Nair Blair, a misteriosa que recebeu dinheiro para ‘informatizar’ a Arena da Amazônia, está sob ‘suspensão condicional do processo’

Sabe quem é Nair Queiroz Blair? Não? Explico: faltando dois dias para o jogo Itália x Inglaterra, abertura da Copa em Manaus, o Governo do Estado pagou R$ 1 milhão para uma “Agência Nacional de Segurança e Defesa”. Deveria fazer “implementação de solução tecnológica de monitoramento em tempo real móvel”. Não houve licitação. Só o pagamento a toque de caixa. Mas esse processo ainda está rolando. Nair Queiroz Blair, a gestora da “agência”, foi também acusada de comprar votos de pastores para o governador José Melo. Pediu – e o juiz Alcides Carvalho Vieira Filho, da 32ª Zona Eleitoral de Manaus, concedeu –, segundo acórdão publicado dia 20/07, a “suspensão condicional do processo” ou “sursis processual”. Em outras palavras, se ela for boazinha nos próximos dois anos, pode até ser inocentada.

 

Obrigações

Nair Queiroz Blair terá somente que cumprir a “pena” de não se ausentar de Manaus, durante dois anos, exceto com autorização judicial. Alcides Vieira Filho negou, por exemplo, autorização para que viajasse a Assunção, no Paraguai, onde alega ter negócios, entre 05/07 e 29/07. Se Nair fizer algo “fora do riscado”, o processo volta a seguir seu curso.

 

Valores

No dia do flagrante da compra de votos para José Melo (24/10/2014), quando um casal da Polícia Federal se disfarçou de pastor e participou da reunião com os demais pastores, numa “base” de Nair Blair, a PF apreendeu R$ 4 mil com Karine Cristiana da Costa Brito, secretária, e bloqueou R$ 7,7 mil de Nair Blair depositados na Caixa Econômica. O pastor Moisés Silva de Barros teve um celular apreendido. Nair pagou R$ 36,2 e Karine R$ 7,240 mil, a título de fiança. Todos pediram a devolução de bens e dinheiro apreendidos. O juiz negou.

 

Tombo nos bumbás

Nair Queiroz Blair é também a mesma que foi dona da Angrhamazonica. A ONG recebeu dinheiro do Ministério da Cultura para organizar cinco eventos, no Brasil e exterior, mas fez só o Réveillon de Brasília, com integrantes de Caprichoso e Garantido. Os bumbás levaram o maior calote. Blair teve que se explicar na CPI das ONGs, no Senado, e foi condenada a devolver R$ 3 milhões.

 

Mercadão

A assessoria da Subsecretaria Municipal do Centro Histórico (Subsemch) enviou esclarecimento sobre as notas da coluna, ontem (06/08), a respeito do mercado Adolpho Lisboa. Tá explicado. A gestão do Mercado é uma Torre de Babel. Confira:

1) Administração e fiscalização – Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo, Abastecimento, Feiras e Mercados (Semtef);

2) Projetos e manutenção – Subsecretaria Municipal do Centro Histórico (Subsemch);

3) Divulgação – Manauscult;

4) Limpeza, pequenos reparos e segurança ao patrimônio – Comissão Gestora do Mercado, Semulsp, Seminf e Guarda Municipal.

Em casos assim ocorre o famoso fenômeno da gestão pública, em que um joga pro outro e o outro pra um, restando ao final a conclusão óbvia de que ninguém faz nada.

 

Mercadão (2)

Mas a Subsemch promete providências para as denúncias:

1. a) Está solicitando o apoio da Secretaria Municipal de Ação Social e Direitos Humanos (Semasdh) e da 24ª Cicom, da Polícia Militar, para a retirada dos bêbados ou moradores de rua das dependências e arredores do Mercado;
2. b) Dentro do Mercado Municipal trabalham, por turno, dois guardas municipais e dois seguranças contratados pela comissão gestora. Os clientes que forem incomodados podem procurar a segurança interna e pedir ajuda.

Obs: O portal constatou que esses funcionários afirmam estar apenas “cuidando do patrimônio público”, recusando-se a interferir com os bêbados.

1. c) A Subsemch está finalizando um planejamento, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, para reforçar a segurança no Centro como um todo, com atenção especial para o Adolpho Lisboa.
2. d) Sobre a venda irregular de pescado, ao lado, na rua Tabelião Lessa, a fiscalização é de responsabilidade da Semtef.

Obs.: (2) E da Vigilância Sanitária; e de todos os cidadãos comprometidos com a saúde da população; e da Prefeitura, como um todo, com o óbvio interesse de manter a competitividade dos permissionários do mercado, o que é fundamental para a atratividade do mesmo.

Obs.: (3) O portal volta lá este fim de semana para ver como ficou a situação, após as providências.

 

Greve dos peritos

Os peritos amazonenses entram em greve nesta sexta (07/08), por tempo indeterminado. Denunciam, além da falta de isonomia salarial com os demais funcionários da segurança, condições de trabalho muito ruins. Se metade do que eles dizem for realidade já cabe a pergunta: como é que querem resolver crime no Amazonas sem uma perícia técnica equipada?

 

O ranking do Enem

O Colégio Militar de Manaus, do Exército, aparece em primeiro lugar entre as escolas públicas do Amazonas e sexto geral no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Já brigou pelo primeiro. O Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Campus Centro, antiga Escola Técnica, tem o segundo lugar, e o Distrito terceiro das públicas e nono e 11º geral. O Colégio Nossa Senhora do Rosário, de Itacoatiara, é o primeiro do interior e quarto do Estado dos estabelecimentos públicos. No ranking geral do Amazonas aparece em honrosa 17ª posição. Os colégios da PM vêm a seguir, com o 20º e 21º lugares, no geral, do Amazonas.

 

Laviniense

Curioso é que o Centro Educacional Pingo de Gente e Laviniense Ensino Integrado, ou simplesmente Laviniense, tomou mesmo o primeiro lugar do Lato Sensu. A escola está localizada na rua Galícia, 34, Jardim Espanha 2, Adrianópolis.

 

Século

A Escola Século, que está apenas no segundo ano de funcionamento, em 2016 participará pela primeira vez do Enem. Associada ao método Poliedro, o que mais aprova em vestibulares disputados, como o da USP, a Século recebeu somente alunos do Ensino Básico e do primeiro ano do Ensino Médio, ano passado. Só ano que vem a turma chega ao terceiro ano e estará apta para fazer o Enem.

 

Arraial do Parque 10

O arraial do Parque 10, a festa julina em curso, ainda acaba em morte. Motoristas abusados estacionam nas portas das garagens dos arredores do Centro Social Urbano (CSU), onde a festa acontece, impedindo quem volta do trabalho de estacionar em casa. Resultado: os moradores estão pichando carros com bisnagas de produtos químicos. O resultado só aparece no dia seguinte, quando a tinta começa a sair.