Após denúncia contra governador, MPE começa a ouvir servidores exonerados da Suhab

Após denúncia contra o governador David Almeida, de exonerações por motivo político-partidário, MPE começou a ouvir nesta quinta servidores dispensados da Suhab. Foto: Arquivo

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) começou a ouvir, nesta quinta-feira (27), servidores comissionados da Superintendência Estadual de Habitação (Suhab) dispensados e exonerados dos cargos desde o início de junho.

O MPE acompanha denúncia protocolada por um grupo de 20 pessoas, de que cerca de 50 servidores foram dispensados do trabalho a partir de junho deste ano por motivações político-partidárias.

Um dos denunciantes, que prefere não se identificar temendo retaliação, disse que a maioria trabalhava na Suhab há mais de 5 anos e que os funcionários foram trocados por pessoas despreparadas e ligadas ao governador interino David Almeida. “Até adolescentes assumiram cargos de confiança. A Suhab está praticamente parada hoje, falavam que precisavam dos nossos cargos para outras pessoas mais técnicas, sendo que quem entrou mal tem ensino superior. São pessoas ligadas ao Governo, pertencem à igreja do governador”, disse o ex-funcionário.

Outra ex-servidora apontou que há nepotismo nas novas nomeações, pois existiriam, entre os contratados, vários parentes. Ela contou que todos eram obrigados a participar da campanha da candidata apoiada pelo governador . “Se você se recusasse a ir para as caminhadas de campanha já era um carimbo para a sua exoneração”, afirmou.

A Promotora de Justiça Wandete de Oliveira Netto, que responde pela 78ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção ao Patrimônio Público por acumulação, iniciou a instrução dos denunciantes hoje.

Segundo a Promotora, será resguardado o sigilo dos trabalhadores para preservá-los de possíveis represálias. “Esse é o primeiro passo para instruir o procedimento. A ideia é ouvir essas pessoas para colhermos provas, queremos ter acesso a documentos e a fatos que ocorreram. Vamos instruir da forma mais célere possível, até porque tem a questão eleitoral, os impedimentos, as vedações, não se pode exonerar e contratar dentro do período vedado por lei”, afirma a promotora.

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