Mais um suspeito do latrocínio de britânica é preso em Coari. Dois estão foragidos e um morto

Artur Gomes da Silva, conhecido como “Beira”, suspeito de participar do latrocínio da esportista britânica Emma Kelty foi preso hoje em Coari. Foto: Reprodução

Artur Gomes da Silva, conhecido como “Beira”, suspeito de participar do latrocínio da esportista britânica Emma Kelty, 43, foi preso nesta quarta-feira (20), no município de Coari (distante 363 quilômetros de Manaus). Das sete pessoas envolvidas no crime, outras duas ainda estão foragidas.

A inglesa foi morta com dois tiros de espingarda durante uma expedição de caiaque pelo Amazonas. Ela foi assassinada quando atravessava pelo rio Solimões, entre as cidades de Codjás e Coari. Ao todo, quatro suspeitos foram detidos, entre eles um adolescente de 17 anos.

O delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Frederico Mendes, e o delegado-geral adjunto da instituição, Ivo Martins, deram detalhes do latrocínio e sobre as investigações, que contam com os trabalhos realizados em parceria com o Comando do 9° Distrito Naval (Com9ºDN) da Marinha do Brasil, Polícia Militar do Amazonas e Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM).

Até o momento um adolescente de 17 anos foi apreendido e dois elementos, identificados como Jardel Pinheiro Gomes, 19, o “Kael”, e Erinei Ferreira da Silva, 28, conhecido como “Alfinete”, foram presos por envolvimento no delito. Em depoimento, “Kael” mentiu sobre a idade e disse que tinha 17 anos, o que foi desmentido durante a apresentação dos suspeitos.

Assassinado

Evanilson Gomes da Costa, chamado de “Baia”, também envolvido no latrocínio da britânica, foi vítima de homicídio corrido na madrugada desta quarta-feira (20), em Coari, por um grupo rival de traficantes que buscavam roubar os objetos da inglesa.

Segundo o delegado José Afonso Barradas, titular da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari, “Baia” estava na casa onde morava, situada no beco Maria Almeida, bairro do Pera, no momento em que um homem, que já foi identificado pela polícia, entrou na residência e efetuou vários disparos de arma de fogo que atingiram diferentes partes do corpo de Evanilson, que chegou a ser socorrido, mas foi a óbito por volta das 8h30, no Hospital Regional de Coari – Doutor Odair Carlos Geraldo.

No hospital, “Baia” contou que ele e os comparsas foram vender os pertences roubados da vítima e gastaram o dinheiro dela.

“Ele disse que nas comunidades em que ele e os comparsas passaram para vender os objetos da vítima, ele teria ficado se vangloriando, anunciando que estava com muito dinheiro e também com uma quantidade de ouro. “Baia” enfatizou, também, que por esse motivo um homem, já identificado, armou uma emboscada para ele”, declarou o titular da DIP de Coari.

O delegado-geral adjunto explicou que sete indivíduos participaram do crime. Dois deles continuam foragidos: Os dois irmãos de “Alfinete”, Erimar Ferreira da Silva, chamado de “Chico”, e Nilson Ferreira da Silva, o “Zé Preto”. Os elementos já tiveram as prisões preventivas decretadas e estão sendo procurados pela polícia.
Segundo as investigações, o grupo queria apenas roubar a britânica.

Quando passavam pela Ilha do Boieiro, onde a barraca da vítima estava armada, cometeram o crime. Na ocasião, “Baia” saiu da canoa e efetuou dois disparos em direção à barraca, utilizando uma espingarda calibre 20, de cano serrado. Eles a roubaram e furaram o caiaque da vítima”, explicou Ivo Martins.

Depois dos tiros e roubo, o grupo jogou o corpo da esportista no rio Solimões, usando uma canoal. Os sete infratores tentaram vender os objetos roubados da vítima, dentre eles dois aparelhos celulares, um tablet e um Drone, em comunidades dos municípios de Codajás e Coari.

Os moradores da Comunidade Lauro Sodré, que viram a britânica Emma Kelty ainda com vida, passar em um caiaque em frente ao lugar, foram ouvidos pelos policiais civis como testemunhas.

Perícia

A canoa e o caiaque serão periciados em Manaus. “Acreditamos que alguns materiais biológicos da vítima serão encontrados nos dois objetos. A investigação em torno do caso está apenas começando. Estamos trabalhando para prender os outros infratores e recuperar os materiais subtraídos da britânica”, declarou Martins.

Equipes da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas continuam as buscas para tentar localizar o corpo da esportista, refazendo o trajeto percorrido por Emma Kelty nas proximidades do local onde o adolescente apontou que o grupo teria abandonado o corpo dela.
Entenda o caso

Na última quarta-feira (13), por volta das 22h, uma empresa ligou para o Comando do 9° Distrito Naval (Com9ºDN) informando que o localizador de emergência da britânica Emma Kelty, que estaria realizando canoagem esportiva no rio Solimões, havia sido acionado.

Na manhã de quinta-feira, a Marinha do Brasil iniciou as buscas para tentar localizar a britânica. Já na tarde de sexta-feira, dia 15, alguns objetos de Emma Kelty, como roupas, sapatos e o caiaque foram encontrados na comunidade Lauro Sodré.

No último domingo, dia 17, a Marinha do Brasil encaminhou os objetos ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi realizado o Auto de Exibição dos materiais. Na DIP de Coari foi instaurado um Inquérito Policial, 44/2017, para investigar o caso.

A Polícia Civil do Amazonas, assim que foi acionada pela Marinha do Brasil, enviou uma equipe, composta por sete investigadores lotados no Departamento de Polícia do Interior (DPI), quatro investigadores que atuam na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e dois escrivães da instituição, ao município de Codajás para auxiliar nas diligências em torno do caso.

O delegado-geral adjunto, Ivo Martins; o diretor do DPI, delegado Mariolino Brito; o delegado Raphael Campos, adjunto da DEHS; e o delegado Paulo Gadelha, titular da 79ª DIP de Anori, município distante 195 quilômetros em linha reta de Manaus, também estiveram nos municípios de Codajás e Coari para ajudar nas investigações.

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