Prefeito diz que governador usa levianamente nome de ministro do STF para gerar instabilidade na eleição

Em junho, quando a eleição foi suspensa por decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski, Arthur escreveu para a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, sobre a instabilidade política criada. Foto: Reprodução

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, divulgou neste domingo (30) uma carta enviada ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), onde novamente se mostra preocupado com o clima de instabilidade política no Amazonas, em relação ao pleito suplementar marcado para o próximo domingo (6), citando o “uso irresponsável do nome do eminente magistrado acerca das eleições suplementares para governador”.

A carta foi divulgada numa rede social do prefeito, e diz que o “deputado David Almeida, presidente da Assembleia Legislativa e governador tampão, usa levianamente o seu nome, “antecipando” aos quatro ventos que, no dia 3 próximo, o senhor tornaria a suspender as eleições diretas para governador, marcadas para o dia 6 deste mês”.

Segundo a mensagem, “círculos próximos ao interino envolvem um certo dr. Gustavo, advogado da causa inglória de trocar o voto popular pela opinião de 24 deputados. Estamos às portas de uma eleição. A Justiça Eleitoral já despendeu vultosos recursos para fazer face à complicada logística do meu Estado. Os candidatos pararam suas vidas, fizeram gastos, contrataram profissionais e serviços vários. O povo entenderia como afronta impedi-lo de escolher. A Assembleia é obviamente necessária à democracia… porém, mais obviamente ainda, sua legitimidade não é maior que a do poder original e primeiro, que está no título de eleitor e na urna”.

Arthur segue defendendo a democracia e o “voto popular, sim; “colégio eleitoral, não””. O prefeito informa, no documento, que o “Amazonas vive o caos que lhe legou a prática organizada da corrupção. E o governador tampão apenas tem contribuído para agravar esse quadro lamentável. Vive a fixação de se manter no poder a qualquer preço, esquecendo-se de que o destino lhe reservara a missão nobre de dar início ao processo de normalização de um estado que sangra dolorosamente. Seus dias são desperdiçados batendo perna em caríssimos escritórios de advocacia de Brasília. Seus dias são perdidos, inclusive, quando difama um ministro do STF, que sempre respeitei e estimei, apregoando que “está tudo certo para o dia 3 e o cancelamento das eleições diretas””.

Na carta ao ministro, Arthur afirma que tentou falar com Lewandoski por telefone, WhatsApp e, como não conseguiu ou teve retorno, escreveu a carta para passar o “clima de angústia e incerteza que aflige os brasileiros que dedicam suas vidas ao Amazonas”.

“Escrevo-lhe, caro ministro, convicto de que agi acertadamente ao recebê-lo em meu gabinete de senador e em articular votos que o guindaram à mais elevada corte deste país. Não aceito vê-lo arrastado, tenho certeza de que inocentemente!, à convivência promíscua com negocistas da baixa política, seja diretamente, seja por meio de intermediações de cor cinza. Conte com minha solidariedade nesse campo, porque, repito!, jamais poderia acreditar na boataria, certamente sem crédito, espalhada por figuras despidas de qualquer eiva de credibilidade”.

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