Quando o ministro Ricardo Lewandowski moveu a caneta e decidiu pela suspensão da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que havia confirmado a cassação do mandato do governador José Melo, feita pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), estabeleceu o caos na já combalida administração do Estado. Virou um Deus nos acuda. Mas é preciso frieza para buscar um fio de lucidez nesse caos.
A decisão é liminar, isto é, precária, sujeita a avaliação posterior.
Como ficam os candidatos que se haviam lançado à corrida, em busca do mandato de governador? Quem for prudente – e dispuser de recursos para tal – deve manter o ritmo. Nada, nada isso valerá para 2018. A decisão de promover eleição para governador dias 6/8 e 27/8, em 1º e 2º Turnos, só muda no caso de o TSE decidir voltar atrás no julgamento anterior. Isso dificilmente ocorrerá.
O mundo jurídico, a julgar pelo que decidiu o ministro do STF, se move cada vez mais pelo princípio de “o que não está no processo não está no mundo”. Ou, no popular, dane-se o mundo que eu não me chamo Raimundo.
Ninguém parece preocupado com os gastos que estão sendo feitos pela Justiça Eleitoral na estruturação da eleição suplementar. Ou, o que é mais importante, com os percalços para a gestão desse Estado gigantesco.
Há até brincadeiras, nas redes sociais, sobre a rotina do Governo: “Se Melo voltar, ele vai revogar as promoções dos policiais?” “Quem vai abrir o Festival de Parintins? E quem abrir, vai conseguir fechar?” “Se Melo não for governador, nem David Almeida, posso usar o camarote do governador no Festival?
O mundo real é que não é engraçado. O servidor público vai trabalhar, nesta quinta-feira (30/06), sem saber a quem se dirigir. Secretários nomeados ou demitidos nos períodos Melo/ David ficarão insones. A máquina vai parar ou acelerar, dependendo dos interesses dos envolvidos, deixando, numa ou noutra hipótese, o espírito público afastado.
O Estado está, de novo!, diante de uma grande interrogação. Ocorreu o pior, para um Estado que está atrasado em relação ao desenvolvimento: o Amazonas parou outra vez.
Eu vejo que o Estado do Amazonas esta servindo de balizamento para futuras decisões em Brasilia caso o Presidente Temer deixe vago o cargo que hora esta ocupando