Na primeira vez que entrei no Bar, Armando aceitou ‘pendurar’ uma Coca-Cola

Fui levado ao Bar do Armando, recém-chegado de Parintins, pelo Nonato Farias, meu colega narrador esportivo na rádio Rio Mar, que até hoje fica praticamente em frente. Nonato me apresentou como funcionário da emissora e disse:

– Marcos, se quiser alguma coisa pede aí pro Armando. Ele “pendura” (deixa fiado).

Não acreditei quando o português virou para mim e indagou:

– O que tu quer?

– Pode ser uma Coca-Cola?

Bebi o refrigerante e, quando voltei para pagar, Armando recebeu o dinheiro com um sorriso e emendou:

– Quando precisar manda, Marcos!

Lembrou meu nome. E era só a segunda vez que estava entrando lá. Tinha acabado de fidelizar mais um cliente.

Confesso que passei anos indo ao Bar do Armando sem saber direito se o português era ingênuo, pelos “tombos” que levava, ou um grande comerciante, pela clientela que só aumentava.

Lembro bem quando houve a reforma do Largo de São Sebastião e correram rumores de que o Bar do Armando seria fechado. Os protestos foram tantos e vieram de tantos lugares e pessoas que a ideia, se ocorreu a alguém, foi logo abandonada, o local incluído, pintado, reformado, integrado à paisagem.

Naquelas mesas, gerações e gerações de sonhadores fizeram e desfizeram muitas revoluções.

À Dona Lourdes e demais familiares, minhas condolências. Armando fez História. E nos enche de saudades.

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1 comentário

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  1. maria jose disse:

    Isso ai, Armando será sempre um ícone em nossa cidade!
    Que Deus conforte sua família.