Secretário admite falhas no sistema penitenciário, mas revela que Governo Federal integra Comitê de Crise

sergio fontes

O secretário Sérgio Fontes disse que está apurando a responsabilidade pelas falhas na segurança do Compaj. Foto: Arquivo

Em resposta às declarações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, admitiu nesta quarta-feira que houve falhas no sistema de segurança do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), ao permitir a entrada de armas que foram usadas no massacre de 56 presos.

“Houve falha sim, se entraram armas no presídio e essas armas geraram esse número de mortes, houve falha. As falhas estão sendo identificadas e as responsabilidades serão apuradas, mas as falhas são muito mais extensas: é a falha de um sistema que não funciona no Brasil inteiro, não só aqui no Estado”, disse.

Quanto às declarações de que o número de foragidos é maior do que o divulgado, Fontes se limitou a dizer que está trabalhando com as informações repassadas pelo secretário de Estado de Administração Penitenciária, Pedro Florencio.

Monitoramento com o Governo Federal

O Governo do Amazonas disse que monitorava as ameaças de fugas e rebeliões desde o início do ano passado nos presídios de Manaus, bem como a ação das facções criminosas dentro e fora do presídio. O trabalho vinha sendo feito integrado com órgãos de várias esferas, o que culminou com a implantação em outubro de 2016 de um Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública, com representantes estaduais, federais, dentre os quais a Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), a Polícia Rodoviária Federal, Forças Armadas e Corpo de Bombeiros.

O Comitê inclui, ainda, órgãos municipais e representantes de órgãos de Justiça e Controle, como o Ministério Público, dentre outros, que são acionados sempre que detectada alguma anormalidade. “Ameaças de fugas e rebeliões são detectadas constantemente pelos órgãos de inteligência e do Sistema de Segurança Pública e sempre foram tomadas as providências necessárias. Em função delas que montamos um comitê em outubro”, declarou o secretário Sérgio Fontes.

Segundo ele, graças ao monitoramento constante, pelo menos nove túneis foram descobertos em 2016 e fugas em massas foram impedidas, pelos próprios meios do Estado, com o reforço de policiamento e revistas internas. Também foi por conta dos planos e estratégias discutidos no comitê que a resposta foi rápida durante o motim. “Graças ao comitê salvamos todos os reféns”, disse fontes.

Ainda segundo ele, a questão do fato ocorrido não se tratou de apenas uma ameaça de fuga ou rebelião, já que os presos planejavam matar os rivais e assim o fizeram, antes mesmo da polícia chegar ao local.

 

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