MPE-AM denuncia 13 por fraudes em Iranduba e revela que prefeito pagava R$ 77 mil para parentes, inclusive a esposa, ‘por fora’

Policiais Civis vasculharam a Prefeitura de Iranduba e recolheram documentos, que foram lacrados no dia 10/11 e abertos somente hoje (16/11)

Policiais Civis vasculharam a Prefeitura de Iranduba e recolheram documentos, que foram lacrados no dia 10/11 e abertos somente hoje (16/11)

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público Estadual do Amazonas (MPE-AM), ofereceu oficialmente hoje (16/11) a denúncia contra 13 acusados em esquema de corrupção no Município de Iranduba (veja a relação abaixo). Após o recebimento pela desembargadora preventa no caso, Carla Reis, todos estarão oficialmente processados e, se condenados, podem pegar penas de até 55 anos de prisão.

Xinaik Medeiros, por descuido ou presunção de impunidade, tinha na própria mesa uma relação de parentes que recebiam “mesada” da Prefeitura. A folha extra, sem qualquer vínculo oficial com a prefeitura e, pelo que tudo indica, paga com dinheiro de caixa 2, fruto de corrupção, chegava a R$ 77 mil.

O próprio Xinaik estava nessa folha “extra”, com salário de R$ 15 mil, ao lado da esposa dele, Alessandra Figueiredo de Medeiros, que tinha salário de R$ 6 mil. Alguns dos contemplados, com sobrenomes parecidos com o do prefeito, tiveram os nomes escritos à mão. A caligrafia, segundo uma fonte do portal, seria a dele próprio.

Também hoje (16/11), o MPE-AM deveria ouvir o sócio do flanelinha que era usado como laranja em empresas que venciam licitações em Iranduba. O flanelinha, que tem prisão preventiva decretada, ainda continua foragido.

Os lacres do material apreendido durante a Operação Cauixi foram abertos e o MPE-AM começa a analisá-los, em busca de desdobramentos das investigações.

Edu Corrêa, ex-presidente da CGL da Prefeitura de Iranduba e preso no dia 10/11, foi liberado na manhã de domingo (15/11) porque terminou o prazo da prisão temporária. Ele vai aguardar o andamento do processo em liberdade e não poderá sair do Amazonas.

 

Veja a lista dos que foram denunciados à Justiça pelo MPE-AM:

Xinaik da Silva Medeiros, prefeito de Iranduba

David Queiroz Félix, ex-secretário de Finanças

Nádia Silva de Medeiros, irmã do prefeito

Amarildo da Silva Medeiros, primo do prefeito, empresário de terraplenagem

Sérgio Souza da Silva, empresário da construção civil (Souza e Prestes Construções Ltda.)

Almir da Silva Prestes, empresário da construção civil (Souza e Prestes Construções Ltda.)

André Maciel Lima, ex-secretário de Infraestrutura, filho de David Queiroz

Edu Corrêa Souza, presidente da Comissão Geral de Licitação (CGL)

Genilson Ferreira da Silva, professor, ex-presidente e atual membro da CGL de Iranduba

Piter Vilhena Gonzaga, responsável pelo sistema de informática da CGL Iranduba

Anny Glez Fialho da Silva, dona da funerária de Iranduba

Angela Rayane do Amazonas Medeiros de Araújo, filha de Nádia Medeiros, sobrinha do prefeito, também empresária

Raimundo Israel de Araújo, secretário de Meio Ambiente, esposo de Nádia, cunhado do prefeito, ex-secretário de Educação e de Finanças

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1 comentário

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  1. Marco disse:

    A corrupção nos municípios do interior, causam precariedade no sistema de saúde e educação o que provoca uma leva migratória para as capitais e outros centros urbanos.

    Este é um dos motivos da sobrecarga da rede pública de saúde em Manaus.

    Caso o cartão SUS, implantado no governo FHC, tivesse em pleno funcionamento muito problemas deste tipo poderiam ser evitados.

    Ex: A Prefeitura de Manaus, poderia exigir os recursos do município do interior, pelo gasto no atendimento de um interiorano que foi obrigado a usar o sistema de saúde municipal.