O clima entre senadores que defendem posições antagônicas, à s vezes de forma rÃspida e irritados, fica irrespirável, tornando a convivência impossÃvel. Certo? O leitor da coluna vai conhecer melhor como é o clima na mais alta casa parlamentar do PaÃs. O senador Eduardo Braga, ao pedir licença de saúde por 30 dias, impedindo que qualquer suplente assumisse a vaga – o que só se dá em licenças de 120 dias – não votou com Dilma, como era de se esperar, nem com Michel Temer. Ficou queimado com os dois. Certo? Na véspera da votação da admissibilidade do impeachment, no Senado, Braga recebeu para jantar os senadores peemedebistas Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e EunÃcio Oliveira (CE). A nata da República parlamentar. Os três ligaram para Michel Temer e saÃram de lá com o martelo batido: o senador amazonense seria ministro da Integração Regional.
Pesadelo na madrugada
Por volta de 23h30, já com a sessão de votação correndo, o deputado federal Pauderney Avelino (AM), lÃder do DEM e um dos mais expostos na defesa da saÃda de Dilma na Câmara, soube da nomeação e ligou para Michel Temer. “Eu me mato trabalhando e esse cara tira o corpo fora para virar ministro? Não aceito isso”. O vice-presidente teria explicado que o pedido havia sido de Renan. Pauderney partiu para o Senado, contou a história para Omar Aziz e os dois foram até o presidente do Senado. Viraram o jogo. Braga perdeu a vaga na Esplanada dos Ministérios.
Galinha dos ovos de ouro
O Ministério da Integração Regional é responsável pelas verbas dos sonhos dos MunicÃpios. Braga viraria, como ministro, o alvo do beija-mão dos prefeitos do interior amazonense.
Vanessa Grazziotin
Os 81 senadores se cruzam o tempo todo e, mais cedo ou mais tarde, um precisa do outro. Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), portadora da decisão de Waldir Maranhão (PP-MA), anulando o impeachment na Câmara, “peitou” Renan Calheiros. “O senhor não vai aceitar a decisão de anular o impeachment?”, indagou, indignada. E ele: “Não. O próximo orador inscrito é…”. A vida virou um panavueiro entre eles? Nada. Na votação da admissibilidade, lá pela madrugada, ela sentou sorridente ao lado de Renan na mesa. Ele até deu uma meia gargalhada. Excelência não é apenas pronome de tratamento no Senado. Parece dizer respeito ao humor dos senadores também.
Verba
Até esta terça (17/05), o governador José Melo não olhou nos olhos dos presidentes dos bumbás Caprichoso e Garantido e revelou de que tamanho será o corte nas verbas do Festival Folclórico deste ano. Até nomeou a comissão da festa, formada pelos secretários Robério Braga (Cultura) e Sérgio Fontes (Segurança), coronel Dan Câmara (suplente da Segurança), Sinatra de Jesus dos Santos (pela Prefeitura de Parintins), Leopoldo de Mendonça de Souza (Garantido) e Juarez Lima (Caprichoso). Se deixar para a última hora vai fazer um angu de caroço.
Apresentadores
Mais uma dança de apresentadores no Caprichoso. Sai Ornello Reis, que alegou uma inflamação nos pulmões, e entra Fabiano Neves.
PolÃtica bovina
Ornello mal se despediu do item e postou foto ao lado de Márcia Baranda, ex-presidente do Caprichoso e candidata a prefeita. Queria contrariar o presidente atual, Joilto Azedo, e parece que conseguiu. A sucessão no azul e branco ocorre em setembro deste ano, mas já está fervendo.
Rogélio Casado
A súbita morte do ativista polÃtico-social, professor e psiquiatra Rogélio Casado, nesta terça (17/05), trouxe de volta a expressão “luta antimanicomial”. Ele foi um dos pioneiros no PaÃs, na batalha pelo fechamento dos manicômios (hospÃcios) e o tratamento ambulatorial dos doentes mentais.
Como era
O manicômio mais conhecido do Amazonas foi o Eduardo Ribeiro. Quem apresentasse problemas mentais era levado ao hospital e lá acorrentado, submetido a choques elétricos, sofria todo tipo de violência e até era alvo de experiências macabras. Quem entrava, dificilmente saÃa e muitos viravam perambulantes, abandonados pela famÃlia, largados ao léu pelo sistema. A militância de Rogélio Casado foi parte fundamental do combate a tudo isso. Que descanse em paz.
Perambulantes
Por que ainda hoje há loucos perambulando pelas ruas? Porque o sistema de atendimento social, que existe para casos como esses, não funciona, finge não ver, fecha os olhos diante da situação deles. Há muitos “gente boa”, da alta, circulando na sociedade, que perambulariam também, caso não tomassem os medicamentos que tomam. São caros. Mas estão disponÃveis no SUS.
É a primeira vez que leio seu portal. Gostei!
Estava em busca de melhores informações sobre o destino da saúde no Amazonas e achei aqui.
Sabemos bem quem sairá mais prejudicado nessa guerra “não tão fria” entre o Governo e a Prefeitura, mas somos vÃtimas de nossas escolhas…o que dizer? Não tÃnhamos escolha.
Será que teremos (escolha) nas próximas eleições?