Ironia do destino e o Brasil apresenta ao mundo uma faceta de país colonizado e agrário… até no futebol

A goleada por 7 a 1 para a Alemanha, no futebol, grande orgulho brasileiro, durante a Copa do Brasil, mexeu com o País. Os alemães impuseram um jeito diferente de olhar para o esporte, com planejamento e estrutura que extrapolam os clubes e os campos, explorando alternativas do capitalismo que o dirigente brasileiro teima não ver. Colonizaram o interior da Bahia, com o simbolismo de repetir Pedro Álvares Cabral, aportando na Bahia Cabrália. E ficou aberto o caminho para arrogâncias, como a do meia-atacante Müller, que mandou enfiar a chuteira de ouro ganha pela colombiano James Rodrigues, o artilheiro da Copa.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) publicou, no início de fevereiro, por outro lado, um estudo segundo o qual o agronegócio brasileiro exportou US$ 101,5 bilhões, em 2013, com superávit (diferença entre exportação e importação) de US$ 83 bilhões.

É a agricultura, portanto, que está sustentando a economia brasileira e permitindo toda essa distribuição de dinheiro, pelo Governo Federal, via os chamados programas sociais – bolsa família, salário desemprego, Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e Minha Casa, Minha Vida, entre outros.

O Brasil apresenta para o mundo, desta forma, a faceta de um país agrário e, mesmo no futebol, recuou tantos passos que hoje já pode ser considerado colonizado pelos clubes e seleções europeias, que daqui levam apenas os jovens talentos, a matéria-prima.

Não se trata de uma situação criada por um único governo. Não. Como dizia Nélson Rodrigues, “subdesenvolvimento não se improvisa; é obra de séculos”. Tanto que, na comparação de Prêmio Nobel, como lembrou Ronaldo “Fenômeno”, a goleada alemã é ainda maior: 102 a 0. Trata-se do país de Sigmund Freud (psiquiatria), Albert Einstein (física), Richard Wagner (música), Karl Marx (sociologia, economia), Georg Wilhelm Friedrich Hegel (filosofia/ dialética), Wernher Magnus Maximilian von Braun (corrida espacial) e tantos outros.

A Wikipedia, a enciclopédia livre da Internet, publica três listas das maiores economias do mundo. Na do Fundo Monetário Internacional (FMI), feita em 2011, a Alemanha é 5ª colocada e o Brasil 7º. Para o Banco Mundial (2010), Alemanha 5ª e Brasil 9º. A Cia. World Factbook também considera a Alemanha 5ª, mas o Brasil é 8º colocado.

Isso tudo depois de duas guerras mundiais, na última das quais a loucura de Adolf Hitler deixou o país, em torno de 1945, em completa bancarrota.

O que fazer? Aceitar a posição subalterna e transformar a superioridade alemã num motivo de babação permanente? Nada disso.

O Brasil tem que encontrar o próprio rumo, com a criatividade e a alegria que caracterizam o povo brasileiro.

É preciso buscar alternativas e errar menos.

Não dá para viver do agronegócio, numa realidade em que a agricultura encontra dificuldade de escoamento, devido à precariedade de estradas, portos e aeroportos, que ficariam completamente congestionadas com esse crescimento.

Não dá para pensar em mudar o futebol construindo uma Seleção Brasileira, cheia de desafios, a partir do fracasso de um técnico como Dunga, mais preocupado em barrar a imprensa e a torcida que em preparar o time.

O Brasil tem jeito. A 7ª economia do mundo, com tantos potenciais inexplorados, não está tão longe da 5ª, que extrai tudo o que pode do meio ambiente.

Que os 7 a 1 sejam um grito de alerta.

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2 comentários

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  1. Jose Bonifácio disse:

    Caros leitores, este comparativo demonstra uma realidade, onde infelizmente nós brasileiros não queremos enxergar. Nosso país necessita urgente de um choque de gestão em todos os sentidos, todos os países que apresentam uma qualidade de vida aos seus habitantes, estiveram imbuídos em atingir metas durante décadas, ou seja, planejamento estratégico a longo prazo, esses povos determinaram o que queriam e perseguiram sem titubear, sem dar “jeitinho” como estamos acostumados. O exemplo citado demonstra claramente isso, a escolha de Dunga para o cargo de técnico da seleção brasileira, devemos nos acostumar que fomos os reis do futebol, atualmente estamos longe disso, principalmente pelas práticas de velhacos como os cartolas da CBF, onde os mesmos, igualmente nossos gestores, não estão preocupados com um futuro melhor da seleção ou do país, e sim apenas com a sobrevivência de esquemas para suprir seus interesses escusos. Infelizmente, esse é o nosso país.

  2. Carlos disse:

    E por acaso o brasileiro tem perfil de cidadão de primeiro mundo? Brasileiro não gosta de estudar, trabalhar, é mau educado por excelência e sente prazer na prática do furto (“achado não é roubado, quem perdeu foi relaxado”). Sorte daqueles que são excessao à regra, porque se destacam mais facilmente na multidão e com isso vencem mais rápido na vida.