TCE vai investigar contas do Estado após denúncia de que governador David Almeida gastou fora do permitido

Conselheira relatora das contas do Estado determinou levantamento sobre as operações feitas pelo Governo até a presente data. Foto: Arquivo

A Comissão das Contas do Governo do Amazonas junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) está realizando levantamento sobre as operações financeiro-orçamentárias do governador interino David Almeida, após notícias de supostos gastos fora do que foi determinado, em medida cautelar, pela corte do colegiado.

A decisão foi tomada nesta quarta-feira (14), pela conselheira e presidente em exercício do TCE, Yara Lins dos Santos. Mas, segundo o acompanhamento feito por meio do sistema de Administração Financeira Integrada (AFI), não foi identificado, até o momento, nada além do permitido pela decisão do pleno do Tribunal.

Em caso de descumprimento, tanto o governador quanto o gestor da Comissão Geral de Licitação (CGL) poderão ser multados durante o julgamento das prestações de contas. Se for detectada alguma irregularidade, o TCE poderá suspender, como órgão de controle, o ato. Apesar de ter licitações em andamento, o colegiado, via assessoria técnica, informou que tem acompanhado todos os procedimentos e as licitações seguem os ritos burocráticos legais.

O caso

No último dia 30 de agosto, o pleno do Tribunal de Contas acatou pedido, com medida cautelar, do Ministério Público de Contas (MPC), para que o governador interino David Almeida e seu secretariado suspendessem operações financeiro-orçamentárias que não fossem necessárias e básicas, se abstendo de provocar impacto na gestão futura.

As despesas devem cumprir o que está previsto na Lei Orçamentária do Estado e o Governo não deveria realizar novas licitações e novos contratos, mantendo os gastos limitados ao que preconiza a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e das vedações da Lei de Eleições para o período de fim de mandato.

A representação foi admitida em caráter cautelar pelo pleno, por unanimidade, para resguardar o erário do Estado do Amazonas, segundo voto lido pelo presidente da corte, conselheiro Ari Moutinho. “O governo não está sendo engessado. Pedimos a devida cautela e prudência com o dinheiro público”. O cumprimento é imediato, sob pena de multa por descumprimento. Procedimentos de urgência e prioritários nas áreas básicas, como segurança e saúde, que envolvam despesas adicionais, deverão ser imediatamente comunicados ao TCE para devida apreciação. A decisão não bloqueia as contas do Estado.

O procurador geral de Contas, Carlos Alberto Souza de Almeida, solicitou que o Tribunal tomasse medidas cautelares de controle externo, apresentando despesas realizadas pelo Poder Executivo do governador interino da ordem de R$ 3.850.358.246,25, em transações bancárias, que envolvem pagamentos vinculados e outros.

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