Câncer colorretal: atenção aos fatores de risco

Ao longo do ano, muita ênfase é dada à prevenção dos cânceres de mama, do colo de útero e de próstata. No entanto, há um tipo de câncer também bastante incidente em nosso meio e que oferece grandes chances de tratamento quando diagnosticado e tratado precocemente. Trata-se do câncer colorretal, ou popularmente conhecido como câncer do intestino.

O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso, o cólon e o reto. A origem de grande parte destes tumores são pólipos que crescem na parede interna do intestino grosso.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), até o final de 2016 haverá cerca de 35 mil novos casos no Brasil e pelo menos 15 mil mortes.

A boa notícia é que este câncer tem grandes chances de cura quando diagnosticado e tratado precocemente.

“O câncer colorretal pode ser prevenível e também detectado precocemente. Basta seguir algumas orientações simples, que incluem medidas dietéticas, farmacológicas e exames preventivos”, afirma o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz,  médico cirurgião oncológico dos hospitais São José e São Joaquim da Real e Benemérita Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A primeira orientação é ficar atento ao consumo de água ao longo do dia, evitar alimentos embutidos e manter uma dieta rica em fibras e verduras. A prática de atividade física regular também contribui para a diminuição da incidência de câncer colorretal.

“Há medidas farmacológicas, que incluem medicamentos que minimizam o risco de câncer colorretal. Mas isso deve ser feito com orientação médica, pois os mesmos medicamentos utilizados para prevenir o câncer colorretal e reduzir a formação de pólipos, podem ocasionar lesões gastrointestinais”, alerta o Dr. Arnaldo.

Exames preventivos

Um pólipo demora alguns anos para se transformar em câncer. Assim, exames preventivos realizados regularmente podem detectar os pólipos ou a doença ainda em estágio inicial.

“Todas as pessoas sem fatores de risco, a partir dos 50 anos de idade, devem realizar a primeira colonoscopia. Com o resultado normal, o exame pode ser repetido a cada três anos, ou conforme orientação do médico. Caso sejam encontrados pólipos, a repetição do exame normalmente é feita após um ano, para comprovar que não nasceram outros pólipos e que aquele pólipo ressecado não voltou.”

No caso de histórico da doença na família, a recomendação é que a primeira colonoscopia seja realizada 10 anos antes do primeiro caso, ou seja, se alguém teve câncer colorretal aos 50 anos, os demais familiares devem realizar o exame a partir dos 40 anos. Estando tudo bem, o Dr. Arnaldo sugere que o rastreamento seja repetido a cada tres anos.

“A colonoscopia não é isenta de riscos. Pode haver sangramento ou perfuração de órgãos, por isso, o exame deve ser realizado por profissional especializado, com sedação e preparo intestinal adequado”, destaca o médico.

Hereditariedade

Segundo o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz,  algumas famílias têm predisposição ao câncer colorretal hereditário não polipóide familiar, chamado HNPCC.

“Também conhecido como Síndrome de Lynch, este câncer acomete pequena parcela da população. O médico deve suspeitar quando houver mais de um caso de câncer na família e, principalmente, se acometer pessoas jovens, antes dos 50 anos de idade, que é uma situação considerada infrequente”, explica o Dr. Arnaldo.

Outra doença que merece cuidado é a chamada Polipomatose Adenomatosa Familiar – PAF, que pode ser tanto atenuada como não atenuada.

“Nestes casos, pacientes de uma mesma família são acometidos pelo câncer colorretal associado a muitos pólipos. É uma situação rara mas que, quando detectada, pode levar o médico a recomendar a cirurgia para a retirada do cólon e, eventualmente, do reto também”, explica.

Nestas situações, é essencial que o médico convoque todos os familiares para que sejam rastreados.

 

Sintomas de um câncer colorretal

Sangue nas fezes: é o sintoma mais evidente e o que nunca devemos deixar passar. Observe sempre a cor e a forma das fezes, principalmente se notar algum rastro de sangue. A cor pode ser vermelha ou preta, e isso pode ocorrer quando as fezes entram em contato com os pólipos presentes no cólon ou no reto, que acabam sangrando.

Anemia: as mulheres costumam ter anemia mais frequentemente do que os homens, normalmente em razão de uma menstruação abundante. Mas se você obteve um diagnóstico de anemia, peça ao seu médico que peça um exame para detectar a presença de sangue nas fezes.

Alterações no seu ritmo intestinal: você passa por épocas com prisão de ventre alternadas com semanas de diarreia? Converse com o seu médico para tentar descobrir a origem das mudanças no seu ritmo intestinal.

Forma das fezes: preste atenção a qualquer alteração na forma das fezes, principalmente se elas estiverem subitamente mais finas. Isso poderia ocorrer, pois a presença de pólipos faz com que o intestino se estreite e não permita a evacuação normal das fezes.

Sensação estranha ao evacuar: você sente que vai ao banheiro, mas continua tendo vontade? Parece que ainda falta algo dentro do intestino? Comente esse problema com o seu médico.

Dor abdominal: você se sente muito cheia quando termina de comer? Se sente cansada e com o abdômen muito pesado? Pode ser apenas gases, mas se além deste sintoma você também notar, por exemplo, que as suas fezes estão diferentes, consulte seu médico.

Perda de peso: Quando há um problema no cólon, deixamos de sintetizar adequadamente muitos nutrientes, os alimentos não são processados da mesma forma, o que pode nos fazer perder peso. Observe se você está emagrecendo sem fazer regime.

 

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