Por que parou a greve da Suframa? Parou por quê?

A greve dos funcionários da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) encerrou ontem (16/07), com a volta ao trabalho marcada para segunda-feira. Por que parou? Parou porque, com a liberação de mercadorias sendo feita pelos funcionários da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), o trabalho da autarquia deixou de ferir o cotidiano do Amazonas. Sim, havia muitos caminhões parados esperando carga – falou-se até em 3 mil – mas era questão de tempo para esse engarrafamento se diluir. A liderança do movimento conseguiu promessas daqui e promessas dali, mas terá que trabalhar sistematicamente para combater os primeiros sinais de perda do principal trunfo dos trabalhadores, o apoio da sociedade, empresários, políticos e população para seus pleitos salariais.

 

Saída

Mais uma vez se confirma uma máxima das greves: nunca entre numa sem saber como sair.

 

Prejuízos

Há cálculos que alegam prejuízo de R$ 5 bilhões com a greve na Suframa. Parte disso, como os impostos estaduais, será recuperada. O problema é convencer os investidores de que a Zona Franca é um porto seguro para eles e não vai parar a qualquer hora. A Alcatel, que produz celular em Manaus, pretendia entrar também na produção de tablets e notebooks. Após a greve, avisou aos parceiros que vai repensar tudo.

 

Empregos

Os números apresentados pelo presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, são duros. O Polo Industrial de Manaus demitiu 20 mil trabalhadores e tem 35 mil em férias não programadas, isto é, estão a um passo da demissão.

 

Polêmica na Internet do bilhão

Rômulo Lobato, ex-diretor técnico da Embratel no Amazonas, afirma que levar Internet via fibra ótica para o interior do Estado via sub-fluvial é um erro e desperdício de dinheiro. Mas é o que o Governo Federal está prometendo fazer, conforme anunciou ontem um trio de ministros, no Comando Militar da Amazônia (CMA). O projeto, que pretende estar concluído em 2017 e levar Internet para 52 Municípios, vai custar à viúva (União) R$ 1 bilhão.

 

Experiência

Rômulo Lobato afirma que a Embratel fez experiências com fibra ótica via sub-fluvial. Um dos cabos lançados no rio Solimões, de Iranduba para Manaquiri, buscando a BR-319, “apagou” soterrado por uma ilha de depósitos acumulados pelo movimento do rio, poucos meses depois. O engenheiro defende que a fibra seja lançada em postes, via aérea, com monitoramento em tempo real, por drones, e liberando sinal wifi em todo o percurso. “Dá para fazer uma revolução cultural no Amazonas”, defende.

 

Tempo

Os porta-vozes do projeto de Internet afirmam que o projeto está pronto e que não é possível mexer em mais nada. Mas a única “experiência” feita até agora foi o lançamento de alguns metros de fibra, num pequeno trecho do rio Negro à frente de Manaus. Os políticos precisam agir para evitar que esse R$ 1 bilhão seja jogado n’água. Os homens e mulheres de Brasília são inteligentes, mas quem conhece a Amazônia precisa falar sobre a região para eles.

 

Manaus-Itacoatiara

A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) liberou ontem a Ordem de Serviço (OS) para o tapa-buracos na rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara). O trabalho vai focar, principalmente, o trecho dos KMs 130 a 180, que está quase intransitável.

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