Latrocínio de britânica foi para acobertar roubo e buscas continuam pelo seu corpo. Família está vindo de Londres

Polícia Civil vai continuar as buscas por esportista britânica Emma Kelty, 43, cujo corpo ainda não foi localizado no rio Solimões. Foto: Reprodução

Artur Gomes da Silva, o “Beira”, Evanilson Gomes da Costa, o “Baía”, Erimar Ferreira da Silva, chamado de “Chico”, e Nilson Ferreira da Silva, o “Zé Preto”, são os homens procurados pela Polícia Civil do Amazonas como suspeitos envolvidos no latrocínio da esportista britânica Emma Kelty, 43, ocorrido no Município de Codajás (distante 240 quilômetros de Manaus).

Os nomes foram apresentados durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (19), no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), com a presença da Polícia Civil, Marinha do Brasil, 9° Distrito Naval (Com9ºDN), Polícia Militar do Amazonas e Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM).

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Frederico Mendes, a família de Emma Kelty já está em deslocamento para Manaus, vindo de Londres, onde a esportista morava. “Ela foi emboscada e alvejada com dois tiros, colocaram ela numa canoa e a lançaram no meio do rio. Dificilmente estará viva, mas iremos incessantemente buscar o corpo ou qualquer indício de que esteja viva, já que era treinada para fazer a expedição”, falou Mendes, destacando que se trata de uma morte presumida, uma vez que a vítima não foi encontrada.

O inquérito foi instaurado em Coari e o trabalho da Polícia Civil continua. “Infelizmente as investigações levam a um crime ocasional. Os infratores viram uma barraca e teriam saído para cometer assaltos. Atacaram a britânica e atiraram nela, com o intuito de acobertar o crime e tomar seus objetos. Infelizmente a cidadã britânica foi morta em nossas águas”, explicou o delegado adjunto Ivo Martins.

Os sete homens, incluindo dois adolescentes apreendidos, são conhecidos na comunidade. Segundo Ivo Martins, o “Baia” estaria se vangloriando do crime cometido. “O que interessava a ele eram os pertences, como aparelhos celulares, tablete e câmera GoPro”, falou o delegado.

Mesmo após seis dias de buscas pela esportista na área onde seu caiaque foi encontrado num banco de areia, nas margens do rio Solimões, sem sucesso, pela Marinha do Brasil e Corpo de Bombeiros do Amazonas, a polícia ainda trabalha com uma remota possibilidade de poder encontrar Emma viva, já que ela teria sido colocado dentro de uma canoa, ferida, no rio. A hipótese é reforçada porque se trata de uma esportista, acostumada a superar desafios.

Segundo forças da segurança que atuaram integrado, esportista foi morta numa emboscada e alvejada com dois tiros. Fotos: Divulgação PC-AM

Prisões

Na tarde desta terça-feira (19), a Polícia Civil do Amazonas confirmou a prisão de outro envolvido no crime, de Irinei Ferreira da Silva, em Coari, que é irmão de Erimar e Nilson. Conforme a polícia, o latrocínio – roubo seguido de morte – foi confirmado no final da tarde de ontem, após o primeiro adolescente apreendido ter assinado um Termo de Declaração, dando detalhes do assassinato. Segundo ele, a britânica estava acampada num lugar conhecido como Ilha do Boieiro, em frente à comunidade Lauro Sodré, em Coari, quando foi abordada pelo grupo.

Os pertences e objetos de valor da esportista foram roubados e ela teria sido atingida com um tiro de espingarda calibre 20, com o cano serrado. Seu corpo foi jogado nas águas do rio Solimões, segundo o depoimento.

A Marinha do Brasil e o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas continuam as buscas para tentar localizar o corpo da esportista. Os dois órgãos refizeram o trajeto percorrido por ela nas proximidades de onde o adolescente apontou que o grupo teria jogado o corpo.

O caso

No último dia 10, Emma Kelty parecia pressentir perigo na área, onde estava fazendo o trajeto no seu caiaque, sozinha. Ela chegou a publicar na sua conta no Twitter o post: “Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal”.

Moradores da Comunidade Lauro Sodré relataram que viram a britânica Emma Kelty ainda com vida, passar em um caiaque em frente à comunidade, foram ouvidos pelos policiais civis como testemunhas.

Na última quarta-feira, dia 13, por volta das 22h, uma empresa ligou para o Comando do 9° Distrito Naval (Com9ºDN) informando que o localizador de emergência da britânica Emma Kelty, que estaria realizando canoagem esportiva no Rio Solimões, havia sido acionado. Na manhã de quinta-feira, dia 14, a Marinha do Brasil iniciou as buscas para tentar localizar a britânica.

Já na tarde de sexta-feira, dia 15, alguns objetos de Emma Kelty, como roupas, sapatos e o caiaque foram encontrados na Comunidade Lauro Sodré.

No último domingo, dia 17, a Marinha do Brasil encaminhou os objetos ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi realizado o Auto de Exibição dos materiais. Na 78ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), que fica em Codajás, foi instaurado um Inquérito Policial (IP), de números 44/2017, para investigar o caso.

Para o delegado Frederico Mendes, a britânica dificilmente estará viva, mas as buscas ao corpo e qualquer outra pista serão continuadas incessantemente

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *