Suframa vai interpelar Prefeitura pelos buracos no distrito. Arthur e Rebecca se estranham. Conheça os novos advogados de Melo e Braga

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Rebecca vai à Justiça por causa dos buracos no distrito industrial. Arthur não gostou

O Ministério Público Federal (MPF) entende que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) só pode colocar dinheiro no asfaltamento do Distrito Industrial caso a Prefeitura de Manaus diga, claramente, que não tem recursos para tal. O entendimento foi apresentado à superintendente Rebecca Garcia e ela decidiu ir à Justiça interpelar o Município. Para não politizar o processo, Rebecca mandou recados seguidos ao prefeito Arthur Virgílio e este, envolvido numa negociação direta com o governador José Melo para resolver o problema, não respondeu. Na reunião do Codam, quinta (25/02), Rebecca, inquirida pelo vice-presidente da Fieam, Nelson Azevêdo, informou sobre a decisão de judicializar o processo, revelou os pedidos de audiência ao prefeito e arrematou: “Quero dizer para ele, olho no olho, que preciso ir à Justiça, sob pena de responder, como respondem a Flávia (Grosso), o Thomas (Nogueira) e o Gustavo (Igrejas)”, ex-superintendentes. “Nesses casos, nós mulheres somos mais macho que muito homem, que se esconde na hora de falar as coisas”, arrematou.

 

Encontro na Fieam

À tarde, quando houve o primeiro encontro anual da Fieam, numa sala em que estavam o governador José Melo, o presidente Antônio Silva e o diretor da Moto Honda e da Abraciclo, Paulo Takeushi, entre outros, Arthur entrou, dedo em riste, cobrando explicações de Rebecca e afirmando que ela está “a serviço do Braga”. O clima fechou e foi preciso a interferência dos demais para acalmar os ânimos.

 

Frases

No auge da discussão, na Fieam, Arthur disse: “Você está sendo leviana”. E Rebecca: “O senhor está alterado”. “Senhor? Você nunca me chamou de senhor”, respondeu Arthur. No plenário, mais calmos, os dois se trataram com a cortesia de sempre, embora Arthur com um duro discurso acusando Eduardo Braga de boicotar a liberação de recursos para a Prefeitura de Manaus.

 

Diário Oficial

O prefeito Arthur Virgílio, como um dos seus primeiros atos na Prefeitura, no Diário Oficial do Município (DOM), do dia 03/01/2013, página 3, autorizou Governo do Estado e Suframa a, “isoladamente ou em conjunto”, trabalhar para “revitalização e manutenção do sistema viário do Distrito Industrial”. Omar Aziz era o governador e Thomaz Nogueira o superintendente.

 

Resumo

Arthur e Rebecca sabem que quem acabar com a buraqueira no distrito industrial vai marcar enorme ponto com os empresários e a sociedade, fortalecendo-se politicamente. “Se eu fosse empresário e visse o distrito do jeito que está, desistia de investir aqui”, confessou o prefeito. O problema é que o tempo passa, o tempo voa e a buraqueira continua numa boa.

 

Resumo (2)

A guerra Melo x Braga parou o Amazonas. Como a inércia é uma das grandes aliadas da crise econômica, a luta vai inviabilizando tanta coisa que, logo, logo, restará apenas um povo ainda mais empobrecido como butim.

 

Guerra de advogados

Os escritórios locais envolvidos na disputa judicial entre o governador José Melo e o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, continuam assinando as peças relativas aos embargos declaratórios, no processo que cassou o mandato governamental no TRE-AM. Mas começaram a aparecer os nomes dos medalhões de Brasília, prontos para a esperada guerra pelo Governo do Amazonas nos tribunais superiores, especialmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Coligação

A coligação majoritária “Renovação e Experiência”, de Braga, tem o escritório local de Daniel Fábio Jacob Nogueira e Marco Aurélio de Lima Choy, mas agora conta com André Silveria, Flávio Jardim e Guilherme Regueira Pitta, de Brasília.

 

Rebecca Garcia

A atual superintendente da Suframa, que foi candidata a vice-governadora na chapa de Eduardo Braga, agora tem os próprios advogados nomeados na lide: Luís Gustavo Motta Severo da Silva e Mayara de Sá Pedrosa.

 

Braga

Eduardo Braga é representado por ninguém menos que Marcus Vinícius Furtado Coelho, ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e sua equipe.

 

Melo

Yuri Dantas Barroso é o advogado local de José Melo, mas, já assina as peças em conjunto o ex-ministro do TSE Carlos Eduardo Caputo Bastos. Note-se aí a influência do prefeito Arthur Virgílio. Caputo foi também o principal advogado da coligação de Aécio Neves, na disputa pela Presidência da República.

 

FDN x PCC

A organização criminosa Família do Norte (FDN), que tem em João Branco, preso na quinta-feira, um dos três principais líderes, cresceu no Amazonas respaldada por uma teoria não confessada do sistema de segurança pública do Estado. Os líderes dessa facção são “locais”, “da terra”, conhecidos e dispostos a negociar com as autoridades. Falou-se muito da influência política de Zé Roberto da Compensa, que teria mandado votar em José Melo (que ele contesta e as ações recentes deitam mais dúvidas), contra Eduardo Braga, prometendo “mais de 100 mil votos”. O problema é que no mundo do crime, como na política, sempre tem alguém de olho no espaço vazio. E o grupo rival da FDN, ligada ao carioca Comando Vermelho, é o paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), organizado e feroz, que foi capaz de encurralar a polícia de São Paulo e, dizem, só parou quando obteve as regalias requeridas.

 

FDN X PCC (2)

A pergunta que não quer calar, é se o sistema de segurança está pronto para conter o avanço do PCC, agora que “a cabeça da cobra” da FDN foi cortada. Vem mais panavueiro por aí.

 

‘Pode vir’

O secretário estadual de Segurança, Sérgio Fontes, deu uma pista da preocupação do sistema. “Alguém vai ocupar esse espaço vazio? Pode ser. Pode vir. Nós estamos aqui para fazer o nosso trabalho. Vamos continuar prendendo”, disse, na coletiva de imprensa do anúncio da prisão de João Branco.

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