Votos de José Ricardo tiraram Rebecca do 2º turno da eleição e jogaram o PT no colo de Eduardo Braga. A decisão de David Almeida

O cara da kombi atrapalhou a chegada de Rebecca ao 2º Turno

A votação do petista José Ricardo, que lhe deu o quarto lugar no 1º Turno da eleição suplementar para o Governo do Amazonas, dividiu a preferência de quem buscava o “novo” entre o deputado estadual e a ex-superintendente da Suframa, Rebecca Garcia (PP). Os 12% que ele recebeu, juntados aos 18% dela, seriam suficientes para levá-la ao 2º Turno, cobrindo os 25% de Eduardo Braga e a aproximando dos 39% de Amazonino. Melhor ainda se fosse possível aglutinar os votos da outra “nova”, Liliane Araújo, que obteve cerca de 5% da votação. Separados, os “novos” deixaram a eleição justamente para os mais “experientes” do pleito, Amazonino e Braga.

 

Vanessa renasce

A votação expressiva de José Ricardo, por outro lado, jogou o PT no colo de Eduardo Braga. É que ele precisa desesperadamente diminuir a diferença robusta para Amazonino. E tem ao lado a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB). Apagada no cenário local, Vanessa é parte daquele grupo de parlamentares que, contra tudo e contra todos, na chuva e no sol, teima em defender Lula e Dilma. O PT não tem nada a oferecer (oficialmente, pelo menos) a esse grupo e agora, diante de um pedido da senadora para apoiar Braga, não tem como negar. Vanessa renasce. Até Eron Bezerra voltou a dar entrevista.

 

Arranhão

José Ricardo cultiva cuidadosamente a imagem de quem não faz aliança com ninguém, mesmo quando o partido adere. A pressão de Vanessa e da cúpula nacional do partido pode arranhar essa aura. Justo com Eduardo Braga, um dos políticos mais criticados por ele.

 

David Almeida sem saída

O deputado estadual David Almeida, governador interino, ficou sem saída no 2º Turno. Se lavar as mãos e ficar de fora da disputa Amazonino x Braga cultivará a certeza de chumbo daquele que o suceder. Pior é que nenhum dos dois ligou muito para a Assembleia Legislativa quando estava no Governo e a presidência da casa não é garantia de proteção para David. Amazonino foi o pretexto para Omar Aziz negar o PSD para a candidatura do governador e só resta a possibilidade deste apoiar Eduardo Braga.

 

David Almeida sem saída (2)

O apoio de David a Braga deveria ser anunciado nesta segunda (07/08). Mas parece que o telefonema entre os dois, revelado pelo candidato durante coletiva, não foi tão bom quanto esperado. Braga, definitivamente, precisa cultivar o mínimo de paciência e cortesia para costurar alianças, neste momento da campanha, ou empurrará ainda mais a vaca para o brejo.

 

David Almeida sem saída (3)

O governador interino pode até não apoiar Braga, mas os deputados estaduais que são seus principais aliados já estão com ele. David Almeida fica cada vez com menos possibilidade de trilhar outro caminho.

 

O vai-e-vem de Sabá Reis

O deputado estadual Sabá Reis (PR) deixou a coligação de Eduardo Braga, no 1º Turno, contra a orientação do partido, que deu o vice na chapa, Marcelo Ramos. Optou por apoiar Rebecca Garcia. Criou um começo de panavueiro na eleição. Agora foi um dos primeiros a voltar ao rebanho de Braga. Está com ele no 2º Turno.

 

Rebecca

Rebecca Garcia optou por não apoiar ninguém no 2º Turno. Mas vai oferecer ideias aos dois candidatos. É a forma que encontrou para participar, sem se comprometer com ninguém.

 

Direta x indireta

A possibilidade de eleição indireta, pela Assembleia Legislativa, para escolher o governador tampão, foi praticamente sepultada com a realização do 1º Turno. Nem os senhores ministros dos tribunais superiores, que normalmente se lixam para a opinião pública, podem ignorar o gasto e envolvimento da população na eleição direta. Virou fato consumado.

 

Duas semanas para julgar

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, afirmou em Manaus que a corte vai julgar os embargos declaratórios da defesa do ex-governador José Melo nas próximas duas semanas. A posse do eleito dia 27/8, 2º Turno da eleição suplementar no Amazonas, depende disso.

 

Posse dia 6/10

O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) marcou a posse do governador eleito para o dia 6/10. Alega a necessidade de cumprir os prazos legais para recursos, julgamento de contas, diplomação etc. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, defende a posse imediata. Prevalece, por enquanto, a data de 6/10.

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