Amazonino volta ao páreo. Eduardo se afasta e acerta condução do processo por Omar. PT é a ‘noiva’ para vice

O processo eleitoral está fervendo, nos bastidores, com os principais atores em plena atividade. As nuvens da política, hoje, apontam para a volta do prefeito Amazonino Mendes ao cenário (a saúde melhorou). Hoje é dos que mais se mexem, na formação da chapa. Ele quer o pijama, mas sempre aparece alguém lembrando da distribuição de leite, das ‘casonas’ de saúde, da Ponta Negra, da via que liga a Avenida das Torres à Grande Circular… E o vírus da política está levando mais uma.

O senador Eduardo Braga teria dito a várias fontes que está fora da condução da eleição municipal em Manaus, que será conduzido pelo governador Omar Aziz, mas deixou o nome do deputado estadual Marcos Rotta como “nome do PMDB na eleição”. Braga teme criar rusgas que comprometam sua meta de voltar ao Governo do Estado, na sucessão de Omar Aziz, em 2015.

As notícias mais recentes partem em duas correntes: numa, a deputada federal Rebecca Garcia (PP-AM) estaria perto do consenso de Omar, Braga e até Amazonino; noutra, Amazonino seria o nome de Omar, mas este estaria enfrentando a resistência de Braga, que aceita a liderança do governador, desde que o nome a emergir não seja o do atual prefeito.

Virou uma salada de nomes? Pois é assim mesmo que está o processo. Os prazos, por outro lado, estão correndo. A pouco mais de 20 dias da data limite para as convenções partidárias, as posições terão que ser preenchidas e as decisões discutidas com um círculo cada vez maior. As coisas vão vazando e a gente está aqui para compartilhá-las com o leitor.

Outra guerra de bastidores é pelo PT. Com um vice petista, a principal barganha de Eduardo Braga, o enorme tempo de TV do PMDB, estaria neutralizada – o tempo das duas siglas é praticamente igual.

Essa posição de “noiva cobiçada”, no que se refere ao cargo de vice, está provocando uma guerra interna no PT amazonense. O presidente regional do partido, o suplente de senador João Pedro, circula por Brasília fortalecendo sua posição. Seu principal aliado local é o deputado estadual Sinésio Campos. Contra eles atua, fortemente, o presidente do Diretório Municipal de Manaus, Valdemir Santana, que também é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e representante estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

As duas correntes conseguiram afastar da briga uma terceira, formada pelo vereador Waldemir José, o deputado estadual Zé Ricardo Wendling e o deputado federal Francisco Praciano. Santana, aliás, afirma que tem 323 dos 500 votos dos delegados que decidirão a posição do partido na convenção municipal. Uma reunião está marcada para domingo (10/06), mas já há articulações para que a mesma seja adiada para 20/06, mais perto das convenções.

Paulo Frateschi, secretário nacional de Organização Política do PT, e Jorge Coelho, membro da Executiva Nacional, estiveram em Manaus, sondando a temperatura. O PT decidiu que, em Municípios com mais de 200 mil eleitores – caso de Manaus –, os nomes podem até ser indicados, mas quem bate o martelo é a nacional.

Eduardo Braga é líder do Governo Dilma no Senado e Rebecca Garcia vice-líder na Câmara Federal. Os dois, a esta altura, na convivência diária com os pares petistas, certamente arregimentaram forças para influir no processo “por cima”. Para completar, o PT local, que nunca conseguiu navegar nos mares de votos de Lula e Dilma, costuma se curvar quando a cúpula bate o martelo.

Amazonino tem em sua administração dois secretários do PT, os do Trabalho e Emprego (Semtrab), Francinete Barbosa de Araújo, e Habitação, Valtair Cruz. Omar tem o reitor da UEA, José Aldemir, e a secretária estadual de Trabalho, Iranildes Caldas. Isso não vale nem para obter o apoio coeso das bancadas petistas na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa, menos ainda na hora de fechar aliança com o PT-AM ou o PT-Manaus. A única validade é exibir esses nomes aos ministros do governo petista, menos versados na política amazonense, como “governo compartilhado com o PT”. E só.

Os nomes favoritos para a indicação de um vice petista – de quem, neste momento, é o que menos importa para os líderes do partido – seriam o próprio Valdemir Santana, Sinésio Campos e João Pedro.

Como ficamos? Amazonino é candidato (cena do momento). Rebecca Garcia, Marcos Rotta, Arthur Virgílio (que vai lançar candidatura em festa com toda a cúpula tucana, do senador Aécio Neves ao presidente nacional do partido, deputado federal Sérgio Guerra-PE) e Serafim Corrêa também. É desse quadro que sai o prefeito de Manaus.

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2 comentários

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  1. Cúrcio disse:

    Fundamentadíssimo, o seu comentário. Retiro dele, apenas as andanças do presidente regional do PT, João Pedro, que não tem conseguido ouvidos com disposição para escutar a defesa de suas posições, no Planalto Central. Pena! Na insistente tentativa de cumprir todo o mandato de senador da república, à revelia do partido, o João deixou o bonde passar. Então, a decisão é do Valdemir Santana, mesmo não sendo do agrado da Nacional. Ao contrário, vira intervenção.

  2. Danilo Santos disse:

    Cuidado com o Hissa… ele pode não ser eleito, mas pode arrastar aí entre 100 e 200 mil votos que vão fazer falta para os outros…