O governador José Melo anunciou redução de serviços oferecidos pelo Governo do Amazonas, especialmente nas áreas de saúde e cultura, para economizar R$ 500 milhões. Nesta terça (07/06), na Assembleia Legislativa, secretários estaduais foram explicar o que chamam de “modernização” no sistema estadual de saúde e soltaram uma informação diferente: os cortes vão gerar economia de R$ 350 milhões, R$ 150 milhões a menos que o anunciado originalmente por Melo. Apenas.
O governador, por outro lado, está empenhado numa guerra cada vez mais personificada na figura do senador Eduardo Braga, oponente da eleição de 2014 e autor de quase 30 processos em curso contra ele e seu mandato, no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e até no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Sai matéria no Fantástico, requentando a “Operação Quintessência” da Polícia Federal, foi Braga quem pagou. Sai a repercussão na TV Amazonas, é resultado de contrato feito por Braga, quando ministro das Minas e Energia, com um genro do dono da Casa, o empresário Phelippe Daou. Comunitários protestam pelo fechamento de Caic’s, Caimi’s, UPA’s e SPA’s, foi Braga quem mandou. A Seduc é invadida por militantes do PCdoB, figuras carimbadas à frente, tudo manobra do senador.
Pode até ser. Essas versões, porém, são anabolizadas nas mídias sociais e em espaços que não se engajam em campanhas desse tipo sem um bom naco de verbas públicas.
A manobra, simplória, é surrada. Não consegue mexer no foco da verdadeira guerra que está em curso: o comando do Amazonas, o posto de governador, a posição hoje ocupada por José Melo.
O verdadeiro “público alvo” é o STJ e o julgamento da parte penal e cível da “Operação Quintessência”, que analisa se coronéis e outros oficiais da PM cometeram crimes na eleição de 2014 e se José Melo ordenou tais ações ou foi beneficiado por elas, tornando-se parte das mesmas. O outro front é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem nas mãos a decisão final sobre a cassação de Melo imposta pelo TRE-AM.
Não há dúvida do desastre no anúncio da “modernização” feito pelo governador. Ninguém faz tal estardalhaço, convocando coletiva de imprensa e tirando do trabalho, na hora do expediente (já reduzido), todos os secretários estaduais apenas para servir de paisagem para a antevisão do caos – que ficou patente nos dias seguintes e se estende cada vez mais. O deputado estadual Sabá Reis, aliado de José Melo, destacou esse “erro de marketing” na sessão da Assembleia Legislativa desta terça.
Depois vieram os ajustes, como o recuo no fechamento do Instituto Cardoso Fontes, única unidade especializada no combate à tuberculose, justo quando o Amazonas aparece como recordista nacional da doença. Houve outros. Eles dão a impressão de que o tal “estudo demorado e especializado” não teve tanto apuro assim.
Eduardo Braga já percebeu que a conjuntura brasileira e amazonense arrasta todos, ele e Melo inclusive, para o limbo. Por isso reapareceu baixando o tom, convocando ao diálogo e oferecendo ajuda até ao adversário mais duro, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Até agora, no entanto, nada fez de concreto para provar essa boa vontade.
Veja o quadro de funcionários no Polo Industrial de Manaus, entre temporários e efetivos:
2013 – 125 mil + 8 mil = 133 mil
2014 – 120 mil + 5 mil = 125 mil
2015 – 105 mil + 0 = 105 mil
Primeiro quadrimestre 2016 – 81.982 funcionários.
É alarmante? Sim. Mas não são o desespero e a desesperança que resolverão o problema. Tampouco ficar artificializando brigas paroquianas para tentar esconder a questão de fundo, a falta de expertise para apontar alternativas.
É hora de espírito público, criatividade, sinceridade de propósitos e altruísmo na gestão coletiva. O leite derramou. Segura a vaca que ela está correndo pro brejo.
Esse caderudo junto com o Melo São todos corruptos e o caderudo ta doido pra voltar a mamar nas tetas do Estado
Muito boa sua matéria Marcos Santos. Parabéns, a vaca já está no brejo, só falta atolar o pescoço.
SÓ GOSTARIA DE PERGUNTAR.
NA PRÓXIMA ELEIÇÃO VAMOS VOTAR EM QUEM.POIS OS NOSSOS POLÍTICOS E UMA TRISTEZA.OS DEPUTADOS ESTADUAIS.FEDERAIS.SENADORES.DEXEI POR ÚLTIMO POR SEREM OS QUE DEVERIA IR ÀS RUAS E PEDIR O AFASTAMENTO DESTE SENHOR JOSÉ MELO.O PIOR GOVERNO DO AMAZONAS..
EM OUTUBRO ACHO QUE NÃO VAI TER ELEIÇÃO EM MANAUS.POIS NÃO TEM POLÍTICO.
AS FICHAS SÃO SUJAS.CADA DIA MAS
Marcos… o vinho entornou???
Marcos Santos, a Ordem e Progresso, no nosso pais, está tão desacreditada, que a Matemática, deixou de ser Ciência exata.
Excelente opinião do blog…..Lúcida e precisa, sem temor….Parabéns….