Ministério das Relações Exteriores confirma morte por latrocínio de britânica desaparecida no rio Solimões

Esportista, Emma Kelty fazia um diário de bordo de sua viagem pela Amazônia pelas redes sociais. No último dia 12, o equipamento de rastreamento de urgência do seu caiaque foi acionado. Marinha do Brasil fez buscas na região, mas só encontrou objetos e o caiaque. Foto: Reprodução

Agências e da Redação

A britânica Emma Kelty, de 43 anos, que estava desaparecida no rio Solimões, no Amazonas, desde a última quarta-feira, dia 13, teria sido assassinada por um adolescente e piratas do rio. A informação da morte da estrangeira foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, por meio de nota, nesta terça-feira (19).

A Polícia Civil do Amazonas convocou a imprensa local para uma coletiva de imprensa às 17h, e afirmou que o latrocínio foi confirmado no final da tarde desta segunda, após assinatura do Termo de Declaração do adolescente. O site de notícias britânico, BBC, versão brasileira, deu a notícia da morte da esportista, que estava cruzando o Amazonas num caiaque até seus desaparecimento.

Agências e o Ministério informam que um adolescente suspeito foi apreendido no Município de Codajás (distante 240 quilômetros de Manaus), por possível envolvimento no crime. O menor teria participado do homicídio com outras seis pessoas, chamadas de “barrigas d’água”, ou piratas do Amazonas. As investigações apontam para a possibilidade de a britânica ter sido vítima de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Ela teria sido assassinada a tiros.

Entre os objetos que o grupo teria roubado estão uma câmera GoPro, celular, tablet e dinheiro. As investigações apontam que os criminosos teriam tentado vender os objetos.

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, por meio de nota, afirmou que está “apoiando a família da britânica após sua morte no Brasil”. Disse ainda que está em contato com as autoridades brasileiras.

Embora a Polícia Civil tenha confirmado a morte de Kelty, os investigadores da Polícia Civil ainda não localizaram o corpo. A assessoria explicou que a polícia chegou à conclusão de que ela teria sido morta com base na confissão do menor, depoimentos de moradores locais e outros indícios, como o relato de objetos vendidos em Lauro Sodré.

Kelty viajava de caiaque numa jornada que começou no Peru no mês passado e foi interrompida entre as cidades de Codajás e Coari (ambas no Amazonas), na beira do rio Solimões, com o desaparecimento dela.

A atleta usava as redes sociais para documentar a viagem pela Amazônia. No dia 12, um dia antes de seu sumiço, afirmou no Twitter ter avistado de 30 a 50 homens “armados de rifles e flechas” em barcos. A polícia chegou a suspeitar do envolvimento de traficantes que atuam na região com o desaparecimento da britânica.

Em um tuíte no último dia 10, ela ironizou o perigo da região: “Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal”.

Segundo escreveu em um blog, o plano era descer o rio “sem apoio ou assistência”. A postagem foi feita em 9 de agosto, quando ela ainda estava em Iquitos, no Peru. No fim do texto, disse que estava ciente das dificuldades, mas que não tinha nenhum arrependimento.

Na madrugada de 13 de setembro, sua última publicação dizia: “Uma mudança dramática em apenas um dia, mas o rio é assim mesmo. Cada quilômetro é diferente, e só porque uma área é ruim não significa que…”.

Alguns objetos que pertenceriam a ela, como roupas e sapatos, foram encontrados na tarde da última sexta-feira por militares do 9º Distrito da Marinha. Um caiaque idêntico ao das fotos em redes sociais também foi achado.

Os pertences estavam em um banco de areia na comunidade Lauro Sodré, entre Codajás e Coari. O material foi encaminhado à Polícia Civil, que abriu um inquérito para investigar o desaparecimento.

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