Cortar o subsídio do Festival está para Parintins como seria para o Amazonas se acabassem com a Zona Franca

bois-criseQue frase dura essa do governador José Melo: “Não temos verba para a cultura”. É epígrafe terrível ou, quem sabe?, a lápide de um governo. O Amazonas vive em função da Zona Franca, que responde por cerca de 70% da economia estadual. Parintins, a segunda cidade em população do Estado, vive do boi de carne e do boi de pano, sendo que este movimenta valor correspondente à metade do orçamento anual do Município. Cortar o subsídio do Festival está para Parintins como seria para o Amazonas se acabassem com a Zona Franca. E assim, de uma hora para a outra, sem dar qualquer satisfação aos presidentes dos bumbás, após 27 anos promovendo a festa. Caprichoso e Garantido vão reagir.

 

Números

Ou a Amazonastur mentiu, quando divulgou o último diagnóstico econômico do Festival Folclórico de Parintins, ou o governador José Melo está mal informado. A festa, segundo o órgão de turismo estadual, movimenta cerca de R$ 100 milhões, entre ingressos, passagens aéreas e fluviais, aluguéis de barcos, marinas, hotéis, camarotes, pousadas, bares, restaurantes etc. Em Manaus e Parintins. A conta é simples: 100 – 18 = 82. Por ela se vê que o Festival deixa R$ 82 milhões de saldo na economia amazonense. Que empresário acabaria com um negócio desses?

 

Recursos

Os dois bumbás receberam, ano passado, R$ 8,880 milhões no total, incluída aí a verba para iluminação, som e operacionalização (segurança, limpeza etc.) do Bumbódromo. Como o governador chegou aos R$ 18 milhões que anunciou como gasto do Festival Folclórico? Será que com as mordomias dos convidados, camarotes vips, barcos de luxo e o exagero de voos charters governamentais para a Ilha Tupinambarana? Se for, corte-se isso e está resolvido o problema.

 

Desrespeito

Desrespeito tem limite. Os presidentes de Caprichoso e Garantido foram convocados para reunião segunda (16/05), às 15h. Pegaram um avião, deixando os preparativos nos galpões, e correram para a capital. Às 12h, com um simples telefonema, a reunião foi desmarcada, sem nova data para acontecer. E não aconteceu. O contato seguinte do Governo do Estado com os bumbás foi na coletiva de José Melo, anunciando o corte raso de verbas para o Festival Folclórico.

 

Muda a PM

José Melo, em meio às medidas contra a crise, exonerou o comandante da PM, Marcus James Frota, que já estava afastado. Rubens de Sá Soares foi efetivado comandante e Augusto Sérgio Farias Pereira subcomandante.

 

Muda a Civil

O delegado Raimundo Nonato de Souza Acioly não é mais o delegado-geral da Polícia Civil. Foi substituído por Francisco Ferreira da Silva Sobrinho.

 

Não conhece

Alguém contou quantas vezes o governador José Melo repetiu que não conhece “os detalhes técnicos do governo?” Não está sendo pago para mergulhar nisso? Pelo menos na hora de uma reformulação desse porte deveria conhecer mais. Bem mais.

 

Um samba, pls

O governador José Melo, desde o final do ano passado, só tem tocado choro na administração estadual. Não é para escolher o mais capacitado a resolver momentos assim que se faz eleição? Melo não é bobo ou não estaria onde está. Mas periga entrar para a História como governador sem estatura para o cargo.

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6 comentários

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  1. Iago Costa disse:

    Confirmei o que desconfiava: sua mudança de tom em relação ao governo foi somente por conta de Parintins mesmo. Que vergonha, repórter. De maneira oportunisfa você mudou de opinião. Quanto bairrismo!

    RESPOSTA
    Obrigado por participar mais uma vez. Já vi que você é novo aqui, se não saberia que a postura inerte do Governo, que só age cortando nunca acrescentando, é criticada por este portal há muito tempo. A ansiedade por fazer elogios, que é grande, tem sido contida pela má gestão e pela falta de criatividade.
    P.S: É o bairrismo que faz do Pará, vizinho do Amazonas e com as mesmas características geográficas, o Estado brasileiro que menos perdeu com a crise.

  2. Henrique disse:

    Como tudo tem dois lados, caro Marcos, vc arregaça com o Melinho, já o Holanda… Prefere ele ao Dudu!rs. Sobre a festa, se vc pergunta q empressário abriria mão de tal lucro, então alguma coisa tá errada, pois se fosse tão rentável assim, certamente os empresários, q são capazes de vender a mãe por um bom lucro, já teriam aportado uma boa grana, não achas? Ah! E antes q os chatos dos politicamente corretos se manifestem, a estória da venda da mãe é no sentido figurado. Pessoal chato esse!rs. Abcs.

  3. Maria zeina modesto amud disse:

    Na hora de corta privilégio de boi bumbá vcs reclamam né..? Estes bois estao sempre enrolados com prestaçoes de contas, mesmo assim nao pode faltar verba, e a saúde ,educaçao, segurança nao teria que ser prioridade..?

  4. Otávio Guedes disse:

    JOSÉ MELO E ROBÉRIO BRAGA MERECEM O TÍTULO DE CIDADÃO PARINTINENSE…

    A crise chegou em boa hora. Assim, a lucidez em Parintins tem uma justificativa. Um dia agradecerão o Governador. Em ano eleitoral, quebrou o ” protocolo ” : NEM SÓ DE BOI VIVE O HOMEM.

    Assim como Eduardo Braga, Omar Aziz, Amazonino Mendes; José Melo vê no Festival um importante CURRAL ELEITORAL, um dos mais significativos ” APARELHOS IDEOLÓGICOS ” do Estado. Em jogo, votos, controle, o rebanho, o poder. A CULTURA SE EXPLODA ! A difícil decisão levou em consideração velhos aspectos. Há muito tempo o dinheiro público financia QUADRILHAS dentro de Garantido e Caprichoso. Outrossim, maquiam prestações de contas, fraudam ” Notas de Serviços ” com assédio moral a compositores, artistas, ou fornecedores, supervalorizam a matéria-prima e mão-de-obra na confecção das fantasias, alegorias e adereços, manipulam os resultados da Festa, prostituem menores com bebidas , drogas, exploração sexual, etc. As diretorias estrangularam os bois. Apuizero asfixia até a morte. PARASITA sobrevive da energia alheia. Comprometeram a credibilidade totalmente.. Melo e Robério carregarão a cruz sozinhos?
    Enquanto o Festival permanecer ATIVIDADE POLÍTICA, PSDB, PP, PSD, PR, PMDB, PT, PRÓS, decidirão sobre os destinos dos Bumbás.

    Além do desenvolvimento do Turismo, a construção do Museu do festival preservaria, em cada fantasia, figurino, instrumento musical, maquete de alegoria, toada ou qualquer outro patrimônio imaterial, a História das Tradições do Boi-Bumbá. No local, o Turista encontraria um ambiente com Praça de Alimentação, Sala de Cinema, Lojas de Artesanatos, etc.

    O uso de Estrutura Profissional nos eventos de rua dos Bois ( equipamentos de iluminação, sonorização, trios elétricos, camarotes, ornamentação das avenidas do circuito ) revolucionariam a Festa. A venda do Tururi, comidas típicas, bebidas regionais tornaria a ” brincadeira ” um negócio lucrativo. No lugar do Baile dos Visitantes, realizar-se-ia a edição do UFC AMAZÔNIA . Pactuariam um contrato milionário. Personalidades da Televisão, do Cinema, do Teatro, da Moda, da Política, do Esporte, da Música, do Show Bussines descobririam a força da cultura do Amazonas na Tapioquinha com tucumã, no frito de crueira, calderada de Bodó, na farinha, no pirarucu e nos dois protagonistas.

    A imprensa mundial destacaria a Ilha. No mês corrente, aconteceriam competições internacionas de pesca, jetsk, esportes de aventura, gastronomia . Os Bumbás multiplicariam a arrecadação, movimentariam ainda os restaurantes, o setor hoteleiro, o comércio em geral.

    O Futebol Europeu segue o exemplo do Super Bowl norte-americano. Bilionários investem na compra de Times de futebol. As ações dos clubes, nas Bolsas de Valores, valem fortunas. O sucesso da Champions League deve à ATIVIDADE EMPRESARIAL dentro do PSG, Barcelona, Real Madri, Shakhtar, Arsenal, M. United, etc. A SERIEDADE, A MERITOCRACIA, A ORGANIZAÇÃO, O COMPROMISSO, A RESPONSABILIDADE, A EFICIÊNCIA caracterizam a gestão. A pressão ou participação de grupos políticos na formulação do elenco, equipe técnica, diretoria decretaria falência da entidade. A captação de recurso dá trabalho, os nó-cegos não querem desse jeito.

    Em todos os sentidos, os Bumbás viraram um antro de prostituição. Pais conscientes querem os filhos distantes do evento. As piores referências assumiram a Festa: canalhas, corruptos, cínicos, sodomitas. Abusam da inocência, dos sentimentos, ingenuidade do Torcedor . Um ano sem o Festival não faria mal a ninguém.

    Os Bois voltarão para os braços do povo. De lá nunca deveriam ter saído.

  5. De agora em diante as agremiações dos bumbás precisam andar com as próprias pernas. Como? No próximo ano 2017, transferir o Bumbódromo para Prefeitura de Parintins. Depois após o carnaval, intensificar os ensaios dos bois num local acessível como o Sambódromo que foi feito para esse fim. Vender as imagens de transmissão a outras mídias. Transformar os bois numa empresa. Acabar com figura de presidente, e criar uma comissão eleita pelos sócios.

  6. cintia disse:

    Se era para serem feitos cortes porque nao cortar os gfastos com Festival de Opera, que nao representa o povo amazonense e tambem nao gera renda para o Estado? Porque mexer com o festival de parintins que gera renda para o municipio e tambem para o estado do amazonas?