Calor vira tema na Copa em Manaus? Ora, ‘craque não nasce na sombra. Ele cresce debaixo do sol’

Acabou vindo do comercial da Sundown uma resposta contundente à chatice mais martelada nesta Copa do Mundo: faz calor em Manaus. O anúncio, fartamente veiculado, afirma que “Craque não nasce na sombra. Ele cresce debaixo do sol”. Qualquer um que tenha ganho bola, no lugar de carrinho ou videogame, quando criança, deu uma escapadinha para jogar pelada. E quando a chance surgia, ninguém ligava se fazia chuva ou sol. Esta é uma realidade nacional e que contribuiu decisivamente para tornar o Brasil pentacampeão mundial de futebol.

O fato mais relevante da Copa em Manaus, porém – e ainda bem –, não foi o calor. Foi a hospitalidade do povo manauara, que não regateou alegria ou calor humano aos turistas que vieram à cidade.

Quem não viu nenhum jogo na Arena da Amazônia perdeu o bonde da história, deixou de ver a Copa do Mundo no Brasil, na nossa casa, oportunidade que sabe lá quando será repetida.

Havia incrédulos, com justa razão, duvidando que as coisas funcionariam. “Assento numerado? Isso não cola em Manaus”. “Não vai haver hotel”. “Vão sair falando mal da cidade”. “Já viu os bares e restaurantes da Arena? Vai ter jogo e eles não ficam prontos”. “A internet não vai funcionar (e isso não funcionou mesmo!)”. São afirmações, exceto a última, que foram por água abaixo.

Turista gosta do exótico que funcione, ainda que minimamente. Não gosta do baixo nível, da exploração desenfreada.

Curtiu o Armando, o Largo de São Sebastião, o mercado Adolpho Lisboa, fez fila na Ceasa para ver o Encontro das Águas, atravessou a ponte Rio Negro e foi às praias de Iranduba, mesmo com elas submersas.

Agora é manter o (mínimo) legado da Copa: a organização, proporcionada em grande parte pelos voluntários treinados pela competente Ozeneide Casanova, o funcionamento impecável da Arena da Amazônia, a segurança e o trânsito no entorno, o Fan Fest da Ponta Negra – Arthur, segura aquele telão trazido pela Fifa lá no anfiteatro!

E esse negócio de que o calor impede que Manaus seja uma cidade para jogar futebol? Bobagem! Craque não nasce na sombra. Ele cresce debaixo do sol.

Veja também
2 comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. katia cardoso disse:

    Parabéns pelo que você publicou.

  2. Germano Costa Andrade disse:

    Parabéns pelo reconhecimento, até então inédito, do trabalho silencioso realizado pelo profissional Hélio Gesta. Suas palavras, no programa de rádio de hoje, fizeram muita Justiça ao que ele efetivamente é e ao que ele, pessoalmente, representou para o êxito desta Copa em Manaus. Acho que cabe um adendo no texto acima, para tornar indeléveis as suas palavras iluminadas desta manhã.