Derrota do Princesa mostra fragilidades do futebol amazonense atual. É hora de lembrar a experiência do São Raimundo

O Princesa do Solimões caiu, diante do Paysandu, nesta quarta-feira (26/02), por 6 a 1. O placar não reflete o jogo. O time manacapuruense teve um gol e um pênalti não marcados, dois pênaltis contra e dois jogadores expulsos. O trio de arbitragem amapaense foi, no mínimo, sofrível. Mas todos sabiam que seria muito difícil resistir ao campeão paraense do ano passado, com um elenco passado na casca do alho e na Série B, além de uma torcida fanática, que não para um segundo, apesar de em pequeno número no jogo.

Em 1996, início da formação do time do São Raimundo, que depois viria a ser tricampeão da Copa Norte, o técnico Aderbal Lana concedeu longa entrevista, no avião, falando sobre o confronto contra o mesmo Paysandu. Na Colina, jogo da ida, o Tufão havia vencido por 3 a 0. Terminado o primeiro tempo do jogo da volta, no Mangueirão, o Papão da Curuzu dava um baile e vencia por 3 a 0. Lana montou o ferrolho defensivo, no segundo tempo, e não saiu mais nenhum gol. Nos pênaltis, venceu o amazonense. Perguntei a ele: o que falta ao time? E ele: “Rodagem. Só daqui a uns três anos vamos encarar desafios como esse”. E assim foi.

Falta a mesma rodagem ao Princesa. Tomara que a diretoria seja prudente e mantenha o técnico Marquinho, que vem fazendo um bom trabalho e foi lateral-direito daquele São Raimundo, para que a partir dele a experiência seja acumulada.

Note-se que o Princesa terminou a primeira fase do Campeonato Amazonense em 1º lugar, invicto, no Grupo A. E o Paysandu perdeu o primeiro turno para o Remo, em confronto com dois empates (0 a 0 e 1 a 1) que terminou domingo.

Há essa grande diferença no futebol dos times de Amazonas e Pará? No campo, na bola, talvez não. Mas a experiência, a estrutura, a organização e um campeonato disputado, prestigiado pela torcida, acabam fazendo a diferença. Fora o prestígio junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que garante escalação de árbitros como o de Paysandu x Princesa, digamos, fraco.

Restam os jogos da volta, em Manacapuru e Manaus. Em que condições o Nacional vai inaugurar a Arena da Amazônia? Tomara que não seja com um vexame, mas, se acontecer, não será nenhuma surpresa. Afinal, a semente de um novo momento do futebol amazonense apenas foi deitada à terra e vai demorar mais alguns anos para germinar.

Veja também

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *