Mais gestão, menos impostos

 

“O Gestor Público é insubstituível”.

José Mariano Beltrame.

A tendência do cenário presente e futuro da Administração Pública é que os gestores sejam cada vez mais cobrados e fiscalizados em relação aos resultados. Os idealismos políticos de esquerda ou direita abrem espaço a uma opinião pública cada vez mais informada de que os serviços públicos devem ser melhores, eficientes e livres de cores partidárias. A estabilização fiscal, monetária e política do país, aliada ao crescimento da classe média nos últimos anos proporcionou esse fenômeno.

O envelhecido argumento de que falta dinheiro para oferecer melhores serviços e obras parece uma canção antiga que não faz mais sucesso. Maior prova disso foi a extinção da CPMF, imposto cobrado durante anos para ser aplicado na saúde e “melhorar” o serviço. Durante o processo que extinguiu o tributo, muitos diziam que sem os recursos da famigerada contribuição seria instalado o caos na saúde pública no Brasil. Pois bem, a CPMF foi fulminada no Congresso Nacional e não houve mudanças significativas no serviço oferecido – nem pra melhor nem pra pior, diga-se.

Os brasileiros observam com desconfiança a crescente carga tributária do País. Sessenta e cinco por cento de nós acreditam que os maiores beneficiários dos impostos arrecadados são políticos e burocratas. São constatações de estudos sociológicos realizados e que aferem a crescente intolerância da sociedade com o mau uso do dinheiro público. Para boa parte dos brasileiros o problema não é a falta de recursos, mas a má gestão e os desvios. Segundo a opinião pública, as receitas arrecadadas, que deveriam ser aplicadas em saúde, educação ou segurança pública acabam tendo outro destino.

No momento em que escrevo estas linhas o noticiário semanal Fantástico, da rede Globo, mostra o mau exemplo dos pagamentos inexplicáveis de salários extras a Deputados Estaduais em alguns Estados da Federação. Em minutos esse era um dos assuntos mais comentados das chamadas redes sociais. Exemplo de que a democratização da informação também começa a surtir efeitos ao questionar as velhas práticas de desperdício e abusos de representantes políticos.

A nova Gestão Pública nasce neste cenário, exigindo mais eficiência em resultados e indicadores claros que demonstrem à população como e onde estão sendo gastos os recursos públicos. Nesse contexto a transparência torna-se um imperativo inarredável àqueles gestores que, de fato, têm consciência de que estão fazendo o melhor com os meios e recursos que dispõem.

Junior Brasil

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* Júnior Brasil é Perito em Contabilidade e Finanças, especialista em administração Pública e Mes...

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