Os dois pacientes submetidos às primeiras cirurgias cardíacas pediátricas de alta complexidade da rede pública de saúde do Amazonas, já receberam alta e passam bem. Tanto o menino, de 12 anos, quanto a menina, de 6, passaram por cirurgias para a correção de cardiopatias congênitas (decorrentes de má-formação cardíaca durante a gestação). Eles estão em casa se recuperando e são considerados pacientes completamente curados.
Os procedimentos, realizados nos dias 16 e 17 deste mês, ocorreram a partir do Serviço Assistencial deCirurgias Cardiopediátricas, implantado na Fundação do Coração Francisca Mendes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Susam). Agora, informou o diretor-presidente da instituição, Pedro Elias de Souza, eles passarão por acompanhamento ambulatorial, a partir de uma equipe multidisciplinar criada especificamente para esta finalidade.
O menino de 12 anos foi o primeiro paciente de cirurgia cardíaca pediátrica no Amazonas.
De acordo com Pedro Elias, a série de cirurgias vem ocorrendo dentro do previsto e as crianças receberam alta no tempo certo, passando pela enfermaria e, em seguida, pela Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), no pós-cirúrgico. Na sequência, elas foram submetidas a avaliações clínicas, sem nenhuma intercorrência. “Após a alta, o acompanhamento será semanal e, observando-se a evolução da recuperação, o espaço de tempo nas consultas vai ficando maior”, destacou o diretor-presidente.
Novas cirurgias
Na última segunda-feira, mais uma criança, do sexo masculino, com 1 ano e sete meses, também foi submetida a um procedimento cardíaco tradicional com sucesso e, até o final da semana, outras três cirurgias estão programadas. A ideia é que o número de procedimentos aumente, gradativamente, até que a unidade hospitalar chegue a 20 procedimentos/mês.
“As cirurgias vêm ocorrendo dentro do previsto. Inicialmente, estamos operando crianças de maior peso. Em seguida, partiremos para as cirurgias em recém-nascidos”, comentou.
O cirurgião cardíaco George Butel, responsável pelo Serviço na Fundação Francisca Mendes, explicou que as três cirurgias realizadas até agora foram de tipos diferentes, e quanto menor a idade, maior a complexidade. As cirúrgicas realizadas nas crianças de 12 e 1 ano e 7 meses (em função de aneurisma septo interatrial e comunicação interatrial – CIA -, respectivamente), necessitaram de circulação extracorpórea, onde uma máquina assume a função do coração no bombeamento do sangue ao restante do corpo, durante o procedimento. Já a realizada na menina de seis anos (para corrigir persistência do canal arterial), não precisou do aparelho.
“Os pacientes que receberam alta terão significativa melhoria na qualidade de vida, podendo, agora, realizar atividades rotineiras na vida de uma criança, como jogar bola, sem apresentar cansaço excessivo”, destacou o cirurgião. Ele frisou, ainda, a importância da cirurgia ainda na fase infantil. Segundo o especialista, a cardiopatia não tratada na forma precoce, pode levar o paciente a um quadro de hipertensão pulmonar, dano que pode ser irreversível. “Nesta quarta-feira, uma criança mais nova, de 1 ano e 2 meses, foi submetida à cirurgia”, destacou.
Serviço
O Serviço, implantado recentemente na Fundação, conta com seis cirurgiões, que também atuam nas cirurgias cardíacas em adultos, procedimentos que colocaram a instituição em evidência, elevando-a ao status de referência na região. Além deles, conta com pediatras, intensivistas neonatais, perfusionistas, fisioterapeutas, farmacêuticos-bioquímicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas e psicólogos. Pedro Elias destaca que, antes, as cirurgias eram realizadas apenas em unidades privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O diretor-presidente explica que , desde o primeiro semestre deste ano, a unidade hospitalar vem realizando o atendimento da clientela infantil, com a realização de procedimentos percutâneos (método menos invasivo, que não necessita de abertura torácica). As cirurgias, realizadas de forma pioneira no Estado, iniciadas neste mês, são pelo método tradicional, de peito aberto, e inauguraram a segunda etapa da implantação do Serviço Assistencial de Cardiologia Pediátrica na rede estadual de saúde.
Os profissionais receberam treinamento no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, considerado referência mundial em Cardiologia. Todo o processo de treinamento foi custeado pela Susam, em parceria com o Ministério da Saúde (MS), por meio do Projeto dos Hospitais de Excelência e do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (SUS).
Investimentos
Em março deste ano, o Governo do Amazonas entregou a obra de expansão da Fundação do Coração Francisca Mendes, que é referência em Cardiologia na rede pública estadual de saúde. Entre obras e equipamentos, foram investidos R$ 45 milhões, incluindo R$ 1,9 milhão de recursos federais. “Foram estes investimentos que permitiram ampliar a oferta de serviços da unidade, que antes atendia apenas ao público adulto”, ressalta o secretário José Duarte. O atendimento infantil era ofertado pela rede pública através de serviços conveniados.
Na área de expansão da unidade hospitalar foi implantada a Enfermaria Pediátrica de 21 leitos e a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, com 10 leitos (sendo três neonatais). Um novo e moderníssimo equipamento de Hemodinâmica, com tecnologia 3D – único do porte em funcionamento nas regiões Norte e Nordeste – também foi adquirido para dar suporte ao processo de expansão.
O diretor-presidente explica que, desde o primeiro semestre deste ano, a unidade hospitalar vem realizando o atendimento da clientela infantil, com a realização de procedimentos percutâneos (método menos invasivo, que não necessita de abertura torácica). As cirurgias, realizadas de forma pioneira no Estado, iniciadas neste mês, são pelo método tradicional, de peito aberto, e inauguraram a segunda etapa da implantação do Serviço Assistencial de Cardiologia Pediátrica na rede estadual de saúde.
Os profissionais receberam treinamento no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, considerado referência mundial em Cardiologia. Todo o processo de treinamento foi custeado pela Susam, em parceria com o Ministério da Saúde (MS), por meio do Projeto dos Hospitais de Excelência e do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (SUS).
Por Marcos Santos
Deixe um comentário