Exército afirma que onça Juma, que foi morta, não participou da recepção à Tocha Olímpica e sim Simba, a mascote do Cigs

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Ex-comandante do CMA general Theophilo era um entusiasta do projeto de resgate de onças. Ele aparece na foto com o mascote do CMA, o macho Jiquitaia, que agora está próximo de completar dois anos

A onça Juma, abatida no Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs), segunda-feira (20/06), não participou da cerimônia que marcou a passagem da Tocha Olímpica pelo zoológico do local. “A onça que participou da cerimônia foi o macho Simba, mascote do Cigs, e não a Juma, que é mascote do 1º BIS (Batalhão de Infantaria de Selva)”, diz comunicado do Comando Militar da Amazônia (CMA).

Juma foi ao Cigs, segundo a nota, para fazer os exames de saúde corriqueiros, que coincidiram com a passagem da Tocha. Ela se soltou na troca de uma jaula menor, que precisava ser limpa, para a maior e recebeu dois tiros de tranquilizante, mas mesmo assim continuou avançando para um veterinário, que disparou o tiro de pistola 9mm fatal.

Uma fonte ligada ao Cigs afirma que, “todos os anos são resgatadas cerca de 15 onças e, em média, 13 são devolvidas à natureza”, disse, acrescentando que “as que ficam no zoológico são somente as impossibilitadas de voltar à natureza, devido a traumas ou doenças. Isso está contribuindo para afastar o risco de extinção desses animais”, informa.

O biólogo Elildo Carvalho Júnior, que durante um ano investigou histórias de onças caçadas na Resex Tapajós-Arapuins, nos Municípios de Santarém e Aveiros, no Pará, calcula que pelo menos sete onças-pardas e 12 pintadas são mortas anualmente na reserva (leia mais sobre o estudo: http://pib.socioambiental.org/pt/noticias?id=98252).

O chefe da Comunicação do CMA, coronel de Infantaria Luiz Gustavo Couto Costa Evelyn Soares, revelou que “o Exército está transtornado com a morte (de Juma). Cheguei em casa muito triste com essa situação. Estamos todos muito abatidos. Foi uma fatalidade que jamais esqueceremos”, disse.

O general-de-divisão Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-comandante do CMA, postou vários vídeos com a mascote do comando, a onça macho Jiquitaia, em contato com humanos. Ele toma banhos com soldados no rio Negro, em frente ao Quartel General, e trata os dentes com gelo, em tudo mostrando total docilidade.

Veja a íntegra da nota do CMA e, abaixo, os vídeos do mascote Jiquitaia:

NOTA DO CMA

  1. O Comando Militar da Amazônia (CMA) informa que, a onça-pintada protagonista do evento da passagem da Tocha Olímpica foi o “Simba”, mascote do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), unidade militar do Exército Brasileiro que sediou o evento.
  2. A onça-pintada “Juma”, mascote do 1º Batalhão de Infantaria de Selva (1º BIS), estava, por coincidência, no Centro de Veterinária do CIGS no mesmo dia do evento, para realização de revisões e cuidados da saúde como, por exemplo, a limpeza da cavidade bucal e a medição biométrica para acompanhamento do estado de higidez da onça.
  3. O Exército, a partir de suas unidades mantenedoras da fauna amazônica, sempre seguiu e sempre seguirá todas as condições legais previstas pelos órgãos competentes defendendo a bandeira da preservação da onça-pintada da Amazônia, que já é uma questão levada a sério pelo Exército Brasileiro e que a sociedade precisa saber, para no futuro não corrermos o risco de ter essa espécie em extinção. As ações de todo militar do Exército no bioma amazônico é baseado no seguinte lema: “Servir na Amazônia é um privilégio. Lutar pelo seu desenvolvimento sustentável, uma obrigação”.
  4. O Comando Militar da Amazônia já determinou abertura de processo administrativo para apurar possíveis irregularidades.

 

 

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6 comentários

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  1. Miguelk disse:

    Servi por 5 anos no Exército Brasileiro, e naquela época, a Instituição não colocava os rabos entre as pernas para governos socialistas/comunistas. Quanto a onça, acho que o militar que atirou, poderia ter dado um tiro a numa área não vital. Atirar na cabeça? Atirou para matar!

    1. Raí disse:

      Parabéns pelo comentário, também penso dar mesma forma.

      1. Antônio Borba Brasil maués disse:

        Acredito que o militar fez o que deveria ser feito. Eu não queria que o animal fosse morto, teve que ser assim, fazer o que!!!!!

  2. SILVIO MIGUEL GOMES disse:

    Mais uma cagada. Pior que tentam justificar.

  3. Nessa hora inventam mil e uma desculpas esfarrapadas. Perdemos mais um lindo animal.

  4. è uma pena uma pena ver um animal tão bonito sendo assasinado e agora tentam dar desculpa infelizmente.