Iranduba, Coari, Barreirinha, Nova Olinda, Manacapuru… As razões da crise brasileira estão presentes no Amazonas

Professores levaram faixas e cartazes às ruas de Barreirinha e os demais servidores, também com salários atrasados, resolveram acompanhar

Professores levaram faixas e cartazes às ruas de Barreirinha e os demais servidores, também com salários atrasados, resolveram acompanhar

Pipocam problemas no interior amazonense, principalmente relativos a Prefeituras municipais. A situação é grave em Iranduba e Coari, mas Barreirinha também parece caminhar para o abismo, assim como Manacapuru, enquanto a pequena Nova Olinda do Norte, com seus 35.156 habitantes, afunda sob o peso do tráfico de drogas. Abaixo, com mais detalhes, a coluna aborda cada um desses Municípios. O fundamental é observar que em todos estão presentes os fundamentos da crise institucional, política, econômica e moral, que o Brasil está vivendo: a ausência de vocação para a governança e a corrupção desenfreada. O Gaeco (MPE-AM) e o Ministério Público Federal terão muito trabalho ainda.

 

Iranduba

O prefeito de Iranduba e o secretariado do Município estão sendo acusados de crimes que quase ocupam todo o Código Penal.

 

Iranduba (2)

Foi como agricultora, parteira e dona de duas ambulâncias que a vice-prefeita e prefeita interina de Iranduba, Madá, fez carreira política. A base eleitoral dela é a vila do Cacau-Pirêra, um dos locais mais privilegiados pela natureza para o turismo. Tem vista privilegiada de Manaus e ausência de edificações que impeçam o remodelamento do traçado urbano. Basta entender esses fundamentos e trabalhar para reestruturar a vila que Madá vai longe.

 

Barreirinha

O índio sateré-maué Mecias Sateré (PSD) está afundando Barreirinha. Os funcionários municipais estão com os salários há três meses atrasados e o povo foi às ruas protestar. A crise pode ser pretexto para tudo, menos para incompetência administrativa.

 

Nova Olinda

Em Nova Olinda, o jovem Lucas William Souza dos Santos, 17 anos, foi morto a tiros na rua, surpreendido no meio de um confronto de traficantes de droga. Reflita: população de 35.156 almas e o tráfico de drogas mandando e matando. A população exige ação contra isso.

 

Manacapuru

Em Manacapuru, Wanderly Soares Barroso, irmão do vereador licenciado e secretário municipal de Governo, Wanderley Barroso, postou foto no FaceBook com uma sacola cheia de dinheiro. Foi muito criticado. Justificou dizendo tratar-se de um empréstimo, feito no Basa, com outro irmão, Wanderlildo, que é sócio dele numa construtora. O que ele não disse é que essa construtora se tornou campeã de licitação na Princesinha do Solimões.

 

Invasões

A indústria da invasão atravessa as décadas em Manaus. Um grupo é PhD em invadir, desmatar, separar os melhores terrenos e, consolidado o processo, vender por R$ 1,5 mil a R$ 2 mil cada um. Alguns foram condenados, em 2013, pelo corajoso juiz Jorsenildo Dourado do Nascimento. A maioria segue impune.

 

Invasões (2)

Com o mandado de reintegração de posse na mão, a polícia encontra enorme dificuldade em retirar os moradores da invasão “Cidade das Luzes”. E todos sabem que o local foi financiado pelo tráfico de drogas. O problema é que o poder público não pode fazer o que quer e precisa seguir os rituais legais. O tempo passa e o tráfico aumenta o panavueiro, colocando mais moradores para dentro. Essa queda de braço promete.

 

Invasões (3)

Invasões continuarão sendo problema em Manaus, até que se faça um cadastro dos chamados home less ou sem teto. Depois é só investir num aplicativo de identificação facial, colocá-lo nos smartphones e criar uma lei que puna severamente quem participe de invasão. É óbvio que isso implica construir uma política habitacional para Manaus. Séria, factível e célere.

 

Esquerdopatas

O general Augusto Heleno Pereira, 68, ex-comandante das forças da ONU no Haiti e ex-comandante militar da Amazônia, disse, em artigo publicado segunda-feira (16/11), na Folha de SP: “Esquerdopatas, fiquem calmos. São outros tempos. As Forças Armadas seguirão apolíticas e apartidárias, mas, pelo que levam na alma, jamais serão bolivarianas”. É o cúmulo mesmo punir militar por expressar opinião no Brasil e coonestar, por exemplo, com a ditadura de Nicolas Maduro, na Venezuela. Não dá.

 

A ‘mãozinha’ de Melo

As cadeiras, atrás do microfone, foram poucas para abrigar tantos concorrentes na passagem de Melo por Autazes

As cadeiras, atrás do microfone, foram poucas para abrigar tantos concorrentes na passagem de Melo por Autazes

O palanque do governador José Melo, sexta-feira (13/11), em Autazes, foi disputado a tapa. Estavam lá os pré-candidatos a prefeito José Thomé Filho (PSD), que tenta a reeleição, o ex-vereador Anderson Cavalcante (PROS) e o deputado estadual Sabá Reis (PR). Todos falaram. Tudo muito civilizado e democrático. Aí chegou a vez do governador, que foi taxativo: “No ano que vem teremos eleição e essa mãozinha aqui vai apoiar aquela mão que se estendeu para mim na minha campanha”. Thomé apoiou Eduardo Braga. Anderson carregou sozinho a bandeira de Melo, que perdeu em Autazes.

 

Outubro Rosa, Novembro Azul

A melhor de Autazes, porém, ficou lá atrás, no discurso de Sabá Reis. Todos dizem que Anderson, com o recall da eleição passada (ficou em terceiro), é favorito em 2016. Sabá, como sempre muito hábil, resolveu brincar com a camisa do adversário: “O Anderson está com uma bela camisa. Só que ela é cor-de-rosa e não estamos mais no Outubro Rosa (cânceres de mama e útero) e sim no novembro azul (câncer de próstata)”. A camisa de Anderson era, na verdade, laranja. Quem estava de camisa rosa era… o governador José Melo.

 

Sergi Arola Gastro

A Espanha tem se destacado na enogastronomia. Com duas estrelas no Guia Michelin, o aclamado Sergi Arola-Gastro, traz a comida tradicional espanhola, às vezes inalterada, outras reinterpretada e apresentada de maneira moderna. Nascido em Barcelona, Arola trabalhou com chefs como o francês Pierre Gagnair, ícone da cozinha criativa francesa; o espanhol Ferran Adrià, proprietário do famoso El Bulli, em Roses. Foi o chef do “La Broche”, onde ganhou sua primeira estrela Michelin, que deixou após 10 anos para, em 2008, abrir o “Sergi Arola-Gastro”, em Madri. Hoje, Arola tem restaurantes em Sintra, Istambul, Mumbai, Santiago do Chile, Alpes Suíços e São Paulo, o Arola Vintetres, que ocupa o 23º andar do Tivoli São Paulo-Mofarrej, nos Jardins. O Sergi Arola-Gastro oferece menus degustação Sergi Arola (mais completo), o Descobrimento e o Lunch (oferecido apenas no almoço, de terça a sexta, com entrada, prato principal e sobremesa). Para as crianças, há um menu especial.

Endereço: Calle Zurbano 31 280 10 Madrid. Fone: 91 310 21 69. Horários: Terça  a  sábado, de 14h às 15h30 e de 21h às 23h30. É bom reservar.

Sergi Arola, muito simpático, costuma circular entre os clientes. Ele é um dos mais aclamados chefs da Espanha atual. Foto: Tereza Cidade

Sergi Arola, muito simpático, costuma circular entre os clientes. Ele é um dos mais aclamados chefs da Espanha atual. Foto: Tereza Cidade

O toque moderno do Sergi Arola-Gastro, na sobremesa de chocolate, com um ramo de hortelã, imitando vaso de flores

O toque moderno do Sergi Arola-Gastro, na sobremesa de chocolate, com um ramo de hortelã, imitando vaso de flores

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1 comentário

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  1. O mesmo está acontecendo em Tapaua, salários dos funcionários em atraso, ruas esburacadas, hospitais sem medicamentos, obras inacabadas e não realizadas, o MPE pediu o afastamento do prefeito mais não foi cumprindo.