Após percorrer a Highway 1, de San Francisco a Los Angeles (ver posts anteriores), há duas boas opções de roteiro: continuar a viagem pela estrada até a cidade de San Diego, quase na fronteira com o México, ou deixar a costa e tomar o rumo de Las Vegas, a capital mundial do jogo e do divertimento. O enclave da luz e do brilho no meio do deserto. Ficamos com a segunda.
A viagem entre as duas cidades tem cerca de 420 quilômetros e a rodovia cruza o Deserto de Mojave, que no século 19 era a porta de entrada da Califórnia.
A estrada não tem muitos atrativos, principalmente para quem ficou mal acostumado com as belezas da Highway 1. A paisagem é árida, com poucas cidades no caminho, mas é justamente essa mudança que confere ao trajeto um aspecto exótico e dá ao viajante a sensação de estar indo para o nada. Essa viagem, aliás, eternizada em tantas produções de Hollywood, faz muita gente pegar a estrada em busca do desconhecido, atraída pela possibilidade de aventuras.
Calico, cidade fantasma do faroeste
No meio do caminho fica Calico, a Ghost Town (Cidade Fantasma). É um pequeno lugar que conseguiu guardar características dos tempos do bangue-bangue, seguindo estritamente o estereótipo dos filmes norte-americanos do gênero.
A sensação de estar em um set de filmagem, aliás, está presente desde que se passa pela entrada, onde é preciso pagar uma taxa de 6 dólares por pessoa. Você deixa o veículo no estacionamento e conhece a ‘cidade’, que se resume a uma única rua, a pé. Há o saloon, delegacia, acampamento indígena e até um trem que passa pelo interior da mina. Não falta, claro, o duelo do mocinho com bandidos mal encarados, numa encenação protagonizada por atores profissionais, caracterizados a rigor.
Calico foi fundada em 1881 para a exploração de minas de prata e borax. Seu apogeu foi em 1887, quando chegou a ter uma população de 1,2 mil habitantes.
Com a queda do preço da prata, o vilarejo foi abandonado e muitas de suas construções foram mantidas intactas. Em 1966 foi doada para o Estado de San Bernardino, que a transformou em uma espécie de parque, hoje aberto à visitação.
Las Vegas, onde muda a escala de tempo e de tamanho
De longe, vindo pela estrada, o emaranhado de prédios se destaca no horizonte. Ao entrar na cidade, o tamanho das construções impressiona. São os hotéis grandiosos, com até 5 mil apartamentos, que fazem a fama de Las Vegas e fazem tudo para se destacar à noite, recorrendo a imensos painéis de néon.
Os hotéis são um grande parque de diversões para adultos e não é a toa que a cidade é conhecida como a Disney dos marmanjos. Cada um tem um estilo próprio e muitos ‘copiam’ cidades como Paris (Paris Hotel), Veneza (Vennetian Hotel), Roma (Caesar Hotel) e Nova York (New York, New York), destacando atrações turísticas e características arquitetônicas de cada uma delas.
Como a diversão é para gente grande, o Paris, por exemplo, tem uma Torre Eiffel do tamanho da original e também com restaurante 5 estrelas no topo. No Vennetian destacam-se as gôndolas. E a Estátua da Liberdade domina o cenário no New York.
Dentro, os cassinos, com suas roletas, mesas de pôquer e caça-níqueis, funcionam 24 horas, instalados em um ambiente no qual não se sabe se é dia ou noite.
Além dos cassinos, os hotéis oferecem áreas comerciais, com muitas lojas de luxo, Louis Vuitton e Prada à frente, além de danceterias, bares e restaurantes de primeira.
Os melhores hotéis estão concentrados na Trip, que tem um movimento alucinante de pessoas. Tudo mantém o movimento 24 horas por dia. Para quem não tem ‘bala’ para as lojas de alto luxo dos hotéis, há dois outlets Premium na cidade – se você estiver sem carro, o transporte público deixa na porta -, com a mesma variedade de Miami e Orlando, além de todas as grandes lojas americanas, como Macy’s, Best Buy e Babies R’us nas proximidades.
A oferta de diversão é grande, mesmo para aqueles que não se deixam seduzir pelo jogo. A cidade tem uma variedade incrível de atrações, com destaque para as apresentações do Cirque du Soleil, musicais, shows dos maiores astros internacionais da música pop e espetáculos de magia. Celine Dion, Elton John e David Coperfield têm lugar cativo nos teatros localizados dentro dos cassinos.
Show de gastronomia
Cassinos, festas e shows? A noite de Vegas tem mais.
A cidade tem restaurantes de quase todos os grandes chefs do mundo inteiro. A oferta é tão avantajada que o visitante sai de lá com a sensação de que o norte-americano adora alta gastronomia e não está nem aí para hamburgers e hot-dogs.
O L’Atelier, do chef francês Joel Robuchon, no hotel MGM Grand, por exemplo, é uma verdadeira viagem degustativa. Com vários restaurantes espalhados pelo mundo (Las Vegas, Londres, Paris, Mônaco, Tóquio, Hong Kong, Macau, Tapei e Singapura), Robuchon tem um total de 28 estrelas acumuladas do Guia Michelin, que é referência mundial dos melhores restaurantes, classificando-os com estrelas que vão de 1 a 3.
Para os casais, o restaurante oferece cadeiras no balcão, de frente para a cozinha, com direito a acompanhar todo o preparo dos pratos. É curioso ver a rapidez com que os chefs trabalham e a meticulosidade na apresentação dos mesmos. Tudo sai impecável e só é entregue ao garçom depois do aval de um dos surchefs, profissionais que são auxiliares diretos e da confiança máxima do chef principal.
O ideal é fazer o menu-degustação, que oferece uma sequência de pratos que permitem ter um noção mais completa da arte gastronômica do chef. No L’Atelier, por algo em torno de US$ 220 por pessoa, o cliente tem direito a sete pratos e à harmonização com vinhos. É o equivalente a um ingresso para uma apresentação do Cirque du Soleil.
Há os que, apaixonados pelo jogo, perdem a noção do dia e da hora nas mesas de Las Vegas. Quem não gosta, porém, ocupará o tempo na cidade entre shows, compras, vinhos e comida de boa qualidade. O certo é que todos terão dificuldade em escapar da sensação de que a cidade merece uma nova viagem.
Woww… so nice.. Enjoy it.
Las vega esta totalmente abandonada, quem quizer saber mais, veja os videos do irmao rubens no youtube.
Marcos,
estou planejando a route 66, e gostaria de saber pq vc optou pela highway 1 e nao pela tradicional!
obrigada pela ajuda!
RESPOSTA:
Carolina,
A Highway 1 é uma rota panorâmica, cujo trecho mais famoso é o que liga San Francisco a Los Angeles. Veja no blog posts sobre essa viagem. Na viagem Los Angeles-Las Vegas optamos pela Interstate 15, que corta o Deserto de Mojave, por ser mais rápida. Por essa rodovia, há apenas um pequeno trecho da Rota 66, se não me engano, quando se atravessa a cidade de Barstow.
A Highway é um sonho de todo turista que conhece a história do Oeste.
Olá. Queria saber se há alguns pontos de parada. Vou fazer esse trecho com criança, e tenho que saber com antecedência para me programar. Obrigado.
RESPOSTA
Victorville e Barstow são duas cidades no meio do caminho para Las Vegas.
Pode fazer tranquilamente, vai ter ponto que poderá comer um bom hamburguer, postos de gasolina…fica tranquilo…dependendo do mês que irá, o calor pega e muito…peguei 41 graus…mais deu para ir na boa…Vai adorar a viagem ..não esqueça de parar na cidade antiga CALICO , estilo faroeste…….Boa viagem