhes da ação. De acordo com a confissão do menor, ele agiu com a ajuda de outros seis comparsas – já identificados pela Polícia Civil. No fim da tarde desta terça, a polícia apreendeu mais um menor e prendeu um homem, todos suspeitos de participar do crime. Outras quatro pessoas tiveram a prisão preventiva decretada.

Com base no depoimento do adolescente, o delegado-geral disse que Kelty estava acampada na ilha do Bueiro, próximo à comunidade de Lauro Sodré, em Coari (AM), quando foi abordada por “barrigas d’água” ou “ratos d’água” – como são conhecidos ladrões de objetos de pequeno valor na região.

Dois homens teriam feito a primeira abordagem à canoísta e, em seguida, outros cinco criminosos – entre eles, o adolescente – reforçado a ação. O grupo teria roubado os objetos pessoais da mulher, como dois celulares, uma câmera GoPro, um tablet e dinheiro em espécie.

“Como sabiam que a turista já teria visitado e conhecia a comunidade, os marginais quiseram encobrir a autoria do crime por medo de serem descobertos. Por isso, resolveram executá-la”, conta o delegado-geral.

A execução teria sido feita com dois tiros de uma espingarda calibre 20 e o corpo, jogado no rio em seguida. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros, com a ajuda da Marinha e Polícia Civil, fazem buscas na região em busca da canoísta. O caiaque e o colete salva-vidas da britânica foram encontrados e apreendidos para perícia.

O delegado-geral objetos pessoais de Kelty também foram localizados. Os assaltantes tentaram negociar parte desses objetos com moradores de comunidades na região.

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