Desabafo de Arthur revela pressão de bastidores pela definição do prefeito na eleição para o Governo do Estado

O prefeito Arthur Virgílio fez um desabafo, domingo (11/05), no seu perfil do FaceBook (Souarthur45), deixando uma série de afirmações nas entrelinhas. Deu a impressão, por exemplo, de que vai resistir às pressões até de seu partido, o PSDB, e do candidato Aécio Neves, para evitar que a administração seja “contaminada pela disputa política”. Mas os principais recados são para o senador Eduardo Braga e o governador José Melo: “Não sou chefete político e o povo de Manaus, politizado e lúcido como é, merece meu respeito. Nem ele e nem eu estamos à venda”.

As entrelinhas ficam mais claras com o recurso ao noticiário comum, fartamente publicado, sobre os movimentos do prefeito.

Arthur foi a Brasília, para conversar com ministros, e acabou conversando com Braga, que publicou na internet fotos dos dois com o ministro-chefe da Casa Civil e ex-colega de Arthur no Senado, Aloísio Mercadante. Afirmava estar “ajudando a conseguir verbas para Manaus”. Desse encontro teria saído a promessa de que o Governo Dilma liberaria em torno de R$ 200 milhões, em emendas parlamentares, para ajudar a Prefeitura, no sufoco de preparar Manaus para a Copa do Mundo.

Com José Melo a história teria sido outra. Arthur tinha fechado com o ex-governador Omar Aziz uma ajuda para Manaus, em obras e repasses, no total de R$ 90 milhões. Melo assumiu, viu que as finanças estaduais não suportam um investimento dessa ordem, chamou o prefeito e prometeu um repasse de… R$ 50 milhões. Os dois, prefeito e governador, saíram do encontro radiantes e com tudo indicando que o repasse selaria a aliança para as eleições deste ano.

No meio disso tudo surge o PSDB, com Aécio Neves subindo nas pesquisas e a entrega do governo de Minas Gerais ao vice-governador de Antônio Anastasia, chamado Alberto Pinto Coelho, que pertence ao PP da deputada federal Rebecca Garcia. Ocorre que essa passagem de comando estaria atrelada ao apoio do PP aos tucanos na eleição presidencial. E os pepistas teriam exigido que a recíproca se fizesse em dois Estados, o Rio Grande do Sul, onde a senadora Ana Amélia tem rivalidade histórica com o PT, e o Amazonas, onde o PP considera que Rebecca tem chances na eleição para o Governo do Estado.

Arthur Virgílio, com esse caldeirão, passou a receber pressão de Eduardo Braga e o tal repasse dos R$ 200 milhões em emendas, José Melo e os R$ 50 milhões do Estado e do próprio PSDB nacional, com a possibilidade da aliança com o PP. Arthur mandou uma espécie de “aviso aos navegantes”, deixando claro que vai decidir que rumo tomar na eleição com independência e, ao contrário do que fez inúmeras vezes, pensando na administração de Manaus e no futuro da cidade… e até de sua reeleição.

Leia a íntegra do desabafo do prefeito de Manaus clicando aqui ou acessando a área de artigos do blog, à direita da home page.

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