Ronaldinho Gaúcho é do Flamengo. Como flamenguista, acho que o time precisava de algo assim. Tomara que não apareça nenhum outro megalomaníaco querendo formar um “time dos sonhos”. Já basta aquela experiência fatídica com Romário, Edmundo e Bebeto, o “ataque dos sonhos”, que foi uma tremenda frustração. E que o Wanderley Luxemburgo tenha pulso para botar o Ronaldinho no banco, se for o caso.
Por trás disso, porém, há algo muito grave: a subserviência do Brasil como mero fornecedor de matéria-prima dos países industrializados, desenvolvidos. O futebol europeu (Espanha, Itália, França, Inglaterra, Rússia, Turquia e quem mais quiser), nesse caso, é a indústria. Nosso País, o mero agricultor que fornece o melhor do seu pomar para satisfazer os barões em seus palácios.
Quando o jogador está no auge ou é uma grande promessa, Barcelona, Real Madrid, Milan, Internazionale ou qualquer outro o levam para lá. Quando chega ao ocaso e não consegue sequer vaga no time principal, aí então ele é reenviado ao Brasil e chega aqui com status de superastro, ocupando o lugar, na mídia e nos clubes, que deveria ser das revelações.
O pior é que nosso futebol, mandando o seu melhor para o exterior, acaba ficando muito ruim. Vide o caso de Roberto Carlos, banco no Real Madrid e reenviado para a Turquia, ano passado escolhido o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Brasileiro.
O resultado é que vendemos a preço de banana e compramos a preço de alta tecnologia.
Isso ocorre em todos os campos da economia. O futebol é só um exemplo, que bem poderia ser melhor explicado para que a população entendesse o que é feito da soja, da carne e de tantos outros produtos, dos quais o Brasil se orgulha de ser o maior exportador mundial, sem prestar muita atenção quando eles voltam industrializados, embalados e caros.
Um punhado de soja vale quase nada. Já um litro de leite…
Ronaldinho Gaúcho foi o melhor do mundo. Será que ainda verei, agora que chego aos 50 anos, meu País comprando um Messi, na hora em que ele acabar de ser escolhido o melhor?
Para mim em nada vai influir. Esses cidadão vai ganhar 1 milhão de reais e nós nada. Ah, me ajuda aí vai.
ERRATA: O ataque dos sonhos, na verdade, foi formado por Sávio, Romário e Edmundo. O Bebeto nunca jogou no mesmo time com Romário e Edmundo. Tinha até uma musiquinha: “Melhor ataque do mundo, melhor ataque do mundo. Pare um pouquinho, pense um poquinho: Sávio, Romário e Edmundo”.
RESPOSTA:
Você está corretíssimo. Obrigado.
Parabéns Marcos pelo belíssimo e coerente post. Pelo menos, digo aqui pra turma, se ele num jogar é só dar duas bolas para ele, que no intervalo ele pode entreter a torcida fazendo aquelas piruetas futebolísticas. Ou teremos um ótimo jogador ou um excelente malabarista. Se tivermos os dois, ai a gente vai pra galera!