Donos de ônibus usam rodoviários para chantagear prefeito e governador

Filas nas paradas, com esperas intermináveis. O povo sofre desesperadamente em momentos assim

Filas nas paradas, com esperas intermináveis. O povo sofre desesperadamente em momentos assim

O Sindicato das Empresas de Transportes de Manaus (Sinetram) fazem chantagem com o poder público, Prefeitura e Governo do Estado, usando motoristas e cobradores como massa de manobra. É por isso que, há três dias, 200 mil trabalhadores manauaras roem um osso para chegar ao emprego. Sem nenhum pudor, representantes dos empresários dão entrevistas dizendo que o não pagamento de benefícios aos empregados se devem a atrasos nos repasses de subsídios pelos dois entes, cerca de R$ 2,4 milhões/ mês. Por que esse repasse? Porque a planilha atual indicou que o preço da passagem deveria ser R$ 3,15, mas, para evitar reajuste, prefeito e governador acertaram de pagar o correspondente a esses R$ 0,15. Os empresários metem os R$ 3 que recebem, à vista (na roleta ou na recarga do cartão passa-fácil) ou adiantado (passe-estudantil e vale-transporte) e dizem que justo os R$ 0,15 restantes é que seriam usados para pagar as obrigações trabalhistas. É muita cara-de-pau.

 

Porcentual

Os R$ 3 que o usuário paga pela passagem de ônibus significam 95,239% por cento do total. A parte do Governo e Prefeitura é apenas 4,761%.

 

Outros números

Os empresários de ônibus se queixam que o negócio deles está ruim. Transportam, todos os dias, em torno de 1 milhão de usuários, contando ida e volta. Recebem R$ 3,15 por passagem – R$ 3 o usuário paga e R$ 0,15 são divididos entre Prefeitura e Estado. Não pagam ICMS sobre o combustível. E quando querem cobrar conta basta mandar motoristas e cobradores paralisarem.

 

Má gerência

A Prefeitura de Manaus paga as últimas parcelas do subsídio deste ano às empresas de ônibus até esta quinta (10/12). O Governo do Estado prometeu pagar, até o fim do mês, as sete parcelas atrasadas. É melhor contar com janeiro. Atrasar R$ 1,2 milhão com o volume dos orçamentos municipal e estadual, tendo em vista a repercussão social disso, é, no mínimo, má gestão. E péssimo exemplo.

 

COP21

O governador José Melo tomou um susto ao saber, em Paris, que o documento do Governo Brasileiro passeou e andou para a Carta da Amazônia, assinada por todos os governadores da Região, a título de subsídio ao documento nacional para a conferência do clima da ONU, a COP21, na capital francesa. O embaixador brasileiro na França nem sabia que o documento existia. Mais uma prova da confusão, para dizer o mínimo, que reina na administração federal.

 

Bola fora

Melo precisou ir a Paris para descobrir que Dilma não ligou para o documento dele e dos demais governadores? Falha grave de assessoria, com gasto desnecessário para os cofres públicos. Informado, o governador do Amazonas não precisaria gastar tanto para dar com os burros n’água.

 

Bola dentro

O senador Omar Aziz, numa das únicas ações produtivas da atual bancada federal do Amazonas, conseguiu reverter o fim do Seguro Defeso. Derrubou, nesta quarta-feira (09/12), a Portaria Interministerial 192/2015, que suspendia por 120 dias o pagamento aos pescadores amazonenses. Mas defendeu o recadastramento, como combate às fraudes, justificativa para a suspensão.

 

Dominó político em queda

O dominó político da América do Sul está ruindo. Caiu o kirchnerismo na Argentina, com a vitória de Maurício Macri nas eleições presidenciais. O chavismo, personificado pelo presidente Nicolas Maduro, foi fragorosamente derrotado nas eleições parlamentares da Venezuela. Tudo indica que o cofre que financiava essas aventuras, o brasileiro, não consegue mais bancar as campanhas dos companheiros.

 

A carta de Temer

A carta do vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff, que mexeu com a política brasileira, não foi mais que uma senha para o PMDB. Com as sutilezas peemedebistas do texto, Temer mandou dizer: “Se eu, vice-presidente da República e presidente do PMDB, sou tratado assim, imagina vocês. Ela não cumprirá as promessas que está fazendo”. Isso pesa, mesmo no toma lá dá cá rotineiro do Congresso. O resto a história contará.

 

Cidade das Luzes

Tudo indica que o arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Sérgio Castriani, com a ida à Cidade das Luzes, conseguiu interromper outra vez a retirada das famílias restantes na Área de Preservação Permanente (APP) do Tarumã, marcada para esta quinta (10/12). A Igreja Católica bem que podia se unir à campanha para que Prefeitura e Governo do Estado apresentem cadastro de sem-teto, déficit e política habitacionais para Manaus. Agir episodicamente é dar o peixe. Melhor ensinar a pescar.

 

Viver Melhor

O conjunto Viver Melhor ou Minha Casa, Minha Vida, do Santa Etelvina, entregou 13 mil unidades habitacionais. Se é desumano retirar quem precisa de um lar da Cidade das Luzes também o é entregar projetos públicos aleatoriamente. O cadastro da Suhab está defasado. Em 20 anos, tempo que o levantamento iniciou, muitos cadastrados compraram casa, mudaram de cidade ou morreram.

 

Violência em Parintins

Dois assassinatos, quatro feridos a bala no fim de semana. Tiros a esmo, ruas desertas, clima de toque de recolher. O cidadão parintinense se viu, de uma hora para outra, às voltas com ameaças até então desconhecidas na cidade. Grande parte é boato, mas a verdade é que a violência está se instalando na Ilha e se tornando endêmica. A falta de estrutura de segurança está vitimando a população de várias cidades, desacostumada a lidar com tipos violentos.

 

Mário Paulain e Simão Assayag

O ex-prefeito de Nhamundá Mário Paulain, que é parintinense, lança o livro “Uma inesquecível aventura amazônica”, nesta quinta (10/12), na livraria Saraiva, no Manauara Shopping, às 18h30. O ex-coordenador de artes do Caprichoso Simão Assayag lança, sábado, dia 19/12, num sítio do Tarumã, a música “Oração da Amazônia”. É parceria dele com Sidney Rezende e Neil Armstrong. Mesmo em meio a tantos sinais de violência, a cultura não pode deixar de ser celebrada.

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