Eduardo Braga e Alfredo Nascimento, cada um por seu lado, fizeram nos últimos dias movimentos que podem mudar o quadro político no Amazonas. Braga teria recebido do vice-presidente Michel Temer o aviso de que está prestes a ser nomeado líder do Governo Dilma na Câmara e no Senado. Alfredo conversou com Amazonino e teria avançado na direção do governador Omar Aziz ou, pelo menos, retirado da frente uma parte da carrada de mágoas do recente confronto entre ambos.
A liderança do Governo torna o mandato de senador maior que a Prefeitura de Manaus. Alfredo, por seu turno, tem sempre à mão o asfaltamento da BR-319 – repete que “só faltam 200 km” – e os igualmente indefectíveis portos do interior, para se tornar um eleitor importante. Se concluir essas obras, mesmo com o criticado atraso, o posicionamento político dele melhora. Para completar, o ministro tem reconhecido os erros dos últimos anos e parece mais disposto a ouvir.
Coloque aí mais um ingrediente: Omar Aziz pode surpreender todo mundo e ficar no Governo do Estado até o último dia de mandato, sem disputar nada. Poderia, por exemplo, lançar Nejmi Aziz para a Câmara Federal.
E se os rumores de que as relações Eduardo x Omar andam no limite? Basta um bater o pé por causa do camarote do Governo do Estado no Bumbódromo e a coisa esquenta. E se Omar resolver ficar com Amazonino, seu mentor político de outros tempos, e apoiá-lo para a reeleição? E se Alfredo também decidir por esse caminho?
Com Eduardo Braga e Alfredo fora da disputa da Prefeitura, o que parece muito provável, Amazonino teria pela frente apenas Serafim Corrêa. Seria um desempate entre os dois, que concorreram em 2004 (vitória de Serafim) e 2008 (vitória de Amazonino). Perigo para os dois é aparecer um candidato sangue novo, ideias novas, projetos diferentes, e, ainda por cima, apoiado por um Eduardo Braga, que pode se encher de brios com os afastamentos de percurso e dar tudo na campanha.
O resultado da disputa de 2012 não perde importância, apesar dessas mudanças, porque serve de musculação para 2014. Alfredo, por exemplo, se apoiar o candidato certo ano que vem, asfaltar a BR-319 e pontilhar o interior de novos portos, vira o adversário que Eduardo Braga hoje não tem.
Como dizem os entendidos, política é como nuvem, muda toda hora. A nuvem, nesse momento, mostra esse formato.
Por Marcos Santos
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