Lideranças mantêm pegada por diretas, mas analisam indiretas. Amazonino teria 10 votos e David Almeida também

Amazonino, Braga, Fraxe e David Almeida já estão lutando também pelos votos no colégio eleitoral dos 24 deputados estaduais

Líderes políticos do Amazonas procuram não tirar o pé do acelerador das eleições diretas para governador tampão. Amazonino, Eduardo Braga e Rebecca Garcia tentam manter o clima de motivação entre a militância, fazendo aparições e publicações em que falam sobre o pleito. Mas está ficando cada dia mais difícil. Eles até já começam a analisar o quadro de uma possível eleição indireta, ou seja, no colégio eleitoral dos 24 deputados com assento na Assembleia Legislativa. É o novo capítulo do grande panavueiro eleitoral que tomou conta do Amazonas.

 

Amazonino

O ex-governador Amazonino Mendes e sua base de apoio saíram na frente na corrida indireta. Estão conversando com deputados estaduais e já teriam contabilizado 10 votos, dos 24 possíveis entre os deputados estaduais.

 

David Almeida

O governador David Almeida também teria dez votos na Assembleia. Continuaria, porém, precisando da indicação do partido para se candidatar, mesmo de forma indireta. Isso significa que voltaria a esbarrar na oposição do senador Omar Aziz, que manda no partido dele, o PSD, no Estado.

 

Acordo

Se vingar eleição indireta, o quadro muda substancialmente. David Almeida teria feito um acordo com Omar Aziz: se fosse nas diretas, Omar manteria a indicação de Amazonino e David viraria “magistrado” do pleito; indiretas, David seria candidato. O lançamento da candidatura de Rebecca Garcia significou o rompimento do acordo. Agora o senador ficou à vontade para continuar apoiando Amazonino, mesmo em eleição indireta.

 

Chances

Três parlamentares dos 24 devem ficar de fora dos acordos que envolvem os dois grupos principais, ligados a Amazonino ou a David Almeida, numa disputa indireta. São Zé Ricardo (PT), Luiz Castro (Rede) e Serafim Correa (PSB). Isso diminui o número de votos em disputa para 21. Em outras palavras, quem conseguir 11 votos pode encomendar o paletó. Por segurança, Amazonino continua em busca de 13 votos.

 

Braga

O senador Eduardo Braga pode perder dois votos dos quatro do PMDB. Ainda assim ou Amazonino ou David estariam contando com votos dele. E aí a conta não fecha.

 

Abdala Fraxe

Com David fora da disputa – e se a eleição for indireta – quem aparece com boas chances é o vice-presidente, presidente em exercício da Assembleia e candidato a vice-governador na chapa de Rebecca Garcia, Abdala Fraxe. Os aliados do governador, no entanto, analisam se uma candidatura dele mantém os votos ligados a David Almeida.
Tapetão

Prossegue a briga no tapetão, isto é, nos tribunais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou eleição direta para o mandato tampão. Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou suspender o pleito, até que Embargos interpostos no TSE sejam julgados. O TSE está em recesso, desde o dia 2/7, e só volta a ter sessão no dia 1º de agosto.

 

Eleição em outubro

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), Yedo Simões, já adiantou que, caso a eleição direta seja novamente permitida, ela só poderá ocorrer em outubro. É o tempo que a corte precisará para preparar o novo pleito. O TRE-AM já havia gasto R$ 8 milhões dos R$ 17 milhões disponibilizados para a contenda.

 

O que diz a lei

A Constituição Federal fala em eleição indireta, no caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República, após dois anos e um dia de mandato. Ressalva, mais adiante, que as constituições estaduais terão preponderância nas questões eleitorais dos Estados. E a Constituição do Amazonas fala em eleição indireta.

 

Falta publicar

Até outro dia, um grupo de advogados estava consultando emendas constitucionais aprovadas pela Assembleia Legislativa, no site do poder, e não encontrava a mudança na Constituição do Amazonas que obriga eleições indiretas. Vai ver foi o site que a assessoria do TSE consultou, quando indicou eleições diretas aos ministros.

 

Cármem Lúcia

O deputado federal Pauderney Avelino (DEM) e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), apelaram à ministra Cármem Lúcia, que está no plantão do recesso no STF, para que ela derrube a liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski. Se o apelo for atendido, volta tudo ao status quo, isto é, eleição direta para governador tampão. Quando o TSE voltar, em agosto, em cima demais do fato consumado.

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1 comentário

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  1. Jose Domingos Corrêa da Silva disse:

    Gasta-se muito em eleições. Me parece uma inconveniência na atual situação do país e do Estado do Amazonas. Sou servidor público e temo por um desequilíbrio ainda maior nas finanças do Estado. Isto posto, as eleições indiretas tanto satisfaz os princípios constitucionais quanto democraticos, visto que alem do Estado e da Nação que já estão gastando milhões, ainda tem os candidatos que gastarão outros milhões que de uma forma ou de outra serão recuperados. Vejo isso nas intenções de prefeitos vagabundos e ladrões, como é o caso do prefeito de Maraa e de outros que tenho noticias.
    Na minha opinião as eleições indiretas seria a oportunidade de se evitar gastos astronômicos.
    Então