Um estudo sério da Bíblia Sagrada desmascara completamente as incoerências do chamado Brasil cristão, principalmente dos chamados evangélicos que, de acordo com as estatísticas, cresceram vertiginosamente nas últimas décadas. Será que realmente o número de cristãos, verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, têm crescido ou estamos presenciando apenas um fenômeno religioso próprio, travestido de cristianismo?
O apóstolo Paulo era um homem de Deus, no entanto, ele mesmo testemunhou para os cristãos da igreja de Corinto, que eram bem tolerantes com o pecado e o mundanismo, que temendo ser reprovado por Deus e pelos homens depois de pregar, exercia uma disciplina severa consigo mesmo. Ele sabia que se não negasse a si mesmo, conforme Jesus havia ensinado, não viveria de acordo com o que pregava, tornando-se assim hipócrita e reprovado por Deus. Não basta ser ortodoxo, isto é, ter a doutrina reta e certa, mas, também ortoprático, isto é, ter comportamento reto e certo, de acordo com a doutrina defendida.
Para enriquecer ainda mais sua ênfase sobre a necessidade de disciplina ininterrupta, para viver uma vida reta e íntegra, ele apresentou um exemplo contrário ao seu, pois, o povo de Israel havia ficado reprovado por Deus exatamente pela sua tolerância para com pecados que desagradavam ao Senhor. O apóstolo dos gentios demonstrou, com base na história que Deus pelas mãos de Moisés havia tirado todos os israelitas do Egito, literalmente todos e não apenas a maior parte deles saíram da escravidão sob Faraó, mas, apesar de todos terem sido libertos, experimentado as bênçãos da proteção, orientação e suprimentos do maná e água, apenas dois dos adultos entraram na terra prometida. O restante, em virtude do castigo divino, ficou pelo meio do caminho, prostrado no deserto, pois, desagradou a Deus. Como? Cobiçando as coisas más e reprovadas por Ele.
Assim sendo, não basta encher os templos com multidões; não é suficiente ser participante das bênçãos que Deus misericordiosamente concede, pois, nada disso garante um lugar no céu, que é a terra prometida dos cristãos. É loucura confiar em batismo, em participar do memorial que relembra o sacrifício e tantos outros ritos e cerimônias, pensando que tais experiências livrarão da ira divina, mesmo que as coisas más que Deus reprova sejam não só cobiçadas, mas, também praticadas.
O verdadeiro cristianismo deposita para a salvação toda sua confiança na pessoa e na obra de Jesus Cristo, pois, ele é o Salvador. O verdadeiro cristão busca viver uma vida que evidencie que Deus lhe outorgou salvação pela graça por meio da fé. A salvação é comprovada e demonstrada com uma vida compatível com a santidade de Deus, assim sendo, quem vive cobiçando e praticando o que desagrada ao Senhor, pode até ser religioso, mas, dificilmente é um discípulo de Cristo, salvo pelos méritos do seu caráter e da eficácia de sua obra.
Portanto, o número de genuínos cristãos é pequeno e as estatísticas brasileiras são ilusórias e para inglês ver.
Por Marcos Santos
Jorge Max
Jorge Max é pastor da Igreja Batista Constantinópolis, em Educandos.
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