Quatro funcionários da PF presos por corrupção. Autoridades municipais e estaduais serão investigadas

A Operação Udyat (“olhos de Hórus”, no Egito antigo, significando proteção, coragem e poder) da Polícia Federal prendeu hoje quatro servidores da instituição, um do setor administrativo e três policiais. Eles são acusados de envolvimento com autoridades municipais e estaduais para a prática de extorsão, advocacia administrativa, uso de documentos falsos, crimes ambientais, violação de sigilo funcional e corrupção ativa e passiva. “Faziam de tudo para ganhar dinheiro”, disse o superintendente da PF no Amazonas, delegado Sérgio Fontes.

A operação deu cumprimento a seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, seis de condução coercitiva, 15 de busca e apreensão e dois de afastamento de função pública. O inquérito policial que investiga os crimes começou em agosto de 2011, sob segredo de justiça. Os mandados foram cumpridos nos Estados do Amazonas e  São Paulo por mais de 100 policiais federais.

O nome Udyat foi escolhido porque “no trabalho investigativo desenvolvido, tal símbolo está atrelado à proteção da sociedade, da Polícia Federal e de seus servidores contra desvio de condutas de outros servidores do próprio órgão”, diz nota da superintendência da PF-AM.

“O envolvimento desses policiais, que são o epicentro de toda a operação, com autoridades municipais e estaduais está sendo investigado. A operação continua. Isso vai andar”, avisa Sérgio Fontes. Por força de uma portaria do ex-diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, os nomes dos envolvidos não podem ser publicados.

O blog apurou que o funcionário administrativo se chama Mário, trabalha no setor de químicos, desviava esses produtos e está sendo investigado até por possível envolvimento com o tráfico de drogas. Outro dos presos, Yuri, era segurança, com salário de R$ 1 mil, mas dirigia uma caminhonete L200 e uma BMW. Os dois carros, que estavam na garagem da casa dele, foram apreendidos na operação.

Os três policiais foram convocados com urgência para participar da operação e no meio dela receberam voz de prisão. Eles e o funcionário do setor administrativo foram recolhidos ao Batalhão de Policia Especial (BPE), da Polícia Militar. “Todas as empresas que foram favorecidas por eles serão refiscalizadas”, conclui Sérgio Fontes.

 

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