Artistas gravam protesto amazônico contra Temer. Ministro justifica liberação de garimpo. Veja vídeos

Em protesto contra o fim da Renca (Reserva Nacional de Cobre e Associados), um grupo de músicos do Amapá gravou um vídeo que está viralizando nas redes sociais, com uma canção com ataques ao presidente da República, Michel Temer, e em defesa da Amazônia. A Renca é uma área de proteção localizada entre os estados do Pará e do Amapá.

O título da canção já é emblemático – “Temer sai, a Amazônia fica” – e a letra não poupa críticas ao presidente: “SOS Amazônia/Selva amada, mata rica/Fora Temer, Fora Temer/Nossa Amazônia fica”. 

A composição é de Val Milhomem, Enrico di Miceli e Joãozinho Gomes. Os cantores são: Amadeu Cavalcante, João Amorim, Val Milhomem, Enrico di Miceli, Ariel, Brenda Melo, Silmara Lobato, Joãozinho Gomes e Oneide Bastos. E os músicos: Alan Gomes (baixo), Jeffrey Redig (teclado), Fabinho Costa (violão), Huan Moreira (percussão) e Hian Moreira (bateria).

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Veja a letra da música:

Sai pra lá coisa nefasta, 
Tudo que tu toca empesta
Pega o beco, vai, te afasta
Deixa em paz nossa floresta

 

Teu olhar sombrio devasta
Teu decreto nos detesta
Mas a nossa luz é vasta
Vem de dentro da floresta

 

Sai pra lá coisa medonha
Tudo o que toca empestas
Quando pensas na Amazônia
Até Deus no céu protesta

 

Tua fala é enfadonha
Tuas medidas desonestas
Deixa em paz a Amazônia
Vaza da nossa floresta

 

Todos pela Amazônia
Selva amada, mata rica
Fora Temer, fora Temer
Nossa Amazônia fica

 

SOS Amazônia
Selva amada, mata rica
Fora Temer, Fora Temer
Nossa Amazônia fica

 

Volta atrás

O Ministério de Minas e Energia publicou na edição de hoje (5) do Diário Oficial da União portaria que suspende a análise de processos minerários na área da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) até que seja feita discussão com a sociedade e esclarecimentos sobre as condições que levaram à extinção da reserva. A Renca fica em uma região entre os estados do Pará e  Amapá.

A portaria registra que “a análise dos processos minerários, em áreas passíveis de aproveitamento mineral, deve se dar apenas depois de encerrado o processo de discussão com a sociedade de esclarecimentos sobre as condições que levaram à decisão de extinção da Renca e de acordo com os resultados desse processo”.

Conforme o texto a decisão considera a “importância de se discutir com a sociedade sobre as alternativas para a proteção da região” e a “necessidade de proposição de medidas de combate à extração ilegal na região”.

Em 31 de agosto, um dia após a Justiça Federal em Brasília suspender os efeitos do decreto do presidente Michel Temer que extinguiu Renca, o governo havia informado que iria paralisar todos os procedimentos relativos a eventuais direitos minerários na área da reserva.

Segundo nota divulgada na ocasião e assinada pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, será iniciado um “amplo debate” sobre as alternativas para a proteção da região. “Essa iniciativa se dá em respeito às legítimas manifestações da sociedade e a necessidade de esclarecer e discutir as condições que levaram à decisão de extinção da Renca”, diz trecho da nota.

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Decreto

O decreto que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados foi assinado no dia 22 de agosto pelo presidente Michel Temer. A decisão gerou questionamento de ambientalistas, celebridades, da população e até da mídia internacional. “Vergonha! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados”, escreveu no Twitter a modelo brasileira Gisele Bündchen dias depois da edição do decreto. A mensagem recebeu 1,4 mil curtidas e 458 retuites.

A área de proteção foi criada em 1984 pelo governo de João Figueiredo, último presidente do período militar. Na ocasião, foi definida a proteção da área de 47 mil quilômetros quadrados (km²), incrustada em uma região entre os estados do Pará e do Amapá.

Desde então, pesquisa mineral e atividade econômica na área passaram a ser de responsabilidade da Companhia Brasileira de Recursos Minerais (CPRM – Serviço Geológico Brasileiro) ou de empresas autorizadas pela companhia. Além do cobre, estudos geológicos apontam a ocorrência de ouro, manganês, ferro e outros minérios na área.

 

Com informações da Agência Brasil

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2 comentários

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  1. nelson disse:

    Marcos Santos os políticos ou os amazonensses em geral
    deveriam aproveitar a reação mundial contra o ataque a Amazônia e lembrar que a zona Franca de Manaus é uma das maiores proteção desse bioma. A

  2. Elvira Eliza França disse:

    Quando ouvi, pela primeira vez, essa música, fiquei muito emocionada e as lágrimas me vieram aos olhos. Os irmãos do Amapá foram muito felizes em produzir o vídeo, falando em nome de todos os amazônidas que estão contra as decisões autoritárias e golpistas do governo que tenta destruir nosso grande patrimônio da floresta, com todos os seres que nela vivem. Todos estão de parabéns e posso dizer que falaram em meu nome também!