Indústrias da Zona Franca pagaram R$ 400 milhões e deram à UEA a chance de investimento de primeiro mundo por aluno, ano passado

O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, revela que o Polo Industrial de Manaus (PIM), através do fundo criado pela Lei 2826/2003, colocou à disposição da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) R$ 400 milhões, ao longo do ano passado. Isso permitiria investimento de país de Primeiro Mundo por aluno, mas a lei 3022/2005 prevê que o “superávit orçamentário” pode ser usado em outros setores da administração estadual. O orçamento de 2014 da instituição previa gastos de R$ 345,91 milhões, isto é, R$ 54 milhões foram desviados do objetivo. E a educação, ó!

 

Mercadão

O mercado Adolpho Lisboa, cuja reforma patinou nas gestões Serafim Corrêa e Amazonino Mendes, foi finalmente concluído com o prefeito Arthur Virgílio. Esbanja a beleza dos tempos áureos. Está faltando, no entanto, um puxão de orelha na administração do local. Os bêbados estão de volta e ocupam, despudoradamente, as calçadas do entorno do prédio e até o interior, misturando-se à própria arquitetura neoclássica. A Prefeitura, corretamente, exigiu que os peixeiros comprassem modernas geleiras, para conservar o pescado, mas admite a continuação da venda do peixe nas canoas, numa concorrência desleal e sem qualquer controle sanitário. O local é turístico e não pode continuar abandonado assim. Confira nas fotos:

O prédio do Mercado Adolpho Lisboa, municipal, se impõe pela beleza. Fotos: Tereza Cidade

O prédio do Mercado Adolpho Lisboa, municipal, se impõe pela beleza. Fotos: Tereza Cidade

A aplicação do ferro à arquitetura neoclássica é uma marca única no prédio

A aplicação do ferro à arquitetura neoclássica é uma marca única no prédio

A beleza, porém, é empanada pela falta de gestão, por parte da administração do local. Veja no detalhe da foto (ao alto), como os desocupados tomam conta do espaço que deveria ser dos visitantes

A beleza, porém, é empanada pela falta de gestão, por parte da administração do local. Veja no detalhe da foto (ao alto), como os desocupados tomam conta do espaço que deveria ser dos visitantes

A calçada ao lado do mercado do peixe fica lotada de bêbados, curtindo a ressaca na sombra do prédio, por volta do meio-dia

A calçada ao lado do mercado do peixe fica lotada de bêbados, curtindo a ressaca na sombra do prédio, por volta do meio-dia

 

‘Fundo de caixa’

Os permissionários do Adolpho Lisboa advertem. Enganam-se os consumidores que imaginam encontrar peixe fresco nas canoas ancoradas ao lado do Mercadão. O peixe, segundo eles, é o refugo da venda dos pescadores. “É tudo fundo de caixa”, isto é, o resto, o pescado amassado e que perde qualidade para passar na fiscalização.

 

Agressivos

Os bêbados, que dormem nas calçadas do entorno do Mercadão, nas horas mais quentes do dia, ficam agressivos no auge das vendas, no começo da manhã e nos fins de semana. Eles agridem e roubam para comprar bebida, tornando-se um problema até para os comerciantes dos arredores.

 

PPP

O Processo Produtivo Básico (PPP) do ar-condicionado, um dos polos mais promissores da Zona Franca de Manaus, está entre os papéis entulhados na burocracia federal, por conta da crise política. É preciso muita atenção nisso. Chance de ouro para eliminar a obrigatoriedade de usar um compressor ultrapassado. As indústrias de Manaus, hoje, compram a velharia, jogam no lixo e usam um compressor decente. O custo da brincadeira, obrigatória, vai para o preço final é claro.

 

Cirandas

Os presidentes das cirandas, Magal Pinheiro, Rildo Teles e Alexandre Queiroz, e o prefeito de Manacapuru, Tororó, foram levados pelo ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, ao ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, terça (04/08). Posaram para fotos, esbanjaram sorrisos e otimismo, mas nada de concreto. Haverá ajuda. Ninguém sabe dizer em que valor. Nem quando chega. O Festival de Cirandas acontece dias 28, 29 e 30 e sofreu corte de 50% nas verbas do Governo do Estado.

 

A revolta do Chico Gomes

Promotor de Justiça aposentado, um dos integrantes mais eméritos da Academia Amazonense de Letras, o itacoatiarense Francisco Gomes da Silva, o Chico Gomes, sempre deu azo à veia política. Disputou duas vezes a eleição para prefeito de Itacoatiara e na segunda só perdeu por causa do artifício ditatorial da sublegenda. O único cargo político da vida de Chico, entretanto, só veio em 1992, quando se elegeu vereador. Iniciou então cruzada pela ética e moralidade, tornando-se uma pedra no sapato do então prefeito – que está no cargo agora, de novo! – Mamoud Amed. O caldo entornou quando, em 1995, um irmão do prefeito faleceu em acidente automobilístico e a maioria governista na Casa trocou o nome de uma escola, homenagem a veneranda professora local, pelo do falecido. Chico Gomes subiu à tribuna e fez um discurso furioso, protestando pelo desrespeito à memória da cidade e denunciando a falta de pré-requisitos ao homenageado. Fez um panavueiro. Ficou tão indignado que renunciou ao cargo, no meio da oratória. Chico, autor do blog www.franciscogomesdasilva.com.br, onde produz belos textos, é um tipo de político que faz falta ao Amazonas de hoje.

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