Câmara de Iranduba forma comissão para julgar cassação de Xinaik em 90 dias. Total do desvio pode chegar a R$ 100 milhões

População lavou as escadarias da Câmara Municipal, num gesto simbólico contra a corrupção. Foto: José Rodrigues

População lavou as escadarias da Câmara Municipal, num gesto simbólico contra a corrupção. Foto: José Rodrigues

Os nove vereadores remanescentes de Iranduba, depois que os outros três foram presos na Operação Dízimo, da Polícia Federal, se reuniram hoje (17/11), na Câmara Municipal, e constituíram uma comissão processante do prefeito Xinaik Medeiros (PTB). A escolha teve três sorteios porque os dois primeiros foram contestados pela população, na porta do parlamento, e, finalmente, foram eleitos o secretário-geral da casa, Ernandes Rocha (PSDB), como presidente, Antônio Irapuan (PDT) relator e Nedy Santana (PP) membro.

Os três vão agora oferecer o direito ao contraditório ao prefeito, que foi preso na Operação Cauixi, dia 10/11, tendo prazo máximo de 90 dias para concluir o processo, cujos ritos estão especificados no Decreto-lei nº 201/1967.

O presidente da Câmara de Iranduba, Paulo Bandeira (PSD), foi preso ontem (16/11), na Operação Dízimo, da Justiça, Ministério Público (MPF) e Polícia federais. Outros dois, Antônio Gerlande (PTN) e Antônio Alves (PT), com mandados de prisão em aberto e considerados foragidos, se apresentaram hoje pela manhã na Superintendência da PF, em Manaus.

O Conselho de Cidadãos do Município de Iranduba (Concimi) e o Fórum Popular de Políticas Públicas de Iranduba Luzes de Lamparina (FOPPOPILL), que trabalharam para ajudar as autoridades na apuração das acusações contra prefeito, secretários, vereadores e empresários, acompanham de perto a movimentação na Câmara Municipal. Eles já recolheram 3 mil assinaturas, pedindo a cassação de Xinaik Medeiros.

 

MPE-AM e CGU

O Ministério Público Estadual do Amazonas (MPE-AM) e a Controladoria Geral da União (CGU), que participaram da Operação Cauixi, iniciaram hoje a perícia dos documentos apreendidos na Prefeitura de Iranduba. É um verdadeiro quebra-cabeças, espalhado na parafernália de CDs, DVDs, CPUs de computadores e muitos documentos.

Uma fonte que teve acesso ao processo estima que o tamanho do rombo supera os R$ 100 milhões, contra a estimativa inicial de R$ 56 milhões, que teriam sido subtraídos pelo esquema de corrupção que se transformou no escândalo de Iranduba.

Nove vereadores elegeram os três que constituem agora a Comissão Processante do prefeito Xinaik Medeiros

Nove vereadores elegeram os três que constituem agora a Comissão Processante do prefeito Xinaik Medeiros

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *