Turismo no Amazonas e a necessidade de um temporal

Um tempo de calmaria ou de estagnação pode e muito prejudicar o desenvolvimento de uma atividade em região ou Estado, justamente porque cria uma zona de conforto para alguns. Muitas vezes, um mau assessoramento faz com que os gestores vislumbrem equivocadamente que não temos capacidade ou possibilidade de mudar, de ofertar novas perspectivas de horizontes e iniciar uma nova jornada com um novo Norte.

Esta década no turismo do Estado do Amazonas, só não foi totalmente perdida por conta da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada 2016, mas mesmo com efetiva participação nestes mega eventos não conseguimos fazer fluir a atividade turística como desejado, nem tampouco fazer-se percebido que o Turismo de Eventos e Negócios é um segmento onde temos todas as prerrogativas para deslanchar a atividade na cidade de Manaus.

Avaliando tecnicamente, seria realmente difícil conseguirmos mudar algo, pois não temos um Norte, um Plano Estadual de Turismo devidamente PLANEJADO e APLICADO, e, sem PLANEJAMENTO, não conseguimos dar CONTINUIDADE a passos importantes e muito menos percebermos o quanto temos a ofertar e usufruir com a atividade turística. Sequer temos uma identidade, uma Marca a ser apresentada no SEGMENTO TURÍSTICO, seja do Amazonas, seja de Manaus.

Na atualidade, pensando de forma segmentada, em turismo de eventos e negócios, temos o tripé: infraestrutura, equipamentos e RH, de certa forma disponível para desenvolvermos o fluxo, mas nos falta a percepção maior, a GESTÃO para efetivamente consolidar o que já deveríamos ter implementado há décadas. Vivemos num verdadeiro marasmo, que cada vez mais nos apresenta vítimas como o Hotel Ariaú e outros meios de hospedagens, agências e demais representantes da cadeia produtiva do turismo.

Temos um Polo Industrial latente e necessitando de apoio para maior visibilidade e desenvolvimento, então, se trabalhássemos o turismo de negócios e eventos, organizando com algumas empresas fixadas no Pólo Industrial e fizéssemos eventos como os que ocorrem em outros Estados e até mesmo países, poderíamos aos poucos conseguir reativar o fluxo de turistas, mesmo sendo ele de negócios, e olha

que turistas de negócios têm um potencial maior de consumo; assim estaríamos conseguindo dar visibilidade ao Estado, ao Polo Industrial, e iniciando o fomento para a cadeia produtiva do turismo como: os meios de hospedagens, área de A&B, organizadoras de eventos, dentre outros; sabemos que é um longo caminho, mas só se inicia a jornada dando um passo por vez e com continuidade, o importante é não ficarmos parados como estamos fazendo na atualidade.

Havendo este início podemos perceber um novo NORTE a ser utilizado, mais amplo, via ações mais palpáveis e tangíveis, constituindo nossa marca referencial no mercado turístico e fazendo fluir uma atividade na capital, estruturando o segmento de turismo de negócios e eventos. Posteriormente, elevando um pouco mais nossa visão, podemos vislumbrar o que temos de potencialidade de turismo para algumas regiões do interior do Estado, até mesmo porque já deveríamos estar com esta perspectiva, primeiro por conta da nossa localidade, centro da Floresta Amazônica, e segundo, a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (OMT). Estamos no Ano do TURISMO SUSTENTÁVEL, tudo a ver com o Estado do Amazonas.

Podemos referenciar que estamos num limbo, e daí a necessidade de um “temporal” na atividade turística, pois com ele as estruturas atuais precisariam de adequação e reforma, que se bem trabalhadas com DIÁLOGO, parcerias publico privadas, poderíamos nos tirar desta atual situação de desconforto e declínio latente.

Mas, até mesmo o temporal não pode ser de proporções elevadas, pois se perdermos a pasta do turismo para que seja aglutinada em outra secretaria poderia ser pior ainda. É certo que não podemos ficar estagnados como estamos, mas também perder o que foi conquistado é mais prejudicial ainda, se vislumbrarmos a longo prazo.

Então, que percebamos as nuvens negras se formando ao horizonte turístico e possamos com UNIÃO da CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO, passar por este temporal, na busca por novos horizontes mais límpidos a serem trabalhados!!!

Itamar Souto

Itamar Souto

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1 comentário

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  1. Plínio Mendes disse:

    O mercado turístico é, caracterizado por atividades econômicas decorrentes do planejamento, da intermediação e distribuição do produto turístico ao consumidor final. Como o turismo necessita de deslocamento, envolve a “prestação de um significativo conjunto de serviços turísticos de diversos produtores”, entre eles os gestores municipais do turismo, os agentes de viagem ,os gestores de áreas naturais e os demais segmentos relacionados à prática turística. Tal realidade se aplica diretamente aos resultados buscados na organização do produto ecoturístico, exigindo dos envolvidos no processo uma nova visão e postura na captação de clientes e na organização dos destinos de ecoturismo. Bem como ações definidas para atrair a atenção de novos turistas e reter os atuais clientes, pela inovação do polo turístico. Sem esses contrapontos, o turismo tende mesmo a se ESTAGNAR.