Rompimento se deu, numa carta, com Arthur convencido de que Omar articulou as chapas de Marcelo Ramos e Silas Câmara

arthurxomarOs candidatos a vice-prefeito de Marcelo Ramos, o radialista Wilson Lima, e de Silas Câmara, coronel Amadeu Soares, foram usados por assessores do prefeito Arthur Virgílio como argumento de que as duas chapas foram articuladas pelo senador Omar Aziz. Convencido, Arthur mandou uma carta a Omar, furiosa, rompendo a aliança política entre ambos e anunciando a aproximação com Eduardo Braga, que redundou na chapa com o deputado federal Marcos Rotta vice. Há rumores, por outro lado, de que os encontros Braga-Arthur estavam acontecendo há dois meses. E teriam sido incentivados pela aliança nacional PMDB-PSDB, que iniciou em encontro do ex-presidente FHC com o presidente Michel Temer.

 

Indícios

A proximidade de Omar com a empresária Cristina Calderaro, dona da Rede Calderaro, teria sido o facilitador para a indicação do vice de Marcelo. E Amadeu Soares mostrou lealdade, quando deixou o comando do Ronda no Bairro no dia em que Omar passou a faixa para José Melo.

 

Ele contesta

Omar e todos os que estão próximos a ele negam qualquer traição para com Arthur. Dizem que o senador é que ficou chocado por ser traído. Omar chegou a dizer, em entrevista ao Manhã de Notícias, da TV Tiradentes, que “se ele faz isso comigo, que dirá com a população de Manaus”.

 

Candidatura

Furioso, ferido, Omar agora articula febrilmente. Já conversou com Amazonino Mendes, Silas Câmara e Alfredo Nascimento. Tanto pode apoiar uma das chapas colocadas quanto, até, ele próprio, sair candidato a prefeito. Ainda tem seis anos de mandato como senador, não precisa renunciar, nem perde imunidade. Não tem nada a perder.

 

Polarização

Se Omar entra, a eleição estará polarizada entre ele e Arthur. Se ele resolver apoiar Marcelo, Henrique, Silas, Hissa ou qualquer outro, aí o tempo dirá qual o desdobramento.

 

José Melo

O governador José Melo, enquanto isso, tem dado sinais de que não quer participar do processo político. Vereadores do PROS, partido que ele, Melo, comanda, foram à procura dele, buscando ajuda para a campanha e ouviram que não haverá qualquer ajuda. “Procurem aliados”, teria dito o governador. Estão todos desesperados.

 

Só Omar força

Omar Aziz é o único que pode forçar José Melo a arregaçar as mangas. Resta saber o que fará com a enorme rejeição do governador, que já havia obrigado Arthur a dispensar o apoio dele. A saída pode ser um apoio “disfarçado”, com a máquina e sem presença na mídia ou comícios.

 

E se Rotta não topar?

Pode ser que o deputado federal Marcos Rotta não aceite ser candidato a vice. Não participou das articulações e reluta em ficar a reboque. Qual seria o nome indicado por Braga para compor com Arthur? O primeiro, a deputada federal Conceição Sampaio, esbarra na relutância do PP, partido dela, em perder uma vaga na Câmara dos Deputados. Se Conceição sair, a vaga dela será de Sabino Castelo Branco ou, na sequência, Gedeão Amorim, os suplentes da coligação eleita em 2014.

 

48 horas

Tudo será decidido nas próximas 48 horas. À meia noite de sexta (05/08) acaba o prazo para as convenções partidárias.

 

História

As alianças políticas mais bombásticas dos últimos tempos, na política amazonense, podem explicar muita coisa. Em 1992, após ter enfrentado e derrotado Gilberto Mestrinho na eleição para prefeito, em 1988, Arthur Virgílio se uniu com o adversário, eleito governador em 1990, para enfrentar o oponente dele, Arthur, em 1987, Amazonino Mendes. Arthur, prefeito, e Mestrinho, governador, lançaram o deputado federal José Dutra. Ganhou Amazonino. Numa eleição duríssima, mas ganhou. Em 2010, Alfredo Nascimento tinha perto de 30% dos votos e Serafim Corrêa em torno de 17%. Os dois se juntaram para enfrentar Omar Aziz, que beirava os 50%. O resultado foi pífio, com Omar ganhando com a maior margem da história estadual. Aliança de cobra d’água com arame farpado, para gerar porcos-espinhos, nem sempre dá certo.

 

Cristão novo

Uma coisa preside os atos de caciques. Eles não gostam de “Cristão novos” no cenário político. Hoje há meia dúzia de nomes com estofo para disputar eleições majoritárias, governador, prefeito de Manaus e senador. Do jeito como se desenhava o pleito deste ano, vários candidatos a caciques apareceriam.

 

Marcelo Ramos

O ex-deputado estadual e advogado Marcelo Ramos cruza os dedos para que Omar não saia candidato e cultiva a possibilidade de apoio dele. Espera que, como o mais decidido opositor de Arthur Virgílio, receba os votos dos descontentes da aliança dele com Eduardo Braga. E o apoio de Omar.

 

Lava Jato

A Operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção, inclusive cometidos em obras como a Arena da Amazônia, também tem um papel no cenário político estadual. Os desdobramentos vão surgir na tela da TV, no meio desse povo, durante a campanha.

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3 comentários

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  1. ANDRE MACEDO disse:

    O IMPORTANTE PARA O POVO SERIA A GOVERNABILIDADE. AGRADAR A GREGOS E TROIANOS TEM CAUSADO UM MAL PARA MANAUS. A CIDADE PRECISA DE DINHEIRO PRA SER ADMINISTRADA E ISSO MANAUS, NÃO TEVE A NÃO AS VERBAS INSTITUCIONAIS. FORA ISSO…OS IMPRESTIMOS INDIVIDAM MAIS AINDA, MAS É UM MAL NECESSÁRIO!

  2. A união de Arthur com Braga é uma vergonha. Arthur e Braga à muito vem se “matando” e se odiando na política. Agora anunciam aliança visando única e exclusivamente o poder pelo poder. Eu pensava que votaria em Arthur novamente, mas com esse arranjo entre ele e Braga, essa possibilidade fica muito distante. Não gosto nem um pouco do estilo político de Eduardo Braga.

  3. IVO ALMEIDA disse:

    Continuo lembrando a célebre frase de um politico amazonense, Amazonino Mendes que diz:
    “Em politica só não pode perder”

    Então pode tudo, até vender a alma ao diabo.