Cirurgia inédita no Amazonas corrige incontinência urinária em pacientes com câncer

A Secretaria Estadual de Saúde (Susam) realizou mais uma cirurgia inédita no Amazonas, dessa vez para correção de incontinência urinária em pacientes oncológicos que passaram por tratamento de câncer de próstata. As cirurgias – cinco, ao todo – foram realizadas na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), referência na região. Os procedimentos foram bem sucedidos e os pacientes já receberam alta.

cirurgia

A cirurgia vai garantir qualidade de vida aos pacientes que tiveram que se submeter a prostatectomia radical.

“Esses homens, que antes precisavam fazer uso, constantemente, de fraldas geriátricas, agora terão mais qualidade de vida e voltarão ao convívio social, já que é muito comum, nesse tipo de sequela, o comprometimento do bem-estar físico, emocional e psicológico do paciente”, ressaltou o diretor-presidente da FCecon, Edson de Oliveira Andrade.

De acordo com o chefe do Serviço de Urologia da FCecon, urologista Giuseppe Figliuolo, a incontinência urinária ocorre quando não é mais possível ter controle sobre a urina que sai da uretra. No caso dos pacientes submetidos às cirurgias, eles receberam próteses de dois tipos diferentes – esfinter urinário artificial (três) e slings (2) -, materiais que possuem um único fornecedor no mundo e que são de alto custo. “A unidade de um esfinter custa R$ 50 mil e do sling, R$ 8 mil. As próteses foram adquiridas com recursos exclusivos da FCecon, via Susam”, ressaltou. Após a colocação das próteses, os pacientes recuperaram a continência.

Conforme Figliuolo, durante o tratamento do câncer de próstata, esses cinco pacientes foram submetidos a um tipo de procedimento denominado prostatectomia radical, o qual consiste na remoção de toda a próstata. Como na ocasião já estavam com o câncer em estágio avançado, a equipe médica indicou a cirurgia, considerada altamente complexa, na qual cerca de 5% dos pacientes acabam adquirindo a sequela.

“Após constatado que o paciente ficou curado do câncer, aí sim pode-se investir na reabilitação”, explicou o especialista. Os pacientes reabilitados têm entre 60 e 70 anos e as cirurgias, minimamente invasivas, duraram, em média, duas horas, cada uma. “A ideia é que esta cirurgia vire uma rotina no hospital, que hoje é considerado referência no diagnóstico e tratamento do câncer em toda a Amazônia Ocidental e que vem evoluindo, diariamente, nas técnicas cirúrgicas, sempre buscando melhorias para o paciente”, afirmou.

Figliuolo explicou que participaram das cirurgias, consideradas como treinamento, ele, o urologista da FCecon, George Lins, dois médicos convidados da Santa Casa de São Paulo (SP), além de três médicos residentes do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), vinculado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Entre médicos, técnicos, enfermeiros e instrumentadores, cerca de 20 pessoas participaram dos procedimentos. A iniciativa contou com o apoio da Sociedade Brasileira de Urologia, secção Amazonas.

Veja também
Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *